Fanfic: ANJO MAU: inocentes | Tema: TVD, PLL e muitos outros
CONTADO POR ANJOS
Da paixão ao Pacto de Trégua
Anos 80
— Qual foi a pior coisa que você já fez? — O jovem rapaz de pele pálida e gélida perguntou à bela moça de cabelos cor de sol.
— Ter tido piedade de você — ela respondeu encarando os pés que repousavam sobre a areia branca de uma praia ensolarada. — Quando ele descobrir... — Um arrepio sobrenatural percorreu o corpo dela — Os portões do inferno estarão escancarados para mim, e minha queda será tão profunda que eu jamais poderei subir...
O silêncio pairou sobre os dois e por alguns instantes havia apenas o marulho, as ondas quebrando nas pedras escuras... Estavam longe de todo mundo, longe das vistas humanas, e mesmo que, observados a distância, parecessem apenas um casal de namorados... Eles não eram. O arrependimento ricocheteava o peito da moça com se fosse um chicote de luz invisível que a eletrocutava a cada golpe. O desgosto era a única coisa que era cabível a ela agora, porém não era sincero. Bem no fundo de sua consciência ela sabia que não voltaria atrás se pudesse... Seu coração imortal pertencia àquela criatura que os arcanjos caçaram por anos. O primeiro de uma raça suja e perdida.
Como poderia um anjo deixar-se apaixonar por um vampiro? Ela deixara... E permitiu que ele desfrutasse do feitiço de bruxas, da magia negra, para continuar escondido. Pior que isso, ela usufruiu das forças malignas para se encontrar secretamente com o vampiro. Um anjo corrompido e impuro que logo perderia suas asas e cairia.
— Estaremos nós dois no inferno... — O vampiro disse num tom casual, suave. — Se for esse o seu destino, eu mesmo enfiarei uma estaca no meu coração.
— Faria isso por mim, Demétrius? — Ela se inclinou sobre seu peito e sua pele parecia cintilar a luz do sol, como se ela irradiasse luz celeste. — Acabaria com a sua eternidade na terra para desfrutar do fogo do inferno ao meu lado?
— Wellen, a eternidade só vale a pena se for ao seu lado — Demétrius pressionou os lábios contra os dela. — Não importa o lugar e nem a temperatura...
Tão certo como palavras gravadas em pedra, a punição veio.
Porém os arcanjos não contavam com o que resultou daquela imprudência angelical, o deslize de um ser celestial que se perdeu nos braços de um monstro sem vida, sem alma, dominado e cego pela vontade de matar.
Dos encontros às escondidas Demétrius gerou em Wellen um bebê. Ela fora exposta às forças do mal, à bruxaria e a outros tipos de magia macabra, para ficar ao lado dele, o acobertando e nessa exposição ela perdeu parte da sua “coisa de anjo”, tornando-se mais humana e capaz até de engravidar.
As portas do paraíso estavam trancadas e vedadas para Wellen, porém ela não fora lançada ao inferno como esperava. Não enquanto carregava uma criatura em seu ventre que tinha parte celestial.
Contudo era preciso uma punição mais severa, algo que a fizesse se lembrar de seu erro por cada dia do resto de sua vida eterna.
A corte foi reunida. Cada Lorde que representava sua raça de seres intocáveis se reuniu para decidir o futuro daquela pequena família de traidores. Uma coisa era certa, a notícia não poderia se espalhar, nem mesmo entre os seres intocáveis.
Quando Wellen deu à luz a um menino de olhos azuis acinzentados, todos estavam lá. Cada Lorde queria silenciar o choro daquele anjo novo em folha que acabara de nascer, porém nada podiam fazer; seu choro foi ouvido nos 7 continentes, como uma melodia cantada numa casa mal-assombrada, como um agouro.
Um feiticeiro de 30 e poucos anos chamado Bartolomeu também estava ali para ser julgado, pois estava envolvido nas bruxarias que uniram o casal.
