Fanfic: milonga... | Tema: portiñon

— Sai dessa sala, espera lá fora! Ela gritou pra
Dulce, a Dulcea me olhou e eu apenas assenti, seria pior se ela resolvesse
implicar agora. Ela se levantou e beijou minha cabeça sem se preocupar com a
presença da mãe, foi saindo da sala, deixando apenas nós duas. Eu.. e o Diabo em
forma de gente.

— O que eu vou continuar fazendo
aqui? Perguntei, ela levantou da cadeira e se aproximou de
mim.

— Você não tem modos né? Não deve ter nada de
educação. Onde vive sua mãe? Nunca deve vir te buscar, porque nenhuma mãe quer
ter uma filha sapatão que nem você. Sabe do que eu sinto vontade agora? De bater
na sua cara! De te matar, sua nojenta. Doente! Eu não conseguia falar
nada, nada parecia acabar com aquele vulcão cuspindo fogo por todos os lados.
Cuspindo fogo em mim. Apertei os olhos e tentei conter as lágrimas, não queria
chorar na sua frente.
— Você não pode falar assim
com--

— EU FALO COMO EU QUISER! Escuta aqui, Anahí. Eu acabo com a
sua vida, acabo com a vida da Dulce. Eu mato vocês duas, mas vocês não vão ficar
juntas. Eu queimo vocês duas, e mando vocês pro inferno. Eu não vou deixar você
com o meu bebê, não vou! Ela me puxou pelo braço me fazendo ficar em pé.
Tive que levantar a cabeça pra olhar seu rosto. — Não ouse
se meter comigo, garota. Ou eu piso em você.. Mosquito. Me empurrou
novamente, me fazendo cair sentada na cadeira. Pegou sua bolsa da outra cadeira
e foi saindo da sala. Me encolhi inteira na cadeira enquanto chorava
desesperadamente. Nunca havia sentido tanto medo, nunca havia sentido nenhum
sentimento tão ruim, nem com Eric. Abracei meus joelhos e deixei os soluços
fugirem da garganta. Ela já havia me pisado, já havia acabado comigo. E agora eu
não via nenhuma solução que pudesse livrar a gente dela. A mulher não deixaria
nada no lugar..
Não sei quanto tempo chorei, mas acabei sendo calada pela
Dulce. Ela surgiu na porta um bom tempo depois, talvez a louca da mãe a tivesse
segurado. Ela olhou meus olhos e eu balancei a cabeça negativamente diversas
vezes sem saber o que fazer. Ela foi caminhando pra perto de mim e eu me
levantei antes que ela encostasse. Dei a volta pra sair da sala.

— O que você tá fazendo? Não respondi, fui caminhando o
mais rápido possível pra fora da sala. Respirei fundo quando vi o jardim e
comecei a correr. Tentei me lembrar do caminho do lago de antes e não foi muito
difícil. O cheiro de paz me invadiu e eu fechei os olhos, parando na frente do
lago com os braços abertos. Desejei viver ali, desejei poder ser eu mesma,
desejei poder sem feliz sem ser recriminada por isso. Desejei voar..

Tirei meus sapatos e sentei na grama, coloquei meus pés dentro da água e fiquei
observando o lago. Eu não sabia se deveria continuar com a Dulce. Não queria lhe
fazer mal, e não queria morrer de desgosto. Eu sabia que meu coração se
despedaçaria se eu ficasse sem ela. Fechei os olhos novamente e senti algumas
lágrimas escorrerem pelo meu rosto. As palavras da mãe dela enchendo a minha
mente, apertei a grama entre as mãos e arranquei um pouco de terra dali. O choro
invadiu minha garganta mais uma vez, e um sentimento de não poder fazer nada me
enlouqueceu.

— Amor? Pulei de susto ao ouvir
a voz da Dulce. Não tive coragem de olhá-la.

— Não
quero falar com você.. Sussurrei, olhando meu pé pela água.

— O que ela te disse? Balancei a cabeça negativamente. Ela
insistiu.

— NÃO QUERO FALAR! Gritei, e fui
levantando afim de fugir dela mais uma vez. Ela segurou minha cintura e me fez
abraçá-la. Dei alguns tapas em suas costas e ouvi um soluço dela. Deveria estar
tão machucada quanto eu. Escondi o rosto entre a curva do seu pescoço e fiquei
sentindo o cheiro dela, tentando me acalmar. Eu a amava tanto que chegava a
doer.. Eu não queria sair do seu abraço. Eu queria que aquele momento fosse
eterno, eu não conseguiria suportar se ela não fosse mais o meu motivo de
respirar. Seria como se todo o resto do ar estivesse poluído de algo que me
cortasse por dentro quando inalado.

pronto amores...

por hj é so....

comentrem sim????