Fanfics Brasil - CAPÍTULO II ॐ ℓιçõєѕ ρяιναdαѕ ॐ dyc

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Capítulo: CAPÍTULO II

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Dulce ficou de pé e levantou o queixo. Sua boca tinha uma careta afetada.

- Não é necessário que zombe de mim, senhor Uckerman - disse com calma, apesar de que lhe custou um árduo esforço modular a voz. Sabia que não era muito atraente; não necessitava que ninguém o recordasse com sarcasmo. Pelo geral, sua própria insignificância não a inquietava.

Tinhaassumido como um fato inalterável, como que o sol saísse pelo oeste. O senhor Uckerman, entretanto, a fazia sentir-se estranhamente indefesa, e lhe resultava surpreendentemente doloroso que lhe houvesse dito tão às claras o pouco atraente que era.

As sobrancelhas do Chris, retas e negras, juntaram-se sobre seu nariz aquilino.

- Não estava zombando de você – replicou. - Falava muito a sério, senhora. Quero que saia de minha montanha.

- Então partirei, é obvio - respondeu ela com firmeza. - Mas insisto em que não era necessário que zombasse de mim.

Ele pôs os braços em jarras.

- Zombar de você? Como?

O rubor cobriu a tez deliciosa de Dulce, mas seus olhos azuis cinzento não vacilaram.

- Sei que não sou uma mulher atraente, dessas que despertam os... né... apetites selvagens dos homens.

Estava falando a sério. Dez minutos antes, Chris teria estado de acordo com ela em que era anódina, e bem sabia Deus que não vestia muito na moda, mas não deixava de assombrá-lo que não parecesse dar-se conta do que significava que ele fosse índio, nem do que tinha querido dizer com seu sarcasmo, nem sequer de que sua aproximação lhe tinha produzido uma forte excitação.

O palpite de seu sexo, ainda perceptível, recordou-lhe que aquela excitação não se dissipou ainda. Deixou escapar uma áspera gargalhada carente de humor. Por que não dar um pouco mais de cor à vida daquela mulher? Quando ouvisse a verdade pura e dura, largaria tudo e correria de sua montanha.

- Não estava brincando, nem zombando de você - disse, e seus olhos negros brilharam. - Tocá-la assim, estar tão perto de você que posso cheirar sua doçura, fez que me excitasse.

Ela o olhou com perplexidade.

- Que se excitasse? - perguntou, pasma.

- Sim - ela seguiu olhando-o como se falasse outro idioma, e Chris acrescentou com impaciência: - Ou que me deixou brincalhão, como quero dizê-lo.

Ela afastou uma mecha de cabelo suave que tinha escapado de seu coque.

- Está zombando outra vez de mim - reprovou-lhe. Aquilo era impossível. Ela nunca tinha posto... Nunca tinha excitado a um homem.

Chris estava incomodado, além de excitado. Tinha aprendido a dominar-se ferreamente quando tratava com brancos, mas aquela mulherzinha tão afetada tinha algo que lhe colocava sob a pele. Sentia-se tão cheio de frustração que acreditava estar a ponto de estourar. Não pretendia tocá-la, mas de repente descobriu suas mãos sobre a cintura dela, atraindo-a para si.

- Pode ser que necessite de uma demonstração - disse com voz baixa e áspera, e se inclinou para beijá-la.

Dulce começou a tremer, aturdida pela impressão. Seus olhos se aumentaram até ficarem enormes enquanto os lábios de Chris se moviam sobre os seus.

Ele tinha os olhos fechados. Dulce via cada uma de suas pestanas, e por um instante lhe maravilhou quão densas eram. Logo ele, que seguia agarrando-a pela cintura, apertou-a contra seu corpo robusto e Dulce deixou escapar um gemido de surpresa.

Chris aproveitou que tinha aberto a boca para lhe introduzir a língua. Ela se estremeceu outra vez e fechou os olhos devagar, ao mesmo tempo que um estranho calor começava a estender-se por seu corpo.

Aquela sensação prazenteira resultava estranha, e era tão intensa que a assustava. Um mundo de sensações novas a assaltavam e a aturdiam. Estava a firmeza dos lábios de Chris, seu sabor embriagador, a perturbadora intimidade de sua língua, que roçava a sua como se a convidasse a jogar.

