Fanfic: milonga... | Tema: portiñon

— Não quero que você vá embora! Sussurrou, eu beijei
a ponta do seu nariz e a abracei com muita força.

—
Gostei muito de conhecer você.. As lágrimas já tomavam meus olhos, a Bell
havia se tornado uma grande amiga, ela me apertou.

—
Posso te prometer uma coisa? Eu me afastei um pouco e olhei seu rosto.
Ela também chorava, tão linda.. Escorreguei meus dedos pelas pequenas lágrimas e
assenti. — Ano que vem eu vou estudar no mesmo colégio que
você! Meus olhos brilharam e eu sorri.

—
Sério? Ela balançou a cabeça positivamente e beijou minha
bochecha.

— Sim, meus pais queriam me mudar de
colégio, e agora saber que posso ficar perto de você vai ser muito bom.
Sorri e a abracei mais uma vez.

— Vamos
embora hoje ou não? A Dulce apareceu na porta, nós duas a olhamos e a
Bell sorriu para cumprimentá-la, o sorriso não foi correspondido e eu arqueei
uma das sobrancelhas. Dei as costas pra ela e voltei a abraçar a Bell.

— Até o ano que vem.. Sussurrei e sorri, beijei sua
bochecha mais uma vez e caminhei até a Dulce. Ela segurou meu braço e foi me
puxando dali na direção do nosso ônibus.

— Eu deixei
uma carta pra você.. Ela me observou, sentamos nos últimos bancos do
ônibus.

— E por que eu não recebi? Fiz um
pequeno bico e apontei a Reeh, ela grunhiu. — Um dia eu mato
essa menina! Soltei um riso baixo e ela segurou meu rosto, selou meus
lábios rapidamente e olhou meus olhos. — Eu fiquei muito
triste, eu não consigo imaginar minha vida sem você.. Sorriu e eu a
abracei, deitando a cabeça em seu ombro. Mal sabia ela que eu morreria se me
tirassem de perto dela.
O ônibus estava todo em silêncio, já era muito tarde
e como o colégio era longe, as luzes estavam apagadas e muitas meninas estavam
dormindo. A Dulce era uma delas. Me afastei um pouco e fiquei observando seu
rosto, tão linda, tão minha.. Afastei algumas mechas dos seus cabelos do rosto e
encostei meus lábios nos dela devagar. Ela abriu os olhos e fitou os meus, eu
ainda estava um pouco chateada e ela percebeu.

— Tá
triste comigo, né? Assenti devagar e fiz um pequeno bico, ela
sorriu.

— Me perdoa, meu amor.. Não vou fazer isso de
novo. Ela deslizou a mão pelo meu rosto, estávamos sussurrando procurando
não fazer tanto barulho.

— Eu fiquei muito triste, queria tanto que a apresentação
tivesse sido perfeita pra você também.. Eu estava de cabeça baixa e ela a
levantou pelo meu queixo.

— Foi perfeito pra
mim. Olhou meus olhos, eu balancei a cabeça negativamente. — Claro que foi, você tem a voz mais linda que eu já ouvi.. Eu
juro, eu me senti única ali, como se só existisse você cantando pra mim,
Anahí. Acabei sorrindo, ela se aproximou um pouco mais e tocou seus
lábios nos meus. Meu coração acelerou enquanto eu sentia o cheiro do perfume
dela. Respirei fundo, como se pudesse guardar aquele cheiro pra sempre em mim e
levei minha língua ao encontro da dela, deslizando-a sobre ela de forma gostosa.
Minha mão ficou acariciando sua nuca enquanto a dela abraçava minha cintura. O
beijo durou tempo o suficiente para nos deixar sem fôlego. Quando eu me afastei
e abracei seu corpo, pude observar a Reeh olhando a gente. Ela não se importou
em desviar o olhar quando eu a encarei e eu tive vontade de bater nela. Seus
olhos eram sem rumo, tristes. Eu não queria ter pena dela, mas era difícil
quando você via alguém apenas existir.. Ela precisava viver uma vida, que não
fosse a minha.