Fanfic: O Solteirão-ADAPTADA-Laliter | Tema: Laliter
PETER LANZANI OLHOU fixamente o irmão mais velho, ou melhor, para a moeda na mão direita de Gaston. Após receber o telefonema sobre os problemas coronários da mãe, Peter pegara o primeiro vôo saindo de Londres. Desembarcou no JFK e seguiu em uma conexão para Albany, onde alugou um carro e dirigiu uma hora até a cidade natal, Yorkshire Falls, próxima de Saratoga Springs, Nova York. Estava tão cansado que até os ossos lhe doíam.
Agora, aos seus problemas, mais este fora acrescentado. Graças ao doente coração da mãe, um dos irmãos Lanzani deveria sacrificar a liberdade e dar-lhe netos. O cara ou coroa decidiria qual dos irmãos suportaria o fardo, mas apenas Nicolas e Peter estavam na disputa. Apesar de o irmão mais velho haver discordado e argumentado, Gaston não participaria – já cumprira o dever familiar desistindo da faculdade para dirigir o jornal e ajudar a mãe a criar os irmãos mais novos. Gostaria que tudo fosse equânime. Nicolas e Peter insistiram em que ele ficasse de fora.
Em vez disso, seria o carrasco.
“Cara ou coroa”, perguntou Gaston.
Peter espiou o teto sem pintura, em direção ao segundo andar onde a mãe descansava, seguindo recomendações médicas, enquanto ele e os irmãos esperavam no empoeirado e manchado chão da garagem anexa à casa da família. A mesma onde, quando crianças, guardavam as bicicletas e as bolas e onde Peter escondia cerveja quando pensava que o irmão mais velho não estava por perto. A mesma casa onde foram criados e que a mãe ainda mantinha graças ao trabalho duro de Gaston e ao sucesso do jornal.
“Vamos lá, rapazes, alguém escolhe”, disse Gaston, ante o silêncio que os envolvia.
“Não precisa mostrar que está se divertindo”, resmungou Nicolas.
“Pensa que me divirto?”, Gaston girou a moeda na mão, mostrando frustração nos lábios apertados. “Isto é um absurdo. É mais certo o inferno existir do que eu desejar vê-los perder a vida que escolheram por causa de um capricho.”
Peter sabia que o mais velho estava tão bravo porque não pudera escolher a vida que teria. Ao contrário, fora jogado na dupla função de editor e pai da noite para o dia. Aos dezessete anos e sendo o mais velho, Gaston se sentira no dever de assumir o lugar do pai. Este era o motivo para a participação de Peter no sorteio. Peter fora o que saíra de Yorkshire Falls e perseguira os sonhos, enquanto Gaston ficara para trás e abandonara os seus.
Tanto Peter quanto Nicolas viam Gaston como um exemplo. Se ele acreditava que a saúde precária da mãe e o profundo desejo por netos pediam um sacrifício, então Peter devia concordar. Não apenas estava em débito com o irmão, como também compartilhava a mesma dedicação à família.
“O que nossa mãe tem não é somente um capricho”, disse Peter para os irmãos. “Ela disse que seu coração está fraco e não suporta estresse.”
“Ou desapontamento”, disse Nicolas. “Mamãe não usou esta palavra, mas vocês sabem bem o que ela pretendia dizer. Nós a desapontamos.”
Peter concordou com a cabeça. “Bem, se netos a farão feliz, então um de nós deve lhe dar esse presente, enquanto está por aqui para curtir ser avó.”
“Saber que um de nós está feliz e casado abrandará a ansiedade que lhe faz mal”, disse Gaston. “Um neto lhe dará sentido para a vida.”
“Não podemos simplesmente dar-lhe um cachorrinho?”, perguntou Nicolas.
Peter compreendia o sentimento. Aos trinta e um anos, seu estilo de vida descartava que ele se estabelecesse. Casamento e família não estiveram em seus planos, até agora. Não que Peter não gostasse das mulheres. Gostava. Diabos, ele as adorava! Adorava o seu cheiro e como a pele macia escorregava contra o seu corpo excitado. Mas não podia imaginar abandonar a carreira e ficar olhando para a mesma mulher no café-da-manhã todos os dias, para o resto da vida. Ele tremeu, admirado que suas opções de vida fossem ser decididas neste momento.
Dirigiu-se ao irmão do meio. “Nicolas. Você já se amarrou uma vez, não há sentido em tentar novamente.” Apesar de Peter não desejar se apresentar como a pessoa para o serviço, não poderia permitir que o irmão repetisse o passado, casar-se para ajudar outra pessoa e se sacrificando no processo.
Nicolas sacudiu a cabeça. “Errado, nenê. Participarei do cara ou coroa; a última vez não tem nada a ver com isto. Isto diz respeito à família.”
Peter entendeu. Os Lanzani eram todos pela família. Portanto, estava de volta ao ínico. Retornaria ao emprego como correspondente internacional para a Associated Press, indo para locais quentes da política e revelando histórias secretas para o resto do mundo, ou se estabeleceria em Yorkshire Falls, coisa que nunca planejera? Se bem que não tivesse certeza de qual sonho perseguia – o dele, o de Gaston ou uma combinação de ambos --,Peter temia repetir a vida do irmão e se ver sem opções.
Apesar do estômago agitado, estava pronto e sinalizou para Gaston. “Acabe com isso.”
“Você é quem sabe.” Gaston lançou a moeda para bem alto.
Peter inclinou a cabeça, cedendo a Nicolas a escolha, que pediu: “Cara.”