Notava o calor de seu corpo; sentia o aroma quente e almiscarado de sua pele. Tinha os suaves peitos apertados contra o torso plano e musculoso do Chris, e os mamilos voltavam a lhe fazer cócegas daquela maneira tão estranha e embaraçosa.

De repente, Chris levantou a cabeça e Dulce abriu os olhos, desiludida. O olhar negro do Chris parecia queimá-la.

- Me beije - resmungou ele.

- Não sei como - balbuciou Dulce, ainda incapaz de acreditar que aquilo estivesse acontecendo.

A voz do Chris soava quase gutural.

- Assim - apoderou-se outra vez de sua boca, e desta vez ela abriu os lábios imediatamente, ansiosa por lhe permitir a entrada de sua língua e sentir de novo aquele prazer estranho e ondulante. Ele rodeou seus lábios com feroz prazer ao mesmo tempo que lhe ensinava como devia lhe devolver a pressão. Sua língua tocou de novo a dela, e desta vez Dulce respondeu timidamente, retribuindo ao assalto do Chris com leves carícias próprias. Era muito inexperiente para compreender o que significava sua rendição, mas a respiração do Chris se fez mais rápida e superficial, e seu beijo mais ávido e mais urgente.

Uma excitação aterradora, que ia mais à frente do simples prazer, estendeu-se pelo corpo de Dulce, convertendo-se em ânsia. Já não tinha frio. Ardia por dentro e seu coração pulsava tão forte que sentia como lhe golpeava as costelas.

Assim aquilo se referia ele quando dizia que queria brincar. Ela também queria brincar, e a assombrava pensar que ele pudesse sentir aquele mesmo desejo ansioso, aquele prodigioso desejo. Proferiu um som débil e involuntário e se aproximou mais a ele, não sabendo como dominar as sensações que os destros beijos do Chris agitavam nela.

Chris lhe apertou a cintura e um ruído áspero e baixo ressonou em sua garganta. Logo a levantou nos braços, apertou-a contra si e pegou os quadris da Dulce ao seu para lhe mostrar no que estado se achava.

Dulce não sabia que aquilo podia ser assim. Ignorava que o desejo pudesse produzir aquele ardor, pudesse lhe fazer esquecer as advertências de tia Ardith a respeito dos homens e das porcarias que gostavam de fazer às mulheres.

Dulce tinha chegado por sua conta a muito judiciosa conclusão de que aquelas coisas não podiam ser porcarias, ou as mulheres não as consentiriam, mas apesar de tudo nunca tinha paquerado ou tentado procurar noivo.

Os homens que tinha conhecido na universidade e no trabalho lhe tinham parecido pessoas normais, não avessos sátiros; sentia-se bem com eles, e a alguns inclusive os considerava seus amigos. O que acontecia era, simplesmente, que ela não era sexy.

Nenhum homem tinha jogado a porta abaixo para sair com ela; nem sequer se tinha incomodado em anotar seu número de telefone, de modo que sua relação com o sexo masculino não a tinha preparado para a fortaleza dos braços de Chris Uckerman, para a ânsia de seus beijos ou para a dureza de seu membro, que ele apertava contra seu púbis. E tampouco tinha suspeitado que ela nunca pudesse desejar algo mais.

Fechou inconscientemente os braços ao redor do pescoço do Chris e começou a esfregar-se contra ele, presa de uma frustração crescente. Sentia o corpo em chamas, vazio, tirante e ansioso ao mesmo tempo, e carecia da experiência necessária para dominar-se. Aquelas sensações, estranhas para ela, eram como uma onda que afogava sua mente e paralisava seus neurônios.

Chris jogou a cabeça para trás e apertou os dentes enquanto tentava dominar-se. Baixou o olhar para ela e um fogo negro iluminou seus olhos. Seus beijos tinham deixado os suaves lábios de Dulce vermelhos e inchados, e um rosa delicado coloria sua pele de porcelana translúcida. Ela abriu as pálpebras pesadamente e o olhou devagar.

