Fanfic: milonga... | Tema: portiñon

 Fevereiro de 1990 -
Segunda.

— Por que você defendeu aquela menina estranha? Me
inclinei um pouco e fitei meu anjo. Ela estava encostada em uma parede e sua
cabeça estava baixa. Em frente ela, estava a rainha das bruxas de tiara cor de
rosa que lhe dava bronca em voz alta.
— Qual o problema?
Eu senti dó dela.. "Dó" não era uma palavra muito boa de ser escutada.
Torci os lábios.
— Escuta aqui, Dulce! Você vai escolher,
entendeu? Dulce.. Dulce! Descobri, descobri. Contive meus gritos de
emoção pra ouvir a conversa.
— Como assim? Ela
exclamou, fitando os olhos da outra que apenas deu de ombros e começou a
caminhar na direção do pátio.
— Eu não me misturo com
piranhas ou santinhas e pensei que você soubesse disso. Piscou e
continuou caminhando, fiquei pensando em qual colocação eu estava mas decidi
ignorar. Quando iria alcançar a Dulce, ela já havia sumido. Me enfiei em um
canto mais vazio do pátio, o discurso da Am— .. O que queremos, é uma pequena homenagem ao Vinícius de
Moraes. Não vamos pedir muitas coisas, apenas alguém que cante e alguém que
possa declamar um de seus poemas. Sabemos que temos garotas com vozes
maravilhosas nesse colégio e muita gente de fora estará aqui.. Do que ela
tava falando?! — Para escolhermos teremos um pequeno teste
nessa noite, as interessadas procurem a sala de vídeo mais tarde. A Dulce
me procurou com os olhos e piscou. Ela não achava que eu me meteria nisso
né?!
Assim que todos começaram a sair a Dulce me seguiu, eu caminhei até um
lado mais afastado do colégio, tentando despistá-la, mas foi uma tentativa em
vão.élia já havia começado.— Você vai no teste né? Ela perguntou quando
conseguiu me alcançar, eu balancei a cabeça negativamente e ela entortou os
lábios. — Como não?! Balancei os ombros.
— Eu não vou conseguir.. Murmurei, ela segurou meus ombros
com um pouco de força. Seu perfume era gostoso, eu não lembro de ter comentado
isso antes. Era angelical como ela.
— Claro que você
vai! Me balançou algumas vezes como se isso fizesse a história entrar em
minha cabeça. Me soltei com um pouco de dificuldade e colei as costas na
parede.
— Não vou não, Dulce! Ela me olhou
surpresa ao perceber que eu havia descoberto seu nome. Eu ri baixo e ela sorriu
de forma maliciosa, estranhei, mas mantive meu corpo no mesmo lugar.