Fanfic: Disputa Acirrada ⋆ Vondy | Tema: RBD - DyC / Vondy

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Quando meus olhos finalmente se abriram, vi que meu travesseiro consistia em um par de pernas de calça jeans. Christopher estava sentado com as costas apoiadas na banheira e a cabeça na parede, desmaiado. Ele parecia tão mal quanto eu.

Afastei o cobertor e me levantei, assustada ao ver meu horrível reflexo no espelho em cima da pia. Eu parecia a morte. Rímel escorrido, manchas negras descendo pelo rosto, batom borrado na boca e cabelos parecendo um ninho de rato.

Lençóis, toalhas e cobertores cercavam Christopher. Ele tinha feito um montinho pra dormir, enquanto eu expelia as quinze doses de tequila que havia consumido na noite anterior. Ele até tinha segurado meus cabelos pra não caírem na privada e ficou sentado comigo ali a noite toda.

Abri a torneira, colocando a mão debaixo da água até que a temperatura estivesse como eu queria. Comecei a limpar a sujeira do rosto e ouvi um gemido vindo do chão. Christopher se mexeu, esfregou os olhos e se espreguiçou. Depois olhou pro lado e fez um movimento assustado.

— Estou aqui — falei. — Por que você não vai pra cama dormir um pouco?

— Você está bem? — ele me perguntou, limpando os olhos mais uma vez.

— Estou. Quer dizer, o máximo que posso estar. Vou me sentir melhor assim que tomar um banho.

Ele se levantou.

— Você tirou meu título na noite passada, só pra você saber. Não sei de onde veio aquilo, mas não quero que faça isso de novo.

— Cresci acostumada com isso, Ucker. Não é nada de mais.

Ele pegou meu queixo nas mãos e limpou com os polegares o que sobrou de rímel borrado sob meus olhos.

— Foi muito pra mim.

— Tudo bem, não vou fazer isso de novo. Satisfeito?

— Sim. Mas preciso te contar uma coisa, se você prometer que não vai ter um treco.

— Ai, meu Deus, o que foi que eu fiz?

— Nada, mas você precisa ligar pra Maite.

— Onde ela está?

— No Morgan. Ela brigou com o Fercho na noite passada. — Tomei banho correndo e enfiei as roupas que Christopher tinha deixado pra mim na pia. Quando saí do banheiro, ele e Fercho estavam sentados na sala.

— O que você fez com ela? — exigi saber de Fercho.

A expressão dele ficou triste.

— Ela está muito brava comigo.

— O que houve?

— Fiquei louco por ela ter encorajado você a beber tanto. Achei que acabaríamos tendo que te levar pro hospital. Uma coisa levou à outra e, quando vi, estávamos gritando um com o outro. Nós dois estávamos bêbados, Dulce. Eu disse algumas coisas e agora não tenho como voltar atrás — disse ele, balançando a cabeça e olhando pro chão.

— Tipo o quê? — perguntei, com raiva.

— Eu xinguei a Mai de algumas coisas que nem posso repetir e mandei que ela fosse embora.

— Você deixou que ela fosse embora daqui bêbada? Você é idiota, por acaso? — falei, agarrando minha bolsa.

— Pega leve, ruiva, ele já está se sentindo mal o bastante — Christopher comentou.

Pesquei o celular de dentro da bolsa e disquei o número do telefone da Maite.

— Alô? — ela atendeu, soando péssima.

— Acabei de saber o que houve — soltei um suspiro. — Você está bem?

Cruzei o corredor pra ter um pouco de privacidade, olhando pra trás de relance, com raiva.

— Estou bem. Ele é um babaca.

As palavras dela eram ríspidas, mas eu podia ouvir a mágoa em sua voz. Maite tinha virado mestre na arte de esconder as emoções e poderia tê-las escondido de todo mundo, menos de mim.

— Desculpa por não ter ido embora com você.

— Você não estava em condições, Dulce — ela disse, indiferente.

— Por que você não vem me pegar? Podemos conversar.

Ela inspirou ao telefone.

— Não sei. Não quero ver o Fercho.

— Eu falo para ele ficar aqui dentro.

Depois de uma longa pausa, ouvi o som de chaves batendo.

— Tudo bem, estarei aí em um minuto.

Entrei na sala, colocando minha bolsa sobre o ombro. Eles me viram abrir a porta pra esperar por Maite e Fercho levantou apressado do sofá.

— Ela não quer te ver, Fercho. Falei que você ia ficar aqui dentro.

Ele suspirou e caiu na almofada.

— Ela me odeia.

— Vou conversar com ela, mas é melhor você pensar em um pedido de desculpas bem incrível.

Dez minutos depois, a buzina tocou duas vezes e eu desci. Quando cheguei aos últimos degraus, Fercho passou correndo por mim até o Honda vermelho de Maite e se curvou pra olhar pra ela pela janela. Parei no meio do caminho, vendo que Maite o esnobava, olhando direto pra frente. Ela abaixou o vidro e Fercho parecia estar se explicando, mas então eles começaram a discutir. Voltei pro prédio pra que conversassem a sós.

— Ruiva? — disse Christopher, descendo as escadas num passo rápido.

— A coisa não parece nada boa.

— Deixa os dois se acertarem. Entra — ele disse, entrelaçando os dedos nos meus pra que subíssemos a escada.

— A briga foi tão feia assim? — perguntei.

Ele assentiu.

— Foi. Mas eles estão saindo agora do estágio da lua de mel. Eles vão se entender.

— Pra alguém que nunca teve namorada, você parece saber muito sobre relacionamentos.

— Tenho quatro irmãos e muitos amigos — ele disse, abrindo um largo sorriso pra si mesmo.

Fercho entrou no apartamento pisando duro e bateu a porta.

— Ela é impossível!

Dei um beijo no rosto de Christopher.

— Essa é a minha deixa.

— Boa sorte. — disse ele.

Entrei no carro ao lado de Maite, e ela bufou, dizendo:

— Ele é impossível!

Dei risada, mas ela lançou um olhar irritado na minha direção.

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