O cabelo castanho claro estava solto por completo do coque, e caía, sedoso, ao redor de sua cara e de seus ombros. Seu semblante transluzia desejo; estava despenteada e sufocada, como se Chris fizesse algo mais que beijá-la, e assim era, em efeito, em sua imaginação.

Notava-a ligeira e delicada entre seus braços, apesar de que Dulce se esfregava contra ele com uma ânsia semelhante a sua.

Poderia levar-lhe à cama nesse mesmo instante. Sabia que estava muito excitada. Mas, quando o fizesse, seria porque ela teria tomado a decisão conscientemente, não porque estivesse tão turvada que nem sequer sabia o que fazia.

Sua falta de experiência resultava evidente. Até tinha tido que lhe ensinar a beijar... Seu pensamento se deteve tão bruscamente como se tivesse se chocado contra uma parede, e de repente compreendeu o que significava a inexperiência da Dulce. Deus santo, era virgem!

Aquela idéia lhe deu vertigem. Dulce o estava olhando com aqueles olhos azul cinzento, a um tempo inocentes e inquisitivos, lânguidos e cheios de desejo, como se esperasse que desse o seguinte passo. Não sabia o que fazer.

Tinha os braços fechados em torno de seu pescoço, seu corpo se apertava com força contra o dele, e suas pernas se separaram um pouco para permitir que Chris encontrasse lugar entre elas, e ela aguardava porque ignorava como proceder.

Nunca a tinham beijado. Nenhum homem havia acariciados aqueles seios suaves, nem tinham metido seus mamilos na boca. Nenhum homem a tinha amado.

Com os olhos ainda fixos nela, Chris tragou o nó que ameaçava asfixiando-o.

- Deus Todo-Poderoso, senhora, isto quase vai das mãos.

Ela piscou.

- Sim? - seu tom era afetado; suas palavras, claras; mas seus olhos seguiam tendo aquele olhar brumoso.

Chris deixou que o corpo de Dulce se deslizasse pelo seu lentamente, porque não queria soltá-la, e com delicadeza, porque sabia que tinha que fazê-lo, até que a deixou outra vez no chão.

Ela desconhecia as conseqüências que podia ter aquilo, mas ele não. Ele era Chris Uckerman, o mestiço, e ela era a professora. Os bons cidadãos da Ruth não quereriam que tratasse com ele; estava a cargo de seus filhos adolescentes, sobre cuja moral, ainda hesitante, exercia uma influência desmedida.

Nenhum pai quereria que sua filha, adolescente e impressionável, recebesse ensinos de uma mulher que estava atada com um índio que tinha estado na prisão. Céu santo, mas se até podia seduzir a seus filhos! Os antecedentes penais de Chris podiam ser relevados, mas sua origem racial jamais.

De modo que tinha que afastar-se dela, por mais que desejasse levar-lhe a seu quarto e lhe ensinar o que acontecia com um homem e uma mulher.

Ela seguia pendurada em seu pescoço, com os dedos escondidos entre o cabelo de sua nuca. Parecia incapaz de mover-se. Chris a agarrou e lhe afastou as mãos.

- Será melhor que volte depois.

Uma voz desconhecida se introduziu no sonho de Dulce, povoado por sensações recém descobertas. Afastou-se, sufocada, e girou para olhar ao recém-chegado. Junto à porta da cozinha havia um menino alto e moreno, com o chapéu na mão.

- Perdoa, papai. Não queria interromper.

Chris se separou dela.

- Fique. De todos os modos, veio aqui para ver a ti.

O menino a olhou surpreso.

- Qualquer um o diria.

Chris se limitou a encolher os ombros.

- É a senhorita Dulce Sanviñón, a professora nova. Senhorita Sanviñón, meu filho Joe.

Apesar de que estava sobressaltada, a Dulce surpreendeu que a chamasse «senhorita Sanviñón» depois dos instantes de intimidade que acabavam de compartilhar.

Mas ele parecia tão tranqüilo e comedido como se aquilo não o tivesse afetado absolutamente. Ela, em troca, ainda sentia a vibração discordante de cada um de seus nervos. Queria lançar-se em seus braços e render-se a aquele fogo que todo o rodeava.

