Fanfic: Disputa Acirrada ⋆ Vondy | Tema: RBD - DyC / Vondy

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Poncho balançou a cabeça.
— Tudo bem, então você está com o Pablo ou com o Christopher? Estou confuso.
— O Pablo não está falando comigo, então as coisas estão meio que no ar agora — falei, dando um pulinho para arrumar a mochila nas costas.
Ele soprou uma nuvem de fumaça, depois pegou um pedacinho de tabaco da língua.
— Então você está com o Christopher?
— Nós somos amigos, Poncho.
— Você sabe que todo mundo acha que vocês dois estão tendo uma espécie de amizade colorida bizarra e que você não admite, não sabe?
— Eu não ligo. Podem pensar o que quiserem.
— Desde quando? O que aconteceu com a Dulce nervosa, misteriosa e reservada que eu conheço e adoro?
— Morreu com o estresse de todas as fofocas e suposições.
— Que pena. Vou sentir falta de apontar e rir da cara dela.
Dei um tapa no braço do Poncho, e ele riu.
— Isso é bom. Está na hora de você parar de fingir — disse ele.
— O que você quer dizer?
— Meu bem, você está falando com alguém que viveu a maior parte da vida fingindo. Saquei você a quilômetros de distância.
— O que você está tentando dizer, Poncho? Que sou uma lésbica enrustida?
— Não, estou dizendo que você está escondendo alguma coisa. Os cardigãs, a mocinha sofisticada e recatada que vai a restaurantes chiques com Pablo González... Essa não é você. Ou você era uma stripper de cidade pequena ou foi parar numa clínica de reabilitação. Aposto no último.
Ri alto.
— Você é um péssimo adivinho!
— Então qual é o seu segredo?
— Se eu te contasse, não seria segredo, seria?
Suas feições se aguçaram e ele deu um sorriso travesso.
— Eu mostrei o meu, agora você me mostra o seu.
— Odeio ser portadora de más notícias, Poncho, mas sua orientação sexual não é exatamente um segredo.
— Merda! E eu achei que tinha um lance misterioso e sensual rolando pra cima de mim — disse ele, dando mais uma tragada no cigarro enquanto brincava comigo de volta.
Eu me encolhi antes de falar.
— Você tinha uma vida boa em casa, Poncho?
— Minha mãe é o máximo... Meu pai e eu tivemos um monte de problemas, mas estamos numa boa agora.
— Eu tive Fernando Saviñon como pai.
— Quem é esse?
Dei risada.
— Viu? Não é lá grande coisa se você não sabe quem ele é.
— E quem ele é?
— Um cara muito zoado. Esse lance de jogar, encher a cara, ter um gênio filho da mãe... é hereditário na minha família. Eu e Maite viemos pra cá pra que eu pudesse começar uma vida nova, sem o estigma de ser a filha de um bêbado decadente.
— Um viciado em jogos decadente? Uau.
— Tudo o que ele tocava, virava ouro quando nasci. Quando fiz treze anos, a sorte dele mudou.
— E ele culpou você.
— A Maite desistiu de muita coisa para vir pra cá comigo, pra que eu pudesse cair fora, mas daí eu chego e a primeira coisa que me acontece é dar de cara com Christopher.
— E quando você olha pro Christopher...
— É tudo muito familiar.
Poncho assentiu, jogando o cigarro no chão.
— Que merda, Dulce. Isso é um saco.
Estreitei os olhos.
— Se você contar para alguém o que acabei de te falar, vou chamar a máfia. Conheço alguns deles, sabia?
— Conhece nada.
Dei de ombros.
— Acredite no que quiser.
Poncho olhou para mim em dúvida e depois abriu um sorriso.
— Você é oficialmente a pessoa mais legal que eu conheço.
— Isso é triste, Poncho. Você devia sair mais — falei, parando na entrada do refeitório.
Ele levantou meu queixo.
— Vai dar tudo certo. Acredito muito nesse lance de que as coisas sempre acontecem por um motivo. Você veio até aqui, a Maite conheceu o Fercho, você arrumou um jeito de entrar no Círculo, algo em você virou o mundo de Christopher Uckermann de cabeça pra baixo. Pense nisso — disse ele, dando um beijo carinhoso na minha bochecha.
— Opa — disse Christopher, me agarrando pela cintura, me erguendo e me colocando no chão atrás dele. — Você era a última pessoa com quem eu achei que tivesse que me preocupar, Poncho. — ele brincou.
Poncho se inclinou pro lado, pra me enxergar atrás de Christopher, e piscou pra mim.
— Até mais tarde, docinho. Me liga.
Quando Christopher se virou pra me encarar, o sorriso dele sumiu do rosto.
— Por que a cara feia?
Balancei a cabeça, tentando deixar a adrenalina seguir seu curso.
— É só que eu não gosto desse apelido. Ele me traz más recordações.
— Termo carinhoso usado por algum ex-namorado?
— Não — grunhi.
Christopher deu um soco na palma da mão.
— Você quer que eu vá lá encher o Poncho de porrada? Ensinar uma lição a ele? Acabo com a raça dele!
Não consegui evitar e abri um sorriso.
— Se eu quisesse acabar com o Poncho, eu diria que Anahí trocou-o por um cara mais musculoso e ele mesmo se mataria.
Christopher deu risada, me cutucando pra irmos em direção à porta do refeitório.

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