Fanfic: ANJO MAU: inocentes | Tema: TVD, PLL e muitos outros

Impossível

Quando eu era menina, meus pais me ensinaram a escolher entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, disso eu me lembro bem. Acredito que não só eu, mas todo mundo que teve uma infância saudável vai se lembrar de seus pais lhes explicando sobre o que era bom e o que era ruim.

Também me recordo deles, principalmente minha mãe, acalmando-me e dizendo que nem os fantasmas nem os monstros existiam; que eu não devia me preocupar com o escuro; que era apenas um pesadelo, e que havia um anjo da guarda velando por mim; que bruxas más não eram reais e muito menos seus feitiços e maçãs envenenadas.

Ela nunca falou a respeito de vampiros e lobisomens. Talvez fosse uma fantasia muito distante...

Então, quando eu estava com quinze anos, vi se dissipar tudo aquilo em que fui ensinada a crer.

Entre o bem e o mal há uma linha tão tênue que torna muito fácil se perder entre os dois lados. Não existe uma regra que diga onde um termina e o outro começa, ou vice e versa; essa divisão funciona de diferentes maneiras, em diferentes criaturas. Tudo é relativo. Nada é absolutamente constante. E sobre a fantasia... Vocês ficariam perplexos, porém é tudo real!

Sei que pode ser um pouco difícil de acreditar. E a maioria das pessoas é cética demais para se dispor a isso e eu não os culpo, é melhor assim. Não é para qualquer um. Existem pessoas e lugares certos, como esta cidade onde vivo, que atrai todo tipo de esquisitice paranormal, e foi aqui que eu custei a acreditar que o sobrenatural coexistia com nosso mundo pacato.

Talvez se eu nunca tivesse conhecido Guilherme, minha vida séria melhor, menos cheia de perdas, de palavras banhadas em sangue, entretanto não consigo mais imaginar como seria sem ele e tudo aquilo que ele me ensinou a acreditar.

Sobre as historias de vampiros e lobisomens minha mãe nunca precisou dizer que eram fantasia, entretanto ela nunca poderia imaginar que um deles se apaixonaria por mim; nem que minhas duas melhores amigas seriam uma bebedora de sangue e uma feiticeira das boas; nem que eu fosse conhecer um garoto que assume a aparência de qualquer pessoa do mundo e nem que eu iria andar em veículos dirigidos por ceifeiros de alma. Minha mãe jamais contaria com isso, assim como qualquer mãe.

Agora acredito em quase tudo. Sei que os feitiços de bruxos são reais, que vampiros e lobisomens existem e se odeiam muito, que há alguém responsável por cuidar das almas que se desprendem dessa vida e que tem criaturas capazes de se passar por qualquer um. Acredito em tudo que é irreal para a maioria, mas minha esperança e minha fé não são capazes de me deixar crer que eu ainda posso reconquistar a confiança perdida daquele cujo coração é desfiz em pedaços tantas vezes...