Ficou, entretanto, ali parada, com os braços rígidos junto aos flancos e a cara rubra, e se obrigou a olhar ao Joe Uckerman. Tinha ido ver o menino; não podia esquecê-lo.

Enquanto sua confusão se dissipava, foi dando conta de que Joe se parecia muito a seu pai. Tinha só dezesseis anos, mas media já um metro oitenta e a largura de seus ombros, ainda imaturos, augurava que algum dia chegaria a igualar ao Chris em estatura e fortaleza.

Sua cara de poderosa estrutura óssea e expressão altiva, e seus traços cinzelados com precisão, pareciam uma versão rejuvenescida do rosto do Chris.

Era tranqüilo e comedido, muito possivelmente para um guri de dezesseis anos, e seus olhos eram de um estranho azul claro e brilhante. Aqueles olhos pareciam conter algo indomável, e também uma espécie de amarga resignação e um conhecimento que o faziam parecer maior. Era sem dúvida o filho de seu pai.

Dulce não pensava dar-se por vencida com ele. Estendeu-lhe a mão.

- Eu gostaria de falar contigo, Joe.

O menino manteve sua expressão distante, mas cruzou a cozinha para lhe estreitar a mão.

- Não sei por que.

- Deixaste o colégio - aquela afirmação não requeria constatação, mas Joe assentiu com a cabeça. Dulce respirou fundo. - Posso perguntar por que?

- Não me tinha perdido nada ali.

A Dulce a incomodou aquela asseveração lisa e serena. Não percebia naquele estranho moço incerteza alguma. Tal e como Chris havia dito, Joe tinha tomado uma decisão e não pensava mudar de idéia. Tentou pensar em outro modo de abordar a questão, mas a voz profunda e calma do Chris se interpôs em seu caminho.

- Senhorita Sanviñón, podem seguir falando quando tiver trocado de roupa. Joe, não tem por aí alguma calça velha que possa lhe servir?

Dulce viu, assombrada, que o menino a olhava de cima abaixo com olho perito.

- Acredito que sim. Possivelmente as que eu vestia quando tinha dez anos - seus olhos azuis e diamantinos brilharam um instante, zombadores, e Dulce esticou a boca. Por que se empenhavam os Uckerman em fazer notar sua falta de atrativo?

- Meias três-quartos, camisa, botas e jaqueta - acrescentou Chris à lista. - As botas ficarão grandes, mas com dois pares de meias não lhe sairão.

- Senhor Uckerman, asseguro-lhe que não preciso trocar de roupa. Com o que tenho posto me bastará até que chegue a casa.

- Não, nada disso. Hoje a temperatura máxima será de uns dez graus abaixo de zero. Não vai sair desta casa com as pernas nuas e esses estúpidos sapatos..

Aqueles sapatos tão judiciosos eram de repente estúpidos? Dulce sentiu o impulso de sair em defesa de seus sapatos, mas recordou imediatamente que a neve lhe tinha metido dentro e lhe tinha gelado os pés. O que no Savannah era sensato no inverno resultava desatinado em Wyoming.

- Muito bem - disse, mas só porque, afinal de contas, era o mais judicioso. Mesmo assim, incomodava-a aceitar a roupa do Joe, embora fosse por pouco tempo. Nunca se tinha vestido a roupa de outra pessoa; nem sequer sendo adolescente tinha trocado blusas com suas amigas. À tia Ardith aquelas confianças pareciam de má educação.

- Eu irei dar uma olhada em seu carro enquanto se troca - Chris vestiu a jaqueta e o chapéu sem incomodar-se em olhá-la e saiu.

- Por aqui - disse Joe, lhe indicando que o seguisse. Dulce pôs-se a andar atrás dele, e Joe girou a cabeça. - O que passou a seu carro?

- Soltou um mangueira da água.

- Onde está?

Ela se deteve.

- Na estrada. Não o viu ao subir? - de repente lhe ocorreu uma idéia espantosa. Teria se despenhado seu carro montanha abaixo?

- Subi pela frente da montanha. - Não é tão alta - de novo parecia zombador. - Seriamente tentou subir pela estrada de trás em um carro, você que não está acostumada a conduzir com neve?

