Fanfic: Disputa Acirrada ⋆ Vondy | Tema: RBD - DyC / Vondy

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— Levanta, Dulce! — gritou Maite, me chacoalhando.

— Já estou acordada! Já estou me levantando!

— Temos aula daqui a meia hora!

Pulei da cama.

— Eu dormi… catorze horas?

— Entra logo no chuveiro! Se você não estiver pronta em dez minutos, vou te largar aqui!

— Não dá tempo de tomar banho! — falei, trocando a roupa com que eu tinha dormido.

Christopher apoiou a cabeça em uma das mãos e deu risada.

— Vocês garotas são ridículas. Não é o fim do mundo se vocês se atrasarem pra uma aula.

— É o fim do mundo, no caso da Maite. Ela não perde uma aula e odeia se atrasar — falei, enfiando uma camiseta e uma calça jeans.

— Deixa a Mai ir na frente. Eu levo você.

Fui saltando num pé só, depois no outro, colocando as botas.

— Minha bolsa está no carro dela, Ucker.

— Tudo bem — ele deu de ombros —, só não vai se machucar a caminho da aula.

Ele ergueu Totó, aninhando-o em um dos braços como se fosse uma minúscula bola de futebol, e atravessou o corredor com ele.

Maite me fez sair correndo e entrar no carro.

— Não consigo acreditar que ele te deu aquele cachorrinho — disse ela, olhando pra trás enquanto tirava o carro do estacionamento.

Christopher estava parado sob o sol da manhã, só de shorts e descalço, envolvendo-se com os braços pra se proteger do frio. Ele ficou olhando enquanto Totó cheirava um pequeno canteiro de grama, guiando o cãozinho como um pai orgulhoso.

— Eu nunca tive um cachorro — falei. — Vai ser uma experiência interessante.

Maite olhou de relance pra Christopher antes de acelerar o Honda.

— Olha só para ele — disse ela, balançando a cabeça. — Christopher Uckermann, o Sr. Mamãe.

— O Totó é lindo. Até você vai cair nas garrinhas fofas dele.

— Você sabe que não pode levar o cachorro pro dormitório.

— Ucker disse que vai ficar com o Totó no apartamento.

Ela ergueu uma sobrancelha.

— É claro que vai, o Christopher pensa mesmo em tudo, tenho que lhe dar esse crédito — disse ela, enquanto pisava no acelerador.

Cheguei ofegante à saia de aula e fui me sentar. Assim que a adrenalina se dissipou, o peso do meu coma pós-aniversário se assentou no corpo. Maite me cutucou quando a aula acabou e eu a acompanhei até o refeitório.

Fercho nos encontrou na porta. Notei na hora que havia algo errado.

— Mai — ele disse, agarrando-a pelo braço.

Christopher veio quase correndo até nós e colocou as mãos na cintura, arfando pra recuperar o fôlego.

— Tem uma multidão de mulheres raivosas perseguindo você? — brinquei.

Ele balançou a cabeça.

— Eu estava tentando te encontrar… antes de você… entrar aqui — disse ele, meio sem fôlego ainda.

— O que está acontecendo? — Maite perguntou ao Fercho.

— Está rolando um boato — Fercho começou. — Todo mundo dizendo que o Christopher levou a Dulce pra casa e… Os detalhes variam, mas a coisa é bem ruim.

— O quê? Você está falando sério? — gritei.

Maite revirou os olhos.

— Quem se importa, Dulce? As pessoas vêm fazendo especulações sobre você e o Ucker há tempos. Não é a primeira vez que alguém acusa vocês dois de terem transado.

Christopher e Fercho trocaram olhares de relance.

— O quê? — falei. — Tem mais alguma coisa, não é?

Fercho se encolheu.

— Estão dizendo que você transou com o Pablo no apartamento do Jam e depois deixou o Christopher… levar você pra casa, se é que me entende.

Meu queixo caiu.

— Que ótimo! Agora eu sou a vadia da faculdade?!

Os olhos de Christopher escureceram e seu maxilar enrijeceu.

— A culpa é minha. Se fosse qualquer outra pessoa, não estariam falando isso de você.

Ele entrou no refeitório com as mãos cerradas nas laterais do corpo. Maite e Fercho foram atrás dele.

— Tomara que ninguém seja idiota o bastante pra dizer alguma coisa pra ele — falou Maite.

— Ou pra ela — acrescentou Fercho.

Christopher se sentou em um lugar meio afastado, do outro lado, pensativo diante de seu sanduíche. Esperei que ele olhasse para mim, desejando lhe oferecer um sorriso reconfortante. Ele tinha sua fama, mas eu deixei que Pablo me levasse até o corredor.

Fercho me cutucou enquanto eu encarava seu primo.

— Ele só está se sentindo mal. Provavelmente está tentando desviar a atenção do pessoal do lance do boato.

— Você não tem que sentar longe, Ucker. Vem, senta aqui — falei, batendo com a mão no espaço à minha frente.

— Ouvi dizer que você teve um baita aniversário, Dulce - disse Chris Jenks, jogando um pedaço de alface no prato de Christopher.

— Não começa, Jenks — Christopher avisou, com um olhar bravo.

Chris sorriu, elevando as bochechas arredondadas e rosadas.

— Ouvi dizer que o Pablo está furioso. Ele disse que passou pelo apartamento de vocês ontem, e você e o Christopher ainda estavam na cama.

— Eles estavam tirando um cochilo, Chris — disse Maite com desdém.

Meu olhar se fixou em Christopher.

— O Pablo apareceu por lá?

— Eu ia te contar.

— Quando? — perguntei irritada.

Maite se inclinou pra falar ao meu ouvido.

— O Pablo ouviu a fofoca e apareceu por lá para te confrontar. Tentei impedir, mas ele entrou pelo corredor e… entendeu tudo errado.

Plantei os cotovelos na mesa, cobrindo o rosto com as mãos.

— Isso está ficando cada vez melhor.

— Então vocês realmente não chegaram aos finalmentes? — quis saber Chris. — Que merda. E eu achando que a Dulce era a mina certa pra você no fim das contas, Ucker.

— É melhor você parar agora, Chris — Fercho avisou.

— Se você não transou com ela, se importa se eu tentar? — disse Chris, dando risada pros seus colegas de time.

Meu rosto ardeu com o embaraço inicial, mas então Maite deu um berro no meu ouvido em reação a Christopher, que se esticou até o outro lado da mesa, agarrou Chris pelo pescoço com uma das mãos e, com a outra, apanhou um bom punhado da camiseta dele. O jogador deslizou pela mesa e dúzias de cadeiras rangeram  no chão quando as pessoas se levantaram pra observar a cena: Christopher socando-o repetidas vezes na cara, o cotovelo erguendo-se alto no ar antes de ele desferir cada soco. 

— Christopher! — gritei, correndo em volta da mesa.

Ele conteve o punho cerrado no meio do caminho e soltou a camiseta do Chris, deixando que ele caísse no chão. Estava arfando quando se virou pra olhar para mim. Sua expressão nunca me parecera tão assustadora. Engoli em seco e recuei quando ele abriu caminho e passou por mim.

Dei um passo pra ir atrás dele, mas Maite me segurou pelo braço. Fercho a beijou rapidamente e seguiu o primo.

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