Fanfic: Disputa Acirrada ⋆ Vondy | Tema: RBD - DyC / Vondy

— Ah, ele é a sua cara. ― disse Poncho no meu ouvido.

— Ele é uma gracinha, né? — perguntei, sem conseguir parar de sorrir.

— Nem vou comentar, foi uma simples piada.

— Poncho! — gritei, dando um tapa no ombro dele.

— Você pegou as anotações?

— Peguei — respondi, tirando-as da mochila.

Ele acendeu um cigarro, segurou-o entre os lábios e franziu os olhos para ver os papéis.

— Impressionante! — exclamou, dando uma olhada nas páginas. Depois as dobrou, enfiou no bolso e deu mais uma tragada no cigarro. ― Sabe, é bom se apressar se quer curtir uma boa ducha quente. Dei sorte há alguns minutos.

— O dormitório está sem água quente? — reclamei.

― É o que estão dizendo — falou Poncho, deslizando a mochila por sobre o ombro. — Estou indo pra aula de álgebra. Diz pra Mai que falei pra ela não esquecer de mim nesse fim de semana.

— Tá bom — resmunguei, olhando desanimada para as paredes de tijolo antigas do nosso dormitório.

Subi até o quarto pisando duro, empurrei a porta e entrei, deixando a mochila cair no chão.

— Não temos água quente — Anahí murmurou da escrivaninha.

— Já me falaram.

Meu celular vibrou e o abri em um toque. Era uma mensagem de texto da Maite, amaldiçoando a falta de água quente. Alguns instantes depois, alguém batia à porta. Era ela, que entrou e se jogou na minha cama, de braços cruzados.

— Dá pra acreditar nessa merda? Pagamos uma fortuna e não podemos nem tomar um banho quente!

Anahí soltou um suspiro.

— Uma droga. Mas por que você não vai ficar com o seu namorado? Não é o que você tem feito mesmo?

Maite voltou o olhar rapidamente na direção da minha colega de quarto.

— Boa ideia, Anahí. O fato de você ser uma vaca vem a calhar às vezes. 

Anahí continuou olhando pro monitor do computador, sem se abalar com o ataque. Maite pegou o celular e digitou uma mensagem de texto com velocidade e precisão incríveis. O celular vibrou e ela sorriu para mim.

— Nós vamos ficar no apartamento do Fercho e do Christopher até consertarem.

— O quê? Eu não vou! — gritei.

— Ah, vai sim! Não tem por que você ficar presa aqui, congelando no chuveiro, quando o Christopher e o Fercho têm dois banheiros no apê deles.

— Mas eu não fui convidada.

— Eu estou convidando você. O Fercho já falou que tudo bem. Você pode dormir no sofá… se o Christopher não for usar.

— E se ele for?

Maite deu de ombros.

— Aí você pode dormir na cama dele.

— De jeito nenhum!

Ela revirou os olhos.

— Não seja infantil, Dulce. Vocês são amigos, certo? Se ele não tentou nada até agora, acho que não vai tentar mais.

As palavras dela me fizeram calar a boca na hora. Christopher tinha ficado perto de mim de uma forma ou de outra todas as noites durante semanas. Estive tão ocupada me certificando de que todo mundo soubesse que éramos apenas amigos que não me ocorreu que ele realmente estava interessado somente em nossa amizade. Eu não sabia ao certo o motivo, mas me senti insultada.

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