Fanfic: O Solteirão-ADAPTADA-Laliter | Tema: Laliter

QUANDO FINALMENTE PETER saiu do Norman e sentiu o ar fresco da noite, tinha um serviço a fazer.

Gaston recebera um chamado urgente do seu editor, Ty Turner, dizendo que não poderia comparecer à reunião da cidade, pois acompanhara sua mulher grávida ao hospital. A última coisa que Peter queria era assumir este compromisso, mas, como queria aliviar a carga do irmão, ofereceu-se para cobrir a reunião.

Portanto, enquanto Nicolas foi telefonar e ver como estava Emilia antes de voltar para o plantão e Gaston foi trabalhar na edição da semana seguinte, Peter se dirigiu à sessão de querelas.

Olhou o relógio e viu que tinha minutos de sobra. Alguns minutos para espiar a sedutora loja vizinha e descobrir quem era o dono. Uma espiada em Mariana bastou para que esquecesse o próprio nome. Não estava em condições de perguntar sobre a loja dela.

Concentrou-se na vitrine e sua boca caiu. Seriam de crochê aquelas calcinhas nos exuberantes e quase vivos manequins? Na conservadora Yorkshire Falls? Não poderia ficar mais espantado. Sentiu uma excitação inconfundível ao notar que o manequim de cabelos negros era estranhamente parecido com Mariana. Subitamente, percebendo que parecia um velho babão espiando roupas íntimas de mulher, deu um passo para trás. Deus do céu! Esperava que ninguém o tivesse visto ou não viveria o suficiente para se recuperar da vergonha.

Peter recuou mais um passo e bateu em algo duro. Virou-se e encontrou Nicolas, com os braços cruzados no peito, sorrindo para ele. “Viu algo que lhe interessasse?”

“Você é um saco”, resmungou Peter.

“Intuí que estava recordando sua juventude.”

Peter entendeu o que Nicolas dizia. Seu irmão do meio não esquecia as travessuras escolares de Peter, feitas no tempo em que sua idéia de diversão era um assalto às calcinhas na casa de um amigo, onde as meninas faziam uma festa do pijama. Não apenas fora idéia sua como se orgulhou tanto que pendurou algumas no retrovisor do carro por aproximadamente vinte e quatro horas. Até que sua mãe as achasse e lhe desse um sermão severo e um castigo que nunca esqueceria.

Emilia Lanzani tinha uma maneira exclusiva de curar os hábitos mais incorrigíveis dos filhos. Após um verão lavando as cuecas e pendurando-as na frente de casa, ele nunca mais poria alguém em uma situação tão humilhante.

Se tivesse sorte, o resto da cidade haveria esquecido há tempos. “Não posso acreditar que uma loja como esta tenha sucesso por aqui”, disse ele, mudando de assunto.

“E tem. Jovem e velha, magra e mais robusta, todas compram aqui. As mais novas com certeza. Mamãe está em campanha para trazer as mais velhas e é uma das freguesas mais leais.”

“Mamãe usa estas calcinhas?”

Os irmão sacudiram a cabeça ao mesmo tempo, nenhum querendo que a imaginação percorresse esse caminho. “Como está mamãe?”

“Díficil dizer. Parecia acelerada quando eu liguei, como se estivesse correndo, o que é impossível. Então, estou indo lá para conferir.”

Peter suspirou com força. “Estou com o celular. Chame-me se precisar.”

Nicolas assentiu. “Farei isso.”

Ele caminhou pela rua da loja, virou à direita na esquina, deu a volta ao edifício e voltou logo em seguida.

“O que há?”, perguntou Peter, reconhecendo um espião ao vê-lo. O irmão estava patrulhando a área e Peter queria saber por quê.

Nicolas deu de ombros. “Aconteceram alguns arrombamentos em Yorkshire Falls ultimamente.”

Os instintos de repórter de Peter se acenderam. “O que foi roubado?”

O que sera que foi roubado? amanhã vocês descobrem se tiver comentarios