Fanfic: milonga... | Tema: portiñon

— Dá pra você parar, o que você quer, Anahí?! Meus olhos encheram de
lágrimas e minha cabeça doeu. Suspirei.

— Que você me
deixe em paz.. Tentei ser firme, ela se aproximou de mim e me puxou com
força até que eu ficasse em pé. Me olhou nos olhos.

—
Olha aqui, Anahí! Eu entendo toda a sua dor, e sei o que você tá passando, mas
não é justo você querer afastar quem te ama de você! Algumas lágrimas
percorreram meu rosto.

— E é justo afastarem quem eu
amo de mim? Quase gritei, ela foi largando meu corpo e balançou a
cabeça.

— E desde quando você tem que pagar na mesma
moeda pras pessoas? Perguntou, foi caminhando na direção da porta. — Eu não quero ver você morrer.. Abriu a porta e passou
por ela, a bateu com força depois. Deitei na cama e tentei organizar minhas
ideias, senti saudades do abraço da Dulce me dizendo que tudo ficaria bem. A
solidão era o pior de tudo, eu não precisava mais ver ninguém, ninguém me faria
sentir a mesma coisa, eram todos sem graça. E morrer já não significava muita
coisa, na verdade era o que eu mais queria..
Passei o resto da tarde pensando
em como acabar com tudo aquilo. Todo aquele sofrimento havia me deixado cheia, e
Deus já havia me dado meu sinal. Era isso que ele queria, que eu saísse daquele
lugar.

23h da noite. Todas as meninas estavam em seus quartos, todas sonhando. Eu havia
me decidido, sabia o que eu queria.. Eu queria morrer..

Isso deveria
parecer dramático, mas a dor já era tão forte que eu nem pensava no que aquilo
significava. Na verdade, eu até sabia que era um caminho sem volta.. Mas por que
eu voltaria? Não havia nenhum motivo para que eu estivesse viva. Eu não tinha
mais amor, não tinha mais carinho, não tinha notícias, não tinha nada. Pra que
insistir que um coração fraco continue batendo?

Caminhei pelos corredores
da escola. De repente, uma parte de mim lutava contra a outra, queria desistir,
tinha medo de sentir algo ainda pior. A outra parte gritava: Covarde, em minha
mente. Passei pela enfermaria e peguei alguns remédios que eu sabia que me
ajudariam, que eram o que eu precisava. Eu os apertava entre as mãos vermelhas,
e meus olhos soltavam lágrimas desesperadas. Eu não queria voltar, eu não podia
voltar.

Eu não quero lembrar que te perdi, eu não
quero lembrar que chegamos ao nosso fim eu não quero lembrar que eu vou acordar,
sabendo que meus olhos não vão te encontrar.
Eu não quero lembrar que tudo
acabou pra mim

Saí pelas portas do colégio e comecei a correr na
direção do jardim, parei perto do luz e lhe beijei demoradamente a cabecinha. Eu
havia escrito uma carta, e nela dizia o que fazer com ele. O choro se tornou
mais forte quando eu encontrei o lago de antes. As imagens da Dulce comigo
naquele lugar me deixaram desesperada.