- Não sabia que essa era a estrada de trás. Pensava que era a única que havia. É que não teria podido subir? Levo pneus antineve.

- Talvez.

Dulce notou que não parecia muito seguro de suas habilidades, mas não disse nada porque ela tampouco se sentia muito segura de si mesma. Joe a conduziu através de uma sala de estar rústica, mas cômodo e por um curto corredor, até chegar a uma porta aberta.

- Minha roupa velha está guardada no baú, mas não demorarei para tirá-la. Pode trocar-se aqui. É meu quarto.

- Obrigada - murmurou ela ao entrar na habitação.

O dormitório de Joe era tão rústico como a sala de estar, com suas vigas ao ar e suas grossas paredes de madeira. Não havia nada naquela habitação que indicasse que pertencia a um adolescente: nem equipamentos esportivos de nenhuma classe, nem roupa pelo chão. Em um canto havia uma cadeira de respaldo reto. Junto à cama, as estantes se estendiam do chão ao teto.

Saltava à vista que os armários estavam feitas à mão, mas entretanto não eram toscas. Tinham sido polidas, lixadas e envernizadas. Estavam lotadas de livros, e a curiosidade empurrou a Dulce a examinar os títulos.

Demorou um momento em dar-se conta de que todos eles estavam relacionados de um modo ou outro com a aviação, dos experimentos aeronáuticos de Da Vinci ao Kitty Hawk, passando pela exploração do espaço.

Havia livros sobre bombardeiros, caças, helicópteros, aviões-radar, reatores e aviões cisterna; livros sobre combates aéreos de todas as guerras desde que os pilotos se dispararam pela primeira vez com pistolas na Primeira guerra mundial; livros sobre aeronaves experimentais, sobre táticas de combate, sobre desenho de asas e motores.

- Aqui está a roupa. - Joe entrou sem fazer ruído e deixou a roupa sobre a cama. Dulce o olhou, mas o menino não se alterou.

- Você gosta dos aviões - disse, e se envergonhou de sua própria banalidade.

- Sim, eu gosto - admitiu ele sem inflexão na voz.

- Pensaste em dar aulas de vôo?

- Sim - entretanto, não acrescentou nada mais a aquela seca resposta. Limitou-se a sair da habitação fechando a porta atrás dele.

Dulce esteve pensando enquanto tirava lentamente o vestido e vestia a roupa que lhe tinha levado Joe. Aqueles livros não indicavam mero interesse pela aviação, a não ser uma autêntica obsessão. As obsessões eram coisas curiosas; as insanas podiam destroçar a um a vida; outras, em troca, impulsionavam a algumas pessoas a alcançar níveis mais elevados da existência, faziam-nas brilhar com luz mais forte, arder com um fogo mais intenso, e em caso de que não fossem alimentadas, faziam que se fossem murchando e que suas vidas se consumissem por inanição do espírito. Se estava certa, acabava de encontrar um modo de chegar até o Joe e fazê-lo voltar para colégio.

Os jeans ficavam bem. Irritada ao comprovar de novo que tinha a figura de um menino de dez anos, vestiu a camisa de flanela, que ficava grande, e a grampeou. Logo a arregaçou por cima das mãos.

Tal e como Chris havia dito, as botas, muito gastas, ficavam grandes, mas os dois pares de meias lhe acolchoavam o suficiente os pés como para que não lhe saíssem pelos pés. Davam um calorzinho delicioso, e Dulce resolveu economizar dinheiro daqui e de lá até que pudesse comprar um bom par de botas.

Joe estava jogando lenha ao fogo da enorme chaminé de pedra quando entrou, e um leve sorriso esticou sua boca ao vê-la.

- Asseguro-lhe que não se parece você nada à senhorita Langdale, nem a nenhuma outra professora que tenha conhecido.

Ela juntou as mãos.

- A aparência não tem nada que ver com a capacidade. Sou muito boa professora..., embora pareça um menino de dez anos.

- De doze. Eu vestia essas calças quando tinha doze anos.

- Grande consolo - ele se pôs-se a rir e Dulce se sentiu satisfeita porque tinha a sensação de que nem Joe nem seu pai riam muito. - Por que deixou o colégio?

