Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Mas assim que ficou sozinha, na sala, Anahí sentiu-se novamente invadida por uma onda de re­volta. Com que então Alfonso Winston só tomava café brasileiro... Um privilégio de poucos!

"Enquanto isso, trabalho todos os dias de minha vida para proporcionar a Theo uma estrutura e um conforto razoáveis", Anahí pensou, indignada. Em seguida lembrou-se do quanto ela, a mãe e o padrasto haviam se empenhado para proporcionar, a Helenna, um final de vida digno.

— E o petulante Alfonso Winston, longe de imagi­nar todas essas agruras, não abre mão de seu legítimo café brasileiro... — Anahí resmungou, furiosa.

Como consultora de informática, ela sempre ga­nhara razoavelmente bem.

Mas durante os últimos meses de vida de Helenna todo o seu dinheiro fora para pagar as contas do hospital. E isso não teria sido suficiente, se Marjorie e Gregory não houvessem colaborado.

Marjorie era mãe de Anahí e de Helenna, casada em segundas núpcias com Gregory, pai de Helenna.

Um suspiro brotou do peito de Anahí. E uma profunda mágoa juntou-se a seu sentimento de revolta.

Desde antes da morte da irmã, e mesmo depois, Anahí nunca mais conseguira estabilizar sua si­tuação econômica.

Ao perder Helenna, ficara desorientada por várias semanas, até conseguir reiniciar a vida, sozinha, e com Theo sob sua responsabilidade.

Marjorie e Gregory haviam ficado por alguns dias, em sua casa, após a morte da filha. Mas depois tinham partido para a América do Sul, onde estavam fazendo um trabalho arqueológico.

Já fazia vários anos que Anahí trabalhava como free-lance, prestando consultoria a várias em­presas, tornando-se bastante respeitada no mercado, devido a sua competência.

O problema era que ela não conseguia dar conta de tantos pedidos. Tinha de dividir o tempo entre os cuidados com Theo e o trabalho... Ambos muito exigentes, claro.

Se o dia ao menos tivesse mais do que vinte e quatro horas, talvez ela conseguisse arranjar tempo para dar conta de todos os compromissos. Era isso que Anahí costumava dizer a Miranda Gladson, sua amiga e proprietária da Agência de Empregos Homebody.

— Não se iluda, querida — Miranda retrucava, com seu bom humor habitual. — Se as horas do dia fossem dobradas, os compromissos também o seriam...

De súbito, Anahí lembrou-se da expressão preocupada de Miranda, ao despedir-se dela, no iní­cio da tarde:

— Veja lá o que vai fazer, amiga — Miranda havia dito. — Não deixe que seu gênio impulsivo a domine.

— Não deixarei — Anahí prometera, com um sorriso confiante. — E tampouco prejudicarei sua reputação, junto ao Monstro.

— Pronto! — Miranda havia exclamado, aflita. — Você ainda nem o viu e já está perdendo o controle.

— Fique tranqüila... Sei perfeitamente bem o que estou fazendo.

—  Quanto a mim, já estou arrependida por ter concordado com essa loucura — Miranda confessara.

Anhí a havia posto a par de seu plano, que a princípio era muito simples: ela apenas desejava conhecer Alfonso Winston. Queria informá-lo de que era pai de Theo, filho de Helenna, a quem ele hos­tilizara e magoara terrivelmente, ao dizer:

"Sinto muito, mas seu bebê deve ser filho de outro homem."

Como tivera coragem de ser tão cruel? Como pu­dera duvidar a palavra de Helenna? Onde arranjara sangue-frio suficiente para ofendê-la dessa maneira?