Fanfic: Disputa Acirrada ⋆ Vondy | Tema: RBD - DyC / Vondy

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— É isso? Você não vai me dizer nada sobre você? ― Murmurei.

— O que você quer saber?

— O de sempre. De onde você veio, o que você quer ser quando crescer… coisas do tipo.

— Sou daqui, nascido e criado, e estudo direito penal.

Com um suspiro, ele desembrulhou os talheres e os endireitou ao lado do prato. Olhou por cima do ombro com o maxilar tenso. Duas mesas adiante, o time de futebol da Eastern irrompeu em uma gargalhada. Christopher pareceu incomodado pelo fato de eles estarem rindo.

— Você está de brincadeira — eu disse, sem acreditar.

— Não, sou daqui mesmo — ele confirmou, distraído

— Não, eu quis dizer sobre o seu curso. Você não parece o tipo de pessoa que estuda direito penal.

Ele juntou as sobrancelhas, repentinamente focado em nossa conversa.

— Por que não?

Passei os olhos pelo físico dele. A jaqueta de couro, a sobrancelha machucada pela luta.

— Eu diria que você parece mais do tipo criminoso.

— Não me meto em confusão… na maior parte do tempo. Meu pai era muito rígido.

— E sua mãe?

— Ela morreu quando eu era criança — ele disse sem rodeios.

— Eu… eu sinto muito — falei, balançando a cabeça. A resposta dele me pegou de surpresa.

— Não me lembro dela. Meus quatro irmãos sim, mas eu só tinha três anos quando ela morreu.

— Quatro? Como você os mantinha na linha? — brinquei.

— Com base em quem batia com mais força, que era do mais velho para o mais novo.

Balancei a cabeça, chocada só de pensar em cinco versões do Christopher em uma única casa.

— E o seu pai? Por onde ele anda?

— Por aí — disse Christopher.

Seu maxilar estava tenso de novo e sua irritação com o time de futebol aumentava.

— Do que eles estão rindo? — perguntei, fazendo um gesto para indicar a mesa ruidosa.

Ele balançou a cabeça, claramente não querendo me contar do que se tratava. Cruzei os braços e fiquei me contorcendo, nervosa de pensar no que eles poderiam estar dizendo para deixá-lo tão irritado.

— Me conta.

— Eles estão rindo de eu ter trazido você para jantar. Não é geralmente… meu lance.

Quando me dei conta do que se passava, e isso ficou claro na expressão do meu rosto, Christopher se encolheu, mas eu falei sem pensar:

— Eu aqui, com medo de eles estarem rindo por você ser visto comigo vestida assim, e eles acham que eu vou transar com você? — resmunguei.

— Qual é o problema de eu ser visto com você?

— Do que estávamos falando antes? — perguntei, afastando o calor que subia pelo meu rosto. Ele pareceu entender.

— De você. Está estudando o quê? — ele me perguntou.

— Ah, hum… estudos gerais, por enquanto. Ainda estou indecisa, mas estou pensando em fazer teatro.

— Mas você não é daqui. De onde você veio?

— De Reynosa, como a Maite.

— Como você veio parar aqui?

Comecei a puxar o rótulo da garrafa de cerveja.

— Só queríamos fugir.

— Do quê?

— Dos meus pais.

— Ah. E a Maite? Ela tem problemas com os pais também?

— Não, eles são o máximo. Eles praticamente me criaram. Ela meio que me acompanhou, não queria que eu viesse pra cá sozinha.

Christopher assentiu.

— Qual é a do interrogatório? — perguntei.

As perguntas estavam passando de uma conversa sobre assuntos gerais e partindo para o lado pessoal, e eu estava começando a me sentir desconfortável.

Diversas cadeiras bateram umas nas outras quando o time de futebol levantou. Eles fizeram mais uma piada antes de irem andando lentamente até a porta e aceleraram o passo quando Christopher se levantou. Os que estavam atrás empurraram os da frente para fugir antes que Christopher conseguisse alcançá-los. Ele se sentou, fazendo força para espantar a frustração e a raiva.

— Você ia me dizer por que optou pela Eastern — Christopher continuou.

— É difícil explicar — respondi, dando de ombros. — Só parecia certo.

Ele sorriu e abriu o cardápio.

— Sei o que você quer dizer.

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