Tinha aprendido que, se repetiam uma e outra vez as mesmas perguntas, freqüentemente se obtinham respostas distintas e ao final terminavam as evasivas e acabava aflorando a verdade. Joe, entretanto, ficou olhando-a com fixidez e voltou a lhe dar a mesma resposta.

- Não tinha perdido nada ali.

- Não tinha nada mais que aprender?

- Sou índio, senhorita Sanviñón. Um mestiço. O que aprendi o aprendi sozinho.

Dulce ficou calada um momento.

- A senhora Langdale não...? - deteve-se, não sabendo como formular a pergunta seguinte.

- Eu era invisível - a voz juvenil do Joe soou asperamente. - Desde que comecei a ir ao colégio. Ninguém se incomodava em me explicar nada, em me fazer perguntas, nem em contar comigo para nada. Até me surpreendia que me corrigissem os trabalhos.

- Mas foi o primeiro de sua classe.

Ele se encolheu de ombros.

- Eu gosto dos livros.

- Não sente falta do colégio? Aprender?

- Posso ler sem ir ao colégio, e se fico aqui todo o dia posso ajudar a meu pai. Sei muito de cavalos, senhora, talvez mais que qualquer um por aqui, exceto meu pai, e isso não o aprendi na escola. Este rancho será meu algum dia. Minha vida está aqui. Para que ia perder o tempo indo ao colégio?

Dulce respirou fundo e tirou o ás que tinha na manga.

- Para aprender a voar.

Joe não pôde impedir que em seus olhos aparecesse um brilho ávido que, entretanto, extinguiu-se imediatamente.

- Na escola da Ruth não posso aprender a voar. Pode ser que algum dia dê aulas.

- Não me referia a aulas de vôo. Referia-me à Academia das Forças Aéreas.

A tez bronzeada do Joe empalideceu de repente. Esta vez, Dulce não distinguiu um brilho de avidez, a não ser um desejo profundo e angustiado cuja força a impressionou como se Joe acabasse de vislumbrar um espião do céu. Ele girou a cabeça e de repente pareceu maior.

- Não tente me enganar. Isso é impossível.

- Por que? Vi sua fixa. Sua nota média é bastante alta.

- Mas deixei o colégio.

- Pode voltar.

- Com o tempo que perdi? Teria que repetir o curso, e não penso ficar sentado de braços cruzados enquanto esses casulos me chamam índio estúpido.

- Não perdeu tanto tempo. Eu poderia te dar aulas, te pôr em dia. Assim poderia começar o último curso em outono. Sou professora titulada, Joe, e para que saiba tenho excelentes créditos. Posso te dar todas as aulas particulares que queira.

Joe agarrou um atiçador e cravou sua ponta em um lenho de onde saiu voando uma chuva de faíscas.

- E do que serviria? – resmungou. - A Academia não é uma universidade em que alguém faz um exame de ingresso, pagando a matrícula e entra.

- Não. O normal é que te recomende um congressista de seu estado.

- Sim, eu sei, mas não acredito que nenhum congressista vá recomendar a um índio. Os índios estão nos últimos postos da lista de gente a que está de moda ajudar. Ou no último, melhor dizendo.

- Parece-me que dá muita importância a sua origem - disse Dulce com calma. - Pode jogar a culpa de tudo ao fato de ser índio ou pode seguir adiante com sua vida. Não pode fazer nada para impedir que outros reajam como o fazem, mas sim que pode mudar o modo em que reage você. Não tem nem idéia do que fará um congressista, assim por que jogas a toalha sem sequer tentar? Acaso é um perdedor?

Ele se ergueu; seus olhos claros tinham uma expressão feroz.

- Acredito que não.

- Então, já vai sendo hora de averiguá-lo, não acha? Desejas voar o bastante para lutar por esse privilégio? Ou quer morrer sem saber sequer o que é sentar-se na cabine de um avião?

- Você não se convence facilmente, senhora - murmurou Joe.

- Às vezes faz falta lhe dar um pau na cabeça das pessoas para que reaja. Tem coragem para tentá-lo?

