Fanfic: milonga... | Tema: portiñon

— Você não pode me deixar.. Ela se afastou, segurando
meu rosto entre as mãos. Eu olhei seus olhos, o castanho cheio de mágoa me fazia
querer poder colocá-la no bolso.

— E como vamos fazer
com a sua mãe? Ela me olhou por vários segundos. Mordeu o lábio inferior
e girou os olhos.

Não havia resposta.

— Não
podemos fazer nada. Confirmei meu pensamento e toquei seu queixo, puxando
seu rosto ao encontro do meu. — Mas podemos ficar juntas, e
aguentar.. Ela deu um pequeno sorriso. Eu segurei seu rosto pertinho do
meu e fechei os olhos. Fiquei sentindo sua respiração forte acariciar meu rosto
de jeito um pouco grosseiro. Rocei nossos lábios com carinho e fui encaixando
eles. Minha língua percorreu a sua e nossos lábios se massagearam. Fui
envolvendo meus braços no seu pescoço e os seus agarraram a minha cintura como
se fosse a última vez. Eu sentia um coração batendo muito forte, mas eu não
conseguia descobrir se era o meu ou o dela. Talvez fosse os dois, que se
tornaram um só de tanto amor. Ela foi afastando nossos corpos aos poucos e eu
deixei um sorriso fugir dos lábios.

— Eu amo você com tudo que há em mim. Sussurrei e ela
riu, selando meus lábios vermelhos com carinho. Foi tentando me puxar pro lago,
enquanto eu arrastava os pés pela areia.

— Vamos
nadar, peixinho. Gritou. Tentei envolver as pernas na sua cintura pra não
me molhar e quase caímos. Era bom conseguir ser feliz com ela mesmo com tanta
coisa acontecendo.

— Não vaaamos não! Gritei,
mas era tarde demais, minhas pernas já estavam molhadas.
Quando voltamos para
o colégio, a Emmy convidou nós duas para que fôssemos a sua sala. A seguimos e
minha cabeça estava baixa. Algo me dizia que não aconteceria nada de bom lá
dentro, na verdade isso era bem óbvio. Ela sentou em seu lugar e ficamos
sentadas em sua frente. Ela me olhou por vários segundos e colocou as pequenas
mãos sobre a mesa.

— Sua mãe veio conversar comigo,
Dulce. Fitou a Dulce, eu me ajeitei na cadeira e coloquei as mãos sobre o
colo. — Me pediu para expulsar a Anahí da escola.
Arregalamos os olhos. Eu não podia ir embora, não teria aonde ir. — Me contou algumas coisas, que eu não quero comentar agora,
ainda estou pensando sobre. Mas não vou te expulsar, querida. Me lançou
um pequeno sorriso.

— E agora? Perguntei, ela fez um pequeno bico. Mexeu
em seu cabelo branquinho.

— Você está de suspensão de
dois dias. Precisava dar algo pra ela. Suspirei. Ficar na rua por dois
dias não seria fácil, mas eu não tinha solução. — Mas eu
pedi que a Amélia ficasse aqui em meu lugar, e vou passar esses dois dias com
você na minha casa. Nunca deixaria você sozinha. Tive vontade de chorar,
ela estava me tratando como ninguém havia feito por mim. Talvez como mãe.


O resto do dia passou com calma, organizei minhas coisas juntos com a
Emmy e partimos pra sua casa. Me despedi rapidamente da Dulce, não era justo
fazê-la esperar. No caminho, eu observava todas as ruas. A vida fora daquele
colégio era tão desconhecida pra mim, e mesmo desconhecida, não me interessava.
Na verdade, só me interessava um futuro que me deixasse passear pelas ruas com a
Dulce, casadas, felizes. Como eu sabia que seríamos se deixassem que fôssemos
felizes.
A casa era simples, de uma velhinha solteira. Ela me levou até um
quarto e eu estranhei a forma que ele era arrumado.
Como se fosse feito para
um bebê, e tinha uma cama muito pequena, mas como eu não era tão grande, com
certeza caberia ali. Sua expressão mudou um pouco quando entramos, mas ela me
seguiu e sentamos na cama. Eu abracei uma grande estrela que havia ali de
pelúcia e ela deu um pequeno sorriso.

— Espero que você fique bem, Anahí. Segurou minhas
mãos e girou os olhos pelo quarto, suspirou. — Esse foi o
quarto da minha filha.. Ela nunca chegou a usá-lo. Entortei os
lábios.

— Por que não? Teve outro? Ela
suspirou e foi se ajeitando na cama.

— Morreu,
querida. No parto.. Não quis perguntar o porquê, meu coração ficou
apertado ao ouvir aquilo. Pobre, Emmy. Sempre foi tão sozinha, e tão
maravilhosa. Eu adoraria que ela fosse minha mãe.

—
Nossa.. Ela beijou uma de minhas mãos e depois me olhou nos olhos, mais
atenciosa dessa vez.

— Pequena, temos que conversar..
Eu assenti, ela sorriu de leve. — Eu não vou te fazer
nenhum mal, e vou fazer o possível pra que não o façam. Eu gosto muito de você,
Anahí. Sei de toda sua história e sei do quanto você é guerreira, sonhadora,
feliz com o que tem. Você tem tudo pra ser uma menininha revoltada como muitas
que eu vejo, mas você é especial, quer sempre o bem das pessoas.. Meus
olhos marejaram, e eu abri um sorriso. — Mas.. Infelizmente,
querida. Temos que aprender a lidar com todas as dores que as outras pessoas nos
causam. Infelizmente, muitas coisas ainda vão acontecer que vão querer te fazer
desistir de tudo. As pessoas não tem dó dos sonhos das outras, ninguém cuida da
dor se ela não é sua. Ninguém respeita o que nunca sentiu.. Algumas
lágrimas percorreram meu rosto e ela apertou minhas mãos.

— Você tem que ser você mesma! E tem que ser forte, quando
algo tiver que ser seu, isso será. Não deixe que ninguém pise nos seus sonhos,
querida. Você não é uma qualquer.. Dito isso, ela me puxou, abraçando meu
corpo com tanto carinho que eu desabei no choro. — As coisas
não vão ser fáceis daqui pra frente, mas o mundo não para de girar.. Tudo se
renova, Anahí. Nenhuma dor é eterna. Foi se ajeitando na cama, e me
colocou deitada com a cabeça em seu colo. Ficou acariciando meus cabelos
enquanto eu tentava controlar o choro que saía desesperado.

Acabei
dormindo ali, no colo da Emmy, sentindo seu carinho e tendo vontade de que
aquilo acabasse de uma vez.

linda hqh...vc tem face??? se tiver me add ai: ivoneide santos... colok desse jeito...eu to com uma blusinha azul com uma menina de vestido rosa fazendo biquinho.... e na foto pequena to com uma garotinha morena de saia azul e blusa amarela....