Fanfic: milonga... | Tema: portiñon

— Não vou te deixar sozinha.. Sussurrou, eu beijei
seu rosto diversas vezes.
— Anahí, leve sua mãe até uma
sala reservada. Amélia comentou, fitando os olhares curiosos. Eu assenti,
percebi que mamãe olhava muito a Dulce e segurei em sua cadeira de rodas,
empurrando ela até uma sala vazia da escola. Quando entramos, eu fechei a porta
e coloquei uma cadeira na frente da dela. Sentei ali e olhei seu rosto. Ela
suspirou e eu segurei suas mãos geladas entre as minhas. Abaixei a cabeça, ela
permaneceu em silêncio alguns segundos. Logo apertou minhas mãos.

— Por que tá de cabeça baixa? Eu olhei seu rosto, e
balancei os ombros como se fosse óbvio que pela vergonha. Ela sorriu de canto.
— Você não tem que ter que vergonha do que você é.
Sorri de leve.
— Você não acha errado? Perguntei
com um pouco de receio. Ela desviou o olhar enquanto pensava, mas não demorou a
voltar a me olhar.
— Não vou dizer que acho totalmente
normal. Mas eu quero que você seja feliz, querida. Eu não fui feliz, e
não posso te impedir que seja, e se é uma menina que te faz bem, e acima de tudo
te respeita. Eu te dou minha benção. Meus olhos marejaram e eu beijei seu rosto
mais uma vez.
— Mamãe, eu te amo! Passa o dia
comigo? Perguntei empolgada, ela fez um pequeno bico.
— Eu já tenho que ir, querida. Digamos que eu fugi, sua tia está
me esperando lá fora. Sabe o que eu quero que faça? Esperei que ela
continuasse. — Que você vá até lá e faça aquela ruiva sorrir
de novo. Ri baixo, e arqueei uma das sobrancelhas.
— Como você sabe que é ela? Ela riu, apertou minhas mãos
mais uma vez.
— Eu vi nos olhos dela o carinho que sente
por você, por isso estou te apoiando. Mas não vá aprontar, tudo bem? Obedeça as
regras, isso te faz não perder o direito de ser o que você quiser. Selou
meus lábios com carinho e eu sorri, completamente emocionada. — Eu amo você, Anahí. Piscou.

Conversamos mais alguns minutos apenas sobre meus estudos e ela me convidou pra
ficar na casa dela esse final de semana. Eric estaria viajando, e ela queria
conhecer a Dulce, como era muito amiga da Amélia, conseguia nossos autorizações
numa boa.

Levei ela até a diretoria e nos despedimos com um abraço muito
apertado e sincero. Eu me sentia aliviada agora, era a única autorização que eu
precisava. Beijei seu rosto diversas vezes e olhei um pouco receosa pra minha
tia, mas deixei que ela me abraçasse.

Eu tinha que perdoar as pessoas porque era
isso que Deus havia me ensinado. Logo elas se foram, e eu fiquei longos minutos
correndo pela escola até encontrar a Dulce em um dos banheiros do colégio.

Ela estava no espelho, arrumando sua tiara cor de rosa, e eu fechei a porta
completamente ofegante. Fiquei olhando seu rosto enquanto respirava fundo.