Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

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Helmut nada respondeu. Apenas continuou a ouvi-lo, com ar circunspecto.

— Agora sou eu que lhe peço desculpas, pela insinuação de mau gosto — Alfonso declarou. — Sin­ceramente, não guardo mais ressentimentos por sua relação com Christine.

O médico assentiu com um gesto de cabeça. E ele prosseguiu:

— Vim até aqui porque alguém plantou uma dú­vida terrível, em minha mente, alguns dias atrás. Alguém que afirmou que sou pai de um bebê de cinco meses. Só que isso não poderia acontecer, não é mesmo, Helmut? Pois, segundo o seu laudo médico, sou um homem estéril.

—  Escute...

Helmut quis interromper, mas Alfonso não permitiu:

— Não se preocupe. Já passei a pior parte do pro­cesso de aceitação desse fato. Na verdade, eu nem estaria aqui, se não fosse por essa pessoa que tão duramente me acusou. Só então me lembrei de que jamais vi o resultado dos tais exames. Apenas aceitei a palavra de Christine e procurei me conformar. De­pois, minha vida se transformou num pesadelo. Mas, felizmente... — Alfonso fez uma pausa e sorriu, com certa melancolia, antes de completar: — sobrevivi.

—  Escute... — Helmut fitava-o com inequívoca ansiedade.

Entretanto, Alfonso continuava a falar:

— Você deve ter um registro, bem organizado, de seus pacientes, não é mesmo? Será que eu poderia ver minha ficha médica? Sei que estou lhe pedindo uma bobagem, mas garanto-lhe que ficarei aliviado, depois dessa constatação.

Alfonso recostou-se no sofá. Pronto. Havia dito tudo o que era necessário. Agora, só esperava que Helmut demonstrasse boa vontade e atendesse seu pedido.

O problema era que Helmut parecia petrificado. Seus olhos fitavam um ponto distante, enquanto ele esfregava nervosamente as mãos.

— O que há? — Alfonso indagou, preocupado. — Você... não está se sentindo bem?

Um longo momento se passou. Só então Helmut respondeu:

—  Já faz alguns anos que não me sinto nada bem.

—  Está com problemas de saúde?

—  Estou com um problema de consciência, meu caro.

—  Não entendi.

Helmut levantou-se e começou a andar de um lado a outro da ante-sala.

Alfonso não estava entendendo aquela atitude, mas preferiu não interpelá-lo. Afinal, Helmut já pa­recia tão nervoso. De súbito, ele parou e fitou-o com uma expressão estranha.

—  O que há? — Alfonso indagou. — Você está me olhando de um jeito...

—  Estou apenas procurando a melhor forma de lhe fazer uma confissão.

—  A mim? — Alfonso espantou-se.

—  Exato. Eu e Christine devemos algo a você.

—  Seja mais claro, sim? — Alfonso pediu, impaciente.

—  Vou falar de uma vez mas, por favor, não me interrompa.

— Diga. — Alfonso cruzou os braços. — Parece ser algo importante.

— Antes de mais nada, devo lembrá-lo de que eu estava apaixonado por Christine, naquela época... E você sabe que um homem apaixonado é capaz de tudo.