Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

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Alfonso franziu o cenho. 

 — O que sua paixão por Christine tem a ver com...

 —  Você prometeu que não me interromperia — disse Helmut, ofegante devido ao nervosismo. To­mando fôlego, prosseguiu: — Quando expliquei a Christine sobre sua esterilidade, ela teve uma crise de choro. Penalizado, tentei consolá-la e... Bem, con­fesso que me senti atraído por ela. Naquela tarde, trocamos o primeiro beijo.

—  Desculpe, Helmut. — Alfonso remexeu-se, in­quieto, no sofá. — Mas gostaria que me poupasse dos detalhes da relação de vocês.

—  Só estou falando disso porque aquele momento marcou o princípio de uma louca paixão... Que aliás me levou a compactuar com uma lamentável mentira.

— Como assim? — Alfonso indagou, intrigado. — Não estou entendendo, Helmut. Você disse que quando falou a Christine sobre minha esterilidade, ela teve uma crise de choro...

—  Sobre a sua, não — Helmut esclareceu. — Sobre a dela.

—  O quê?

— Christine era a estéril, do casal. E não você. Alfonso empalideceu.

— O que está dizendo, Helmut? Lembro-me muito bem de como Christine chegou em casa, naquela tarde. Ainda agora posso vê-la e ouvi-la, informando-me de que eu era incapaz de gerar filhos.

— Ela estava mentindo. Mas eu não sabia disso. Só vim tomar conhecimento do fato há cerca de um ano, quando viajamos, de férias, pela Europa. Con­versávamos sobre a possibilidade de adotar uma criança, já que Christine não pode gerar. De repente, ela começou a chorar, mas recusou-se a me dizer o motivo. Ficou terrivelmente deprimida e acabou bebendo um pouco demais. Talvez por isso tenha tido coragem de me revelar a mentira que havia pregado em você.

— Mas... por quê? — a voz de Alfonso soava trê­mula de indignação. — Por que ela fez isso?

—  Disse que se sentiria humilhada, diminuída, culpada perante você.

—  Por ser estéril?

—  Sim.

—  E então resolveu repassar essa suposta culpa a mim...

—  Na verdade, Christine tencionava retratar-se, algum dia. Mas daí o casamento de vocês acabou e...

—  E ela não teve a decência de esclarecer esse fato — Alfonso completou, por entre os dentes. — E deixou-me acreditar nessa mentira, durante esse tempo todo.

Helmut assentiu, com gravidade, antes de comentar:

—  Além do mais, ela julgava que você não tinha o perfil de pai.

—  Como assim?

—  Achava que você não era muito afeiçoado a crianças.

—  Oh, sim, eu as detesto — Alfonso afirmou, com amarga ironia. — Talvez seja por isso que escrevo tanto para elas.

—- Compreendo o quanto você está chocado.

—  Compreende, é? — Alfonso retrucou, furioso.

— Na verdade, fiz Christine prometer que qual­quer dia esclareceria esse mal-entendido. Mas você sabe como nossa vida é agitada, nesta cidade. Os dias, semanas e meses transcorrem numa velocidade estonteante. Quando nos damos conta, mais um ano já se passou. — Helmut fez uma pausa. — Quero confessar uma coisa: estou aliviado por poder lhe contar tudo isso. Como homem e como médico, eu, em sã consciência...