Como que em câmara lenta, a moeda girou no ar. A vida livre de Peter desfilou por sua mente da mesma maneira: as mulheres que encontrara e com quem flertara; as especiais de duraram o suficiente para ser um relacionamento, mas não uma companheira para a vida; os encontros ocasionais e quentes cada vez mais espaçados, agora que estava mais velho e exigente.
O som da palma de Gaston batendo na mão trouxe a peter de volta à realidade. Encontrou o olhar solene do irmão.
Uma mudança de vida.
A morte de um sonho.
A grávidade da situação atingiu peter em cheio. Endireitou os ombros e esperou, enquanto Nicolas aspirava longamente.
Gaston levantou a mão e olhou para baixo, antes de encara primeiro Nicolas e depois Peter. Então se portou como sempre, sem reservas. “Parece que precisará de uma bebida, caçula. Você é o cordeiro que vai ser sacrificado na busca de mamãe por netos.”
Nicolas deixou escapar um suspiro de alívio, mas nada se comparado com a massa de chumbo no fundo do estômago de Peter.Gaston se encaminhou para o lado de Peter. “Se quiser cair fora, agora é a hora. Ninguém o recriminará por isso.”
Peter forçou um sorriso e imitou Gaston aos dezoito anos. “Pensa que conseguir mulheres e fazer bebês é trabalho duro? Quando terminar o serviço, terão inveja de mim.”
“Procure uma que seja bonita”, disse Nicolas, mas sem nenhum humor nas palavras ou na voz. Era claro que sentia a angústia de Peter, apesar do óbvio alívio por não ter sido sorteado.
Peter agradecia a tentativa de suavizar a situação, mesmo que não adiantasse. “É mais importante que ela não espere muito”, respondeu bruscamente. Qualquer mulher com quem casasse, antes deveria saber quem ele era e aceitar aquilo que não era.
Gaston bateu em suas costas. “Tenho orgulho de você, rapaz. Esta é uma decisão única na vida. Assegure-se de que poderá viver com ela, ok?”
“Não pretendo viver com ninguém”, resmungou Peter.
“Então o que planeja?”, perguntou Nicolas.
Um confortável casamento a longa distância que não mudasse muito a sua vida. “Quero encontrar alguém que esteja disposta a ficar em casa e criar filhos, e que se satisfaça em ver-me quando eu puder vir.”
“Porque você já está com bastante bagagem, não é?”, perguntou Nicolas.
Peter a repreendeu com o olhar. Esta tentativa de aliviar a tensão fora longe demais. “Na verdade, tivemos uma vida muito boa enquanto crescíamos e quero ter certeza de que a pessoa com quem casar possa oferecer o mesmo para meu filho.”
“Então você corre a estrada e a mulher fica em casa.” Gaston sacudiu a cabeça. “É melhor controlar as atitudes. Você não vai querer espantar candidatas em potencial logo no começo da busca, vai?”
“Sem chance de isso acontecer”, riu Nicolas. “Não existia uma garota no colégio que não se interessasse pelo menino antes que partisse para uma vida de aventura.”
Apesar da situação, Peter riu. “Só depois que você se formou. Antes, não era possível chegar a seus pés.”
“Isso não é preciso dizer.” Nicolas cruzou os braços sobre o peito e sorriu. “Porém, justiça seja feita, eu vim depois de Gaston, que era muito cotado. As meninas adoravam seu jeito silencioso e forte. Quando ele se formou, me deram atenção.”Bateu no peito. “E, quando eu saí, o campo ficou livre para você. Todas elas tinham interesse em você.”
Nem todas. Sem aviso, a lembrança de sua paixão escolar veio à tona. Uma linda menina de cabelo pretos e olhos castanhos,Mariana Esposito, havia enlouquecido seus hormônios de adolescente. A dolorosa rejeição estava nele, tão aguda agora como fora no passado. Fora a única que o rejeitara, e Peter nunca conseguira esquecê-la.
Autor(a): m.
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Gostaria de classificar isso como uma paixonite de adolescente, mas a verdade exigia que ele admitisse que seus sentimentos tinham sido mais profundos. Não que admitisse isso para os irmãos à época, muito menos agora. Um homem deve manter certas coisas em particular. A última coisa que soube de Mariana foi que se mudara para Nova York, a ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 16
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lokaloucaporlaliter Postado em 16/07/2014 - 11:56:37
Por favor volta continua, por favor adorei sua fic. Se voltar prometo q vou ficar comentando.
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glanzani Postado em 18/05/2013 - 14:21:39
'Sua mariana' kk aiai, daqui a pouco o Peter vai começar a imaginar ela vestida de policial dançando pra ele kk /soqn u.u pooosta mais
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daniilanzani Postado em 12/05/2013 - 20:39:46
MAISSS por Favor maissss encontro laliter*-*
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sofiasouza Postado em 12/05/2013 - 19:21:21
O que que ela esta esperando pra aceitar esse Deus Grego de novo na vida dela kkkkk Posta mais a web esta ótima
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sofiasouza Postado em 10/05/2013 - 18:46:56
Continua pf ,esta muito boa
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gabskrum Postado em 05/05/2013 - 22:10:14
` aaaaah posta mais
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gabskrum Postado em 01/05/2013 - 16:55:51
` aah, poosta por favor *-*
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glanzani Postado em 01/05/2013 - 16:53:31
Pra que nos deixar curiosas? Pooooooooooosta
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sofiasouza Postado em 26/04/2013 - 14:45:34
Posta mais estou amando a web ,tmb que ver o encontro deles
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porsiemprelaliter Postado em 23/04/2013 - 18:14:41
leitora nova (: , amaaaaando dms posta maaaais , nescessito do reencontro laliter