Demétrius era um dos Lordes intocáveis, porém perdeu seu posto para uma Vampira chamada Diana. O próprio Iag, dono de toda a sabedoria, retirou as honras de Demétrius e as passou para Diana, formando assim uma nova constituição de Lordes:
Diana Athayde Lorde Vampira, Marcus Cortes Lorde Lobisomem, Daniel Viana Lorde Mestiço, Amanda Salles Lorde Ceifeira da Terra, Gabriel Ferrancine Lord Ceifeiro do Mar, Renata Medson Lorde Guardiã da Noite e por último, sem perder seu posto de Lorde, Bartolomeu Jhones Lorde Feiticeiro.
— A criança não pode ser criada pela mãe — Iag triunfou da cabeceira da mesa de reuniões.
— Não! — Wellen protestou entre soluços de um canto da sala, seus pulsos estavam presos por grilhões. — Ele é meu filho — Sua voz não passava de um murmúrio de dor ou uma súplica. — Eu o amo!
— Não ouse falar de novo — Iag rebateu com uma voz branda, porém o olhar que ele lançou a Wellen foi capaz de deixá-la paralisada. — Bartolomeu, sua punição será leve e me considere piedoso.
— Meu Senhor... — Bartolomeu começou, porém foi interrompido.
— Você não é imortal, — Iag prosseguiu — é apenas um reles feiticeiro, bruxo que se mete onde não é chamado. Por ser bisbilhoteiro você ficará encarregado de cuidar para que esse bebê chegue vivo aos 27 anos, vivo e ileso, porém leigo sobre sua origem.
— O que acontecerá quando ele estiver com 27 anos? — A Vampira Diana perguntou. Por ser novata naquela Corte de Lordes, ela não tinha conhecimento de que não devia, em hipótese, alguma questionar ou interromper Iag.
— Ele já será maduro o suficiente. E se for esperto, — Iag olhou para Wellen no canto do vão e sorriu debochadamente — terá um pouco de conhecimento sobre o mundo sobrenatural — ele parou por um segundo, como que para reorganizar pensamentos e em seguida passou os olhos de Diana para Marcus, sua voz se elevando em 2 níveis. — Já estou completamente farto de suas brigas estúpidas entre dia e noite, entre malditos vampiros e lobisomens estúpidos. Não quero mais ser incomodado por esses motivos tão banais. Até esse filho do céu e do inferno completar 27 anos, nenhum de vocês aqui presentes poderá matar outra criatura. É uma trégua de alguns anos para meus ouvidos. Quando o garoto atingir essa idade, e se for de sua vontade... Que ele mate e ponha um fim na trégua... Essa é minha palavra, minha última palavra, a lei mais suprema estabelecida nessa corte.
Ninguém se atreveu a protestar. Estavam medindo e pesando tal nova lei. Ambos tinham rixa entre raças que pareciam nunca se resolver, mas como fariam se não pudessem mais matar seus inimigos? Como Marcos saciaria sua sede de vingança e ódio?
Depois de um momento inteiro de pensamentos silenciosos Bartolomeu irrompeu a trégua de vozes — E o que farei com a criança?
— Arranjará uma família para ele e de brinde — Iag riu levantando-se de seu trono e caminhando até Wellen — ganhará essa daqui. — Então sua voz foi dirigida a ela.
— Por favor, permita que eu crie meu filho... — Ela sussurrou inutilmente.
— Tem sorte de eu não arrancar suas asas — Iag cuspiu no chão ao lado de Wellen e se virou para Demétrius, que esteve em silêncio por todo esse tempo sentado num banco de madeira, com os cotovelos apoiados nos joelhos e o rosto enterrado nos punhos fechados. Um covarde... — Quanto a você... Conviver com si mesmo já seu próprio castigo.
E então Iag se foi sem olhar para trás e sem piedade da mãe que seria separada do filho. O pequeno anjinho ainda sorriu para ela, um sorriso de covinhas, e ela implorou que Demétrius a ajudasse quando o bebê foi arrancado de seus braços e levado para longe, porém ele nada fez além de continuar petrificado naquele banco, nada disse... Nunca mais, em 27 anos, dirigiu-lhe a palavra...
Autor(a): zafiacap
Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Paranoia “Qual foi a pior coisa que você já fez?” “Qual foi a pior coisa que você já fez?” “Qual foi a pior coisa que você já fez?” Essa pergunta não pertencia aos meus pensamentos, mesmo assim ecoava na minha mente como se fosse uma música daquelas que não saem da cab ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo