Fanfic: O Catalendas
O ano é 2013, a cidade é São Paulo, é tarde da noite, quase meia noite, onde faz um grande calor, céu limpo e a lua cheia iluminava toda a cidade. Nesse horário, normalmente, muitos estudantes, tanto universitários quanto de ensino médio, estão voltando para casa de suas aulas no período noturno. Para voltar para casa em uma cidade grande como São Paulo o meio de transporte mais utilizado é o metrô, que possibilita pessoas das regiões mais distantes estudarem em escolas e universidades que ficam na região central da cidade, e nas imediações de uma dessas estações de metrô, a de Itaquera que fica na região leste da cidade, algo estranho está acontecendo.
- Já falei pra você se afastar da garota!
- Socorro! Por favor, me ajude moço!
- Sou eu, Karina! Não me reconhece?
- Jorge? É você mesmo? Por favor, me ajude! Ele feriu os meus olhos, não consigo enxergar nada!
- Maldito Lobisomem!
Um enorme Lobisomem estava atacando uma jovem, ele tinha quase dois metros de altura, suas garras e presas brilhavam com a luz da lua refletida nelas, seus olhos verdes escuros faziam contraste com o seu pelo prateado e o seu rosto demonstrava a sua sede por sangue. A jovem que estava voltando para casa depois da aula na universidade, teve sorte por este rapaz estar passando naquela local e naquela hora quando ela foi atacada, senão, certamente, ela seria devorada ali mesmo pelo lobisomem.
Mas antes de seguir com a história vamos voltar um pouco no tempo, na manhã daquele mesmo dia, para explicar que a presença daquele rapaz não foi apenas uma coincidência.
- Alô? Jorge falando.
- Feliz aniversario!
- Ah! Obrigado, mãe.
- Tenha muito anos de vida e felicidades. Infelizmente na consegui te desejar parabéns por que você saiu muito cedo de casa, mas você sabe que eu te amo filho.
- Não se preocupe mãe. Não tem jeito, tenho que sair cedo de casa mesmo para ir trabalhar.
- É mesmo filho, quem cedo madruga, Deus ajuda. Bom, a sua avó que lhe desejar parabéns também, vou passar o telefone para ela.
- O que? A vovó? Não passa o telefone pra ela, por favor!
- Oi Jorginho, como vai?
- Oi vó, to bem e a senhora? – Responde Jorge desanimado.
- Estou bem meu filho. Primeiro quero lhe desejar os parabéns, que você tenha muitos anos de vida, com saúde, sabedoria e felicidade.
- Obrigado vó, agora tenho que desligar. – Agradece Jorge apressado.
- Espere! Ainda não falei a coisa mais importante!
- Vai começar... Pode falar vó, todo ano a senhora sempre fala a mesma coisa mesmo.
- Quero te lembrar da sua obrigação como o ultimo herdeiro da nossa família da profissão de catalendas, que começou com o meu avô e agora está em suas mãos para exercê-la quando for preciso e depois passar para a próxima geração.
- Eu sei vó, eu sei. A senhora fala isso todos os anos no meu aniversario e também toda vez quando tem oportunidade. Eu já estou de saco cheio disso!
- Olha o jeito como fala com a sua avó! Menino mal educado! Vou falar quantas vezes for preciso, afinal de contas esse é o seu destino, não tem como você fugir disso!
- Que droga! Eu sei! Não precisa me lembrar disso toda hora! Por que a senhora não escolheu a Joyce pra ser a herdeira ao invés de mim, já que ela é a filha primogênita!
- Você sabe muito bem o porquê. Você sabe que ser um catalendas é muito perigoso para uma mulher, por isso você como o filho homem foi o escolhido.
- Não vem como essa vovó! A senhora é mulher e mesmo assim foi escolhida como herdeira da profissão na sua geração e sem contar que da mesma forma que a senhora, ela nunca precisará exercer! Afinal de contas, lendas são histórias inventas por gente que não tinha nada para fazer antigamente!
- Não fale isso garoto! As lendas são reais e um dia você vai descobrir isso. E sobre a sua escolha como herdeiro, tem mais um motivo. – Ela faz uma pequena pausa antes de continuar. – Foi o ultimo desejo do seu pai que você se tornasse um catalendas.
- É eu sei vó. Não precisa me lembrar disso.
- Vou desligar meu filho. E vê se quando sair da faculdade venha direto pra casa, por que vou fazer aquele bolo gelado que você adora tanto.
- Ok. Obrigado vovó.
- Tchau. Beijos!
- Tchau vó.
