Fanfic: milonga... | Tema: portiñon

Maio de 1990 - Quinta

Meu cabelo era acariciado quando abri os olhos. Estávamos deitadas de conchinha
e eu me permiti fingir que ainda estava dormindo enquanto ela me fazia carinho.
Fiquei observando em nossa volta, o quanto nós éramos felizes e fortes
independente do que acontecia. Fui me virando aos pouquinhos e ela retirou a mão
e observou meu rosto. Lancei um sorriso em sua direção.

— Bom dia! Sussurramos juntas e rimos depois. Logo depois
ouvimos a voz de Emmy chamando todas as meninas das barracas. Trocamos de roupa
de forma preguiçosa e depois nos beijamos carinhosamente. Fomos saindo da
barraca e todas as meninas já estavam lá. Caminhamos até a única lanchonete que
havia por ali, tínhamos tudo pago. Sentamos em uma grande mesa e a Reeh sentou
ao nosso lado. A Dulce fez uma cara feia, e eu lhe lancei um olhar triste. Não
queria mais briga.

— Anahí, tenho que te mostrar uma
coisa. De repente a Reeh chamava nossa atenção, olhamos ela ao mesmo
tempo e a Dulce deu de ombros.

— Eu não quero ver.
Se levantou da mesa e a Reeh suspirou.

—
Ninguém te convidou mesmo. A Dulce quis voltar, mas a minha expressão a
convenceu. Ela se afastou e a Reeh sentou mais perto de mim. Abriu uma pequena
bolsa que carregava e tirou dele um álbum de fotos. Virou uma foto na minha
direção.

— Eu tirei de vocês escondida. Achei muito
linda, até parece que são mais velhas. Tem uma sua também. Observei as
fotos, eram realmente lindas. Passei os dedos sobre elas e olhei o rosto da
Reeh. — Minha mãe me deu a câmera faz um tempinho. Aliás, eu
tava esperando você fazer as pazes comigo pra te mostrar. Sorri. Ela me
entregou as fotos, e eu coloquei dentro da roupa. — É pra
vocês ficarem sempre juntas. Comentou e beijou minha bochecha, levantou
de lá depois. A Dulce não demorou até estar voltando com uma expressão nada boa ..Depois de todas estarem satisfeitas, um moço sugeriu uma trilha. A Emmy não iria
com a gente porque subir uma montanha era muito difícil pra ela. Fomos
caminhando atrás dele e eu mantive meu braço envolvido no da Dulce.

O sol
estava quente e nossos corpos esquentavam cada vez mais com nossos passos pelo
meio daquele mato. A trilha era complicada, mas todas as árvores que nos
cercavam eram lindas. Eu agradeci por estar de short e a Dulce deve ter feito o
mesmo. Passou as mãos na minha testa várias vezes para afastar
cabelos.

— Não aguento mais! Uma das meninas
gritou. Deveríamos estar caminhando há uns vinte minutos sem parar. Ele apontou
para um pouquinho mais, estávamos quase no topo da montanha.

Quando
chegamos lá em cima, o céu já se encontrava laranja de novo. Eu sentia minhas
pernas pesarem e pensei que desmaiaria quando chegasse lá em cima.

E
quase desmaiei..

Mas foi de emoção. Eu nunca havia visto nada tão lindo.
Era como se estivéssemos voando pela velocidade que o vento batia em nossos
corpos e quando olhávamos para baixo, havia um infinito verde, maravilhoso