Fanfic: Disputa Acirrada ⋆ Vondy | Tema: RBD - DyC / Vondy

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Christopher foi comigo até o meu quarto e peguei o livro de biologia, enquanto ele abria meu caderno. Ele me fazia perguntas sobre a matéria e depois esclarecia os pontos que eu não tinha entendido. Do jeito que ele explicava, os conceitos partiam do confuso para o óbvio.

— … e as células somáticas usam a mitose pra se reproduzir. Aí é que entram as fases, que formam um nome esquisito: Prometa Anatelo.

Dei risada.

— Prometa Anatelo?

— Prófase, metáfase, anáfase e telófase.

— Prometa Anatelo — repeti, assentindo.

Ele bateu no alto da minha cabeça com os papéis.

— Você entendeu. Você conhece esse livro de biologia de trás pra frente e de frente pra trás.

Soltei um suspiro.

— Bom… vamos ver.

— Vou andando com você até a classe e vou ficar fazendo perguntas pelo caminho.

Tranquei a porta do quarto depois que saímos.

— Você não vai ficar bravo se eu for um fracasso total nessa prova, vai?

— Você não vai fracassar, ruiva. Mas precisamos começar mais cedo da próxima vez — ele disse, mantendo o mesmo ritmo de caminhada que eu, até o prédio de ciências.

— Como você vai ser meu tutor, fazer os trabalhos de faculdade, estudar e treinar para as lutas?

Christopher deu uma risada abafada.

— Eu não treino para as lutas. O Adam me liga, me diz onde vai ser e eu vou.

Balancei a cabeça, incrédula, enquanto ele segurava o papel à sua frente para me fazer a primeira pergunta. Quase terminamos o segundo módulo do livro quando chegamos à sala de aula.

— Manda ver. — ele sorriu e me entregou as anotações, apoiado no batente da porta.

— Ei, Ucker! ― Eu me virei e vi um cara alto, meio magricela, sorrir para Christopher a caminho da classe.

— Gonzáles — Christopher cumprimentou-o com um aceno de cabeça.

Os olhos do garoto se iluminaram um pouquinho quando ele olhou para mim, sorrindo.

— Oi, Dulce.

— Oi — falei, surpresa por ele saber meu nome. Eu já o tinha visto na sala de aula, mas não tínhamos sido apresentados em momento algum.

Gonzáles foi se sentar, fazendo piadas com quem estava ao lado.

— Quem é esse? — eu quis saber.

Christopher deu de ombros, mas seus olhos parecim mais tensos do que antes.

— Pablo Gonzáles. É um dos meus companheiros do Círculo.

— Você faz parte de uma fraternidade? — perguntei, em tom de dúvida.

— Sim, a mesma que o Fercho. Achei que você soubesse — disse ele, olhando pro cara atrás de mim.

— Bom… você não parece o tipo de cara que… participa de fraternidades — comentei. Christopher voltou à atenção para mim e abriu um sorriso.

— Meu pai se formou aqui e meus irmãos todos foram de fraternidades relacionadas à isso. É um lance de família.

— E eles esperavam que você entrasse pra fraternidade? — perguntei, cética.

— Na verdade, não. Eles só são bem-intencionados — Christopher respondeu, dando um peteleco nos meus papéis. — É melhor você entrar na sala.

— Obrigada pela ajuda — eu disse, cutucando-o com o cotovelo.

Maite passou pela gente e fui atrás dela até o nosso lugar.

— Como foi? — ela perguntou.

Dei de ombros.

— Ele é um bom tutor.

— Só um tutor?

— Ele é um bom amigo também.

Ela parecia decepcionada e dei risada com a expressão de derrota em seu rosto. O sonho de Maite sempre fora que namorássemos amigos, e primos que dividem o apartamento, pra ela, era como achar o pote de ouro no fim do arco-íris. Ela até mesmo queria que dividíssemos um quarto quando decidimos vir para a Eastern, mas fui contra a ideia, na esperança de ter um pouco de liberdade, de poder abrir um pouco as asas. Assim que ela parou de fazer bico sobre os quartos, se concentrou em achar um amigo de Fercho pra me apresentar. O interesse saudável de Christopher em mim tinha ido além das expectativas dela.

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