É isso mesmo, a profissão de catalendas que se acreditavam estar extinta ainda vive. Ela foi passada de geração em geração da família até chegar a Jorge, que foi instruído pela sua avó desde a sua infância a profissão de catalendas, isso por que o seu pai, da geração anterior e que era o responsável de passar a profissão ao seu filho, morreu quando Jorge tinha apenas dois anos de vida e hoje, quando está completando seus vinte e dois anos, no dia 22 de agosto, carrega este fardo nas costas. Vivendo ainda com a sua mãe e sua avó, sem contar a sua irmã mais velha, Joyce, que é casada e tem uma filha de um ano, Jorge vive uma vida normal, trabalhando o dia todo e estudando a noite, para se tornar um engenheiro e ter bastante dinheiro para viver uma vida tranquila, aliás, este é o sonho dele.
A noite chega e com isso Jorge vai à universidade que fica na região da Liberdade, em São Paulo. É inicio de semestre, então as matérias estão inicio também e com isso ele tem uma noite de aula tranquila, isso até chegar no horário próximo do fim da aula, a essa altura, todos os alunos estão apenas conversando esperando a hora passar e enquanto isso, Jorge está fazendo o seu passatempo favorito quando está atoa nas aulas, ficar observando de longe uma jovem chamada Karina, uma linda garota e também muito inteligente que ele está afim.
- Opa! Quase escorrego na poça de baba que se formou no lado da sua carteira. Jorge pare de ficar ai babando e vai logo chegar nela.
- Calma Diogo. Vou chegar nela.
- Cara, você fala isso desde o primeiro semestre quando você começou a ficar afim dela, nós já estamos no oitavo semestre e nada ainda. Vamos nos formar e você ainda não vai ter chegado nela, cara!
- Eu sei, eu sei. É que é difícil chegar assim, ela está sempre acompanhada e também mal nos falamos.
- Cara, para de ser gay, já te falei isso.
- Vai se ferrar neguinho. Só por que você falou isso, hoje vou chegar nela a caminho de casa, já que ela mora perto de casa.
- Demorou! Amanhã você me conta como foi!
- Beleza!
Encerrou-se a aula e assim todos os alunos pegaram os seus caminhos de casa, Jorge determinado em chamar Karina para sair a seguiu de perto, desde a saída da universidade, para não a perder de vista. Chegando à estação de Itaquera, Jorge desembarcou do trem e continuou a seguindo na esperança de encontrar o momento certo para chamá-la para sair, mas quando eles chegaram à plataforma dos ônibus, ela se encontra com um rapaz de boa aparência, alto e loiro que parecia estar a esperando.
“Droga! Todo meu plano foi por água abaixo! Amanhã o Diogo vai me zuar quando eu contar isso, é certeza! Parece que demorei demais, é aquela história, quem espera muito, perde o lugar. Agora vamos pegar o mesmo ônibus juntos e ela vai ta com esse cara, enquanto eu vou ficar só na vontade, que raiva!” – Pensou Jorge frustrado.
Mas para sua surpresa, ao invés deles irem para o ponto de ônibus, eles saíram da estação a pé, e pegaram avenida Miguel Inácio Curi, uma das principais avenidas que dá acesso á estação e que também naquele horário era pouco movimentada em relação a carros e praticamente sem movimento em relação a pessoas.
“Que estranho eles irem a pé nesse horário, provavelmente o cara quer dar uns pegas nela no caminho, mas eu to com má impressão sobre esse cara. Vou segui-los de longe.”
Prontamente Jorge se pôs a segui-los, à distância como tinha planejado. Durante o caminho eles passam por uma encruzilhada que tem próxima a avenida.
“Passando na encruzilhada e ainda em uma noite de lua cheia, certamente se a minha avó estivesse aqui, ela falaria para tomar cuidado com os lobisomens. Que baboseira!”
E em seguida eles se se encostam a um muro e começam a se beijar, vendo isso Jorge atravessa a rua para que eles não o percebam passando próximo deles.
“Sabia, eles queria apenas um pouco de privacidade para se pegarem. Bom, besteira minha me preocupar, na verdade isso só me machucou mais. Vou logo para um ponto e vê se consigo um ônibus para ir logo pra casa e chorar no meu travesseiro.”
Quando Jorge os deixa para trás ele ouve um grito, mesmo no outro lado da rua.
- Socorro! Ajudem-me!
- Karina! – Imediatamente Jorge atravessa a rua correndo e quando chega vê algo impressionante, o rapaz que estava com ela estava se transformando em algo. – Não, Não pode ser! Um lobisomem!
Agora voltamos ao ponto onde iniciamos essa história.
- Não acredito que eu esteja vendo um lobisomem. – Fala Jorge ainda surpreso ao ver o lobisomem e esfregando os olhos para ver se não estava enxergando bem.
- Não atrapalhe a minha refeição! Ou você será o próximo! – Fala o Lobisomem lambendo sangue no rosto de Karina que escorria dos seus olhos.
- Então você fala também? Se você raciocina por que está atacando uma garota? Você tem mesmo coragem de matar uma pessoa, ainda mais uma pessoa que gosta de você?
- Sim eu raciocínio, mas quando eu estou nessa forma eu não consigo controlar os meus instintos! Eles falam mais alto! E me pedem sangue!
- Então troque! Troque-a por mim! – Propõe Jorge em um ato de desespero.
“O que eu estou fazendo? Eu fiquei maluco?” - Pensa Jorge não acreditando no que acabara de falar.
- Você acha mesmo que vou trocar o sangue de uma bela mulher por um macho como você? – Debocha o lobisomem. – Ainda mais que tive tanto trabalho para atraí-la para este lugar nesta noite, tudo estava dentro do meu plano até você aparecer!
- Como é? Você a seduziu só para que você pudesse beber o sangue dela?
- Exato! E foi difícil por que essa garota é insuportável.
- Maldito! – O sangue de Jorge começou a ferver de raiva. – Não falei assim dela!
- Jorge! – Se surpreende Karina com Jorge.
Jorge tira a suas chaves de casa do bolso, com a chave mais pontuda ele a enfia no seu braço e depois puxa fazendo um grande corte que começa sangrar bastante.
– Venha pegar o meu sangue maldito!
- Já falei que não vou trocar o sangue dela pelo seu, espera ai. – O lobisomem começa a farejar algo. – Espera ai. Que cheiro é esse de sangue? É um cheiro delicioso, é um cheiro que eu nunca senti antes. É seu né? – Ele começa se aproximar de Jorge. – Se for seu, eu preciso bebê-lo! – Ele pula contra Jorge, que devia do seu ataque.
“Ótimo! Consegui atraí-lo! Agora preciso afastar ele da Karina e dar um jeito nele.”
Então Jorge começa a correr do Lobisomem, que o segue no seu encalço babando mais do que antes, primeiro ele atravessa a avenida desviando de uns carros que passavam na hora e depois invadindo uma obra de uma faculdade que estava sendo construída ali.
“Agora preciso me acalmar e lembrar o que a vovó me ensinou sobre lobisomens.”
Jorge começa a se lembrar de quando tinha 10 anos, de quando a sua avó estava lhe dando aula sobre lobisomens.
- Jorginho, hoje o que eu vou te ensinar é sobre lobisomens, ta me ouvindo? Jorginho? Jorginho! Sai desse videogame e presta atenção no que eu estou falando!
- Tá bom vozinha, mas que saco!
- É rápido o que você precisa saber sobre eles, então logo você vai poder voltar para a porcaria do seu brinquedo. Primeiro você precisa saber que os lobisomens são homens amaldiçoados que se transformam em lobos quando passam em uma encruzilhada durante as noites de lua cheia, eles podem ganhar essa maldição de duas maneiras, a primeira é sendo mordido por outro lobisomem e a segunda é ser o sétimo filho homem depois de sua mãe ter seis filhas. Agora o mais importante, os lobisomens possuem uma força sobre humana o que os possibilitam a dar saltos super altos e correr em uma velocidade incrível e suas garras e presas são mais afiadas que qualquer faca que você tenha visto, por isso nunca tente correr de um lobisomem ou ter uma luta corpo a corpo com ele. E por fim, a única forma de derrotá-lo é enfiando algo de prata no seu coração, pode ser uma faca, um tiro, qualquer coisa de prata, caso contrário eles são imortais a qualquer outra coisa. Entendeu? Jorginho sai desse videogame! Você ouviu algo que te falei?
Após se lembrar, Jorge dá uma risada.
- É claro que prestei atenção, sua velha ranzinza. Por isso preciso despistar, ele está quase me alcançando! – Grita Jorge que pula dentro de um buraco que tinha em meio à obra para se esconder. Dentro do buraco quando ele olha para frente, ele vê que o restante do buraco estava preenchido com vigas de ferro que estavam cravadas no chão.
- Ufa! Mais um pouco eu podia ter me espetado todo nessas vigas.
Em seguida o lobisomem pula também, mas ele pula mais a frente, caindo exatamente onde estava as vigas de que atravessam o seu corpo.
- Que lobisomem burro! Pulou para a sua própria morte! – Fala Jorge aliviado vendo o lobisomem todo espetado com as vigas. – Mas espera ai, quase esqueci que ele é imortal.
Ao terminar de falar a frase o lobisomem começa a se debater para se soltar das vigas.
- Droga, eu sabia, ele não morreu! Preciso sair daqui!
Para o seu alivio, Jorge vê uma luz vinda de cima do buraco.
- Tem alguém ai? - Pergunta o vigia noturno da obra.
- Tem sim! – Responde Jorge. – Me ajuda a sair logo desse buraco.
- O que faz ai, cara? – Fala o vigia estendendo braço e ajudando Jorge a sair do buraco. – O que tem ali? – Pergunta o vigia apontando a luz da lanterna para onde estavam as vigas e onde vê o lobisomem tentando se livrar das vigas.
- Depois te explico – Responde Jorge. – Precisamos achar um lugar seguro!
- T-tá, vamos para a casa onde eu passo a noite aqui na obra. – Fala o vigia amedrontado.
Jorge o segue e rapidamente chegam a uma casa toda de metal que foi construída temporariamente para guardar ferramentas e outras coisas.
- Eu fico aqui de noite, deve ser seguro. – Fala o vigia tremendo e trancando a porta. – O que era aquilo?
- É um lobisomem – Responde Jorge recuperando o fôlego. – Por acaso você não tem nada de prata por aqui?
“Que pergunta besta, onde já se viu prata em uma obra?” – Pensa Jorge sem esperanças.
- Tem sim! – Responde o vigia para a surpresa de Jorge. – Ali naquela mala tem uma serra feita de prata, que serve para cortar uns pisos especiais.
- Ótimo. – Jorge caminha até a maleta apontada pelo vigia, quando ele ouve um barulho estranho. – Ouvi algo, tome cuidado.
- O-ok. – Responde o vigia.
Depois de mais uns segundo Jorge ouve outro barulho dessa vez vindo de trás da porta.
- Sai de perto da porta! – Grita Jorge.
Mas era tarde demais, como papel, o lobisomem cortou a porta de ferro em três partes, assim como vigia que estava próximo a ela.
- Droga!
- Finalmente te encontrei! Agora você está cercado! – Grita o lobisomem. – Você já era! – Ele pula em cima de Jorge.
Jorge pega a serra que o vigia havia lhe falado, mas foi tarde, o lobisomem estava em cima dele, que o agarra e o ergue para encravar as suas presas nele.
No entanto, rapidamente o lobisomem larga Jorge e em seguida começa a sangrar através de um ferimento feito em seu peito.
- Como você fez isso? – Pergunta o lobisomem, mas quando ele olha para Jorge vê que a serra de prata estava cravada no peito dele.
- Não tive outra opção. – Fala Jorge com dificuldade. – Foi tudo muito rápido, só tive tempo de colocar a serra entre nós e como você me agarrou com tanta força e velocidade, acabou fazendo ferir nós dois, mas olhe bem onde ela te feriu. – Diz Jorge enquanto, com dificuldade, retira a serra de seu peito.
Ao olhar para o seu próprio corpo, o lobisomem percebe que o ferimento foi feito no lado esquerdo do seu peito.
“Meu coração! Mas ainda estou bem! Quer dizer que ela não chegou fundo o suficiente para acertar ele.” – Pensa o lobisomem mais aliviado.
- Você falhou a sua tentativa foi! – Antes mesmo de terminar de falar, o Lobisomem é surpreendido por um ataque desesperado de Jorge, que pula contra ele, o derrubando no chão.
- Agora é o seu fim Lobisomem! – Grita Jorge que com o auxilio de uma marreta que ele pegou no chão, enfia a serra de prata no coração do lobisomem.
- Não! – Grita o lobisomem se debatendo enquanto o seu sangue jorrava de onde a serra o atingiu.
Rapidamente Jorge sai de cima do lobisomem e fica observando enquanto ele se debate e aos poucos volta à forma humana até voltar totalmente a sua forma normal e parar de se debater na poça de sangue que se formou em volta do seu corpo.
Jorge dá um leve sorriso e fala:
- Que m**** de aniversário foi esse? – E em seguida ele cai desacordado.
Autor(a): jucabala
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Para iniciar este capitulo vamos conhecer um pouco mais sobre um personagem importante dessa história, o seu nome é Jorge Fernandes da Silva, nascido em 22 de agosto de 1991, um metro e setenta de altura e pesa por volta de 80 quilos, pele morena, olhos castanhos e cabelos negros. Como podem perceber o seu físico está longe do ideal, isso somando ...
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