Fanfic: milonga... | Tema: portiñon

Narrando como Regina:

Todas as meninas haviam sido acordadas mais cedo naquela manhã. Ninguém avisou
nada, apenas fomos todas reunidas no salão. Logo a Emmy estava subindo no
pequeno palco, os olhos estavam inchados, e eu girei os olhos pelo salão. Senti
falta da Anahí e meu coração gelou.

— Bom dia
meninas, desculpa ter feito vocês acordarem mais cedo.. Mas aconteceu uma coisa
horrível. De repente, meu coração acelerou, como se eu soubesse o que
havia acontecido. Sentei no chão como todas as outras. —
Todas vocês conhecem nossa querida Anahí.. Mas, hoje pela manhã.. Seu corpo foi
encontrado no lago, um cachorro que nem sabemos de onde veio, chegou no colégio
e latia desesperado, o seguimos e encontramos seu corpo. Não sabemos se ela caiu
e se afogou, o que aconteceu ainda.. Mas estamos todos muito tristes porque
aquela menina era um anjo.. O silêncio tomou conta daquele salão. Eu não
sabia se chorava, ou se odiava a Dulce ainda mais. Não consegui ficar para ouvir
o resto, sai correndo para o quarto. Ela não podia ter feito aquilo, não podia!
Ela nem se despediu de mim..

Quando entrei no quarto, fui remexer sua cama até que encontrei seu diário por
baixo dos cobertores. Em cima dele havia um
bilhete:

"Regina..
Obrigada por ter sido tudo o que você foi em
minha vida.
Vou te guiar, meu amor.. Vou te guiar.
Você sempre vai ser
minha melhor amiga.
E eu te amo demais..
E por favor, entregue esse diário
exatamente assim para a Dulce.
Não importa onde, a
encontre.."

Passei o resto da tarde chorando sobre aquele diário
velho. Logo depois, consegui autorização para ir até a casa da Dulce entregar o
diário, e convidá-la ao enterro, Emmy me passou seu endereço escondida de
Amélia. Soube que ela havia feito 18 anos há três dias. A odiei por não ter
feito nada ainda. Tive vontade de não entregar o diário, de deixar que ela
morresse sem saber da minha pequena.. Assim como a pequena morreu sem saber
dela..
Maldita!

O carro da escola me deixou na frente da casa da Dulce. Controlei minha
respiração enquanto apertava o diário entre as mãos, não deixaria de realizar o
desejo da Anahí, como eu queria ter salvado ela. Respirei fundo e toquei a
campainha. Uma, duas, três vezes até que ouvisse o barulho da porta sendo
destrancada. Para a minha sorte, a Dulce a abriu. Ela me observou e arqueou uma
das sobrancelhas. Girou os olhos pra ver se havia alguém que poderia me ver lá.
Ela estava mais magra, e seu cabelo mais curto. Suspirei e apontei o diário em
sua direção.

— O que é isso? O que você tá fazendo
aqui? Segurei a vontade que me consumia de bater nela e ela segurou o
diário entre as mãos.

— O diário da Anahí, eu vim te
fazer um convite. Ela ainda parecia surpresa, dei de ombros.

— Mas minha mãe nunca vai deixar eu ir até lá. Convite pra quê?
Fiquei incrivelmente nervosa ao ouvir aquilo. Observei seu
rosto.

— Sua mãe não vai te deixar nem ir ao enterro
da Anahí, Dulce?! Sua boca se abriu e ela ficou quieta alguns segundos.
Depois me fitou em desespero.

— O QUE? Gritou,
eu a observei, meus olhos ficaram cheios de lágrimas.

— Ela morreu, Dulce.. Ela se matou POR SUA CAUSA! A acusei
cheia de ódio, eu precisava vê-la sentir o que minha pequena sentiu. As lágrimas
começaram a rolar pelo seu rosto e ela segurou minhas mãos, derrubando o diário
no chão.

— Reeh, eu ia buscá-la! Eu juro! Meu pai
tava me ajudando, ele ia me deixar fugir com ela.. Não acredito, você tá
brincando comigo né?! Balancei a cabeça negativamente, ela esfregou o
rosto, puxando os cabelos. — Eu quero vê-la. Por favor, me leva, me leva aonde
ela tiver.. Pegou o diário do chão e saiu correndo na direção do carro do
colégio depois, ouvi sua mãe gritar na porta enquanto o carro começava a
acelerar.
Choramos juntas até o colégio, e eu até senti um pouco de pena
dela.