- Mas e você? Às pessoas da Ruth não acharão nenhuma graça que me dedique tanto tempo. Eles seriam muito cruéis se estivesse sozinho, mas estando meu pai, eles são muito mais cruéis.

- Se a alguém não gostar que te dê aulas particulares, porei-lhe as coisas claras - disse ela com firmeza. - Entrar na Academia é uma honra, e essa é nossa meta. Se deixar que te dê aulas, porei-me a escrever aos congressistas de Wyoming imediatamente. Acredito que já vai sendo hora de que sua origem racial jogue a seu favor.

Resultava assombroso quão altivo podia parecer aquele rosto tão jovem.

- Não quero essa honra se só me derem isso porque sou índio.

- Não seja ridículo - repreendeu ela. - Não vão te aceitar na Academia só porque é meio índio. Mas se o fato de que o seja atrai o interesse dos políticos, para mim é estupendo. Assim terão mais presente seu nome. Mas o superar as provas de admissão só dependerá de ti.

Joe passou a mão pelo cabelo negro; logo se aproximou da janela, inquieto, e ficou olhando a branca paisagem.

- Seriamente acredita que é possível?

- Claro que é possível. Não é certo, mas é possível. Poderá voltar a te olhar ao espelho se não tentar? Se não o tentarmos?

Dulce ignorava o que terei que fazer para que um congressista se interessasse por um aluno e recomendasse seu ingresso na Academia, mas estava disposta a escrever uma vez por semana a quantos senadores e representantes por Wyoming houvesse no Congresso até que o averiguasse.

- Se aceitasse, teria que ser de noite. Aqui tenho muito trabalho.

- De noite me vem bem. Até a meia-noite pareceria bem, com tal de que volte para o colégio.

Lhe lançou um olhar inquisitivo.

- Fala a sério, não é verdade? Seriamente se importa que tenha deixado a escola.

- Claro que me importa.

- Aqui não há claro que valha. Já disse, a nenhum professor importava que aparecesse na classe. Certamente se alegravam de que não fosse.

- Bom - disse ela com sua voz mais enérgica, - pois sim me importa. Me dedico ao ensino, e se não puder ensinar e sentir ao mesmo tempo que estou fazendo algo que vale a pena, perco parte do que sou. Não é isso o que sente você respeito a voar? Que tem que fazê-lo ou morrerá?

- Desejo-o tanto que me faz sofrer - reconheceu ele com voz áspera.

- Tenho lido em alguma parte que voar é como lançar sua alma ao céu e correr para alcançá-la enquanto cai.

- Não acredito que a minha caísse - murmurou Joe enquanto olhava o céu claro e frio.

Olhava-o absorto, como se o paraíso lhe fizesse gestos do alto, como se pudesse contemplá-lo eternamente.

Possivelmente estives-se imaginando-se lá em cima, livre e selvagem, com uma máquina poderosa rugindo sob ele, subindo cada vez mais alto. Logo se estremeceu, sacudindo-se visivelmente daquele sonho, e se voltou para ela.

- Está bem, professora, quando começamos?

- Esta noite. Já perdeste bastante tempo.

- Quanto demorarei para me pôr em dia?

Lhe lançou um olhar mordaz.

- Te pôr em dia? Vai deixá-los atrás. O tempo que demore depende do que te esforce.

- Sim, senhora - disse ele, e sorriu um pouco.

Dulce pensou que de repente parecia outra vez mais jovem, mais menino. Era, em todos os sentidos, muito mais amadurecido que os guris de sua idade que iam às aulas da Dulce, mas parecia que acabavam de lhe tirar um grande peso de cima.

Se voar significava tanto para ele, o que tinha sentido ao condenar-se a um futuro que lhe negava seu maior desejo?

- Pode estar em minha casa às seis? Ou prefere que eu venha aqui? - Dulce pensou naquela estrada de noite e com neve e se perguntou se seria capaz de chegar se Joe preferisse que ela fosse ao rancho.

- Como não está acostumada a conduzir com tanta neve, irei eu a sua casa. Onde vive?

- Desce pela estrada de trás e vira à esquerda. É a primeira casa à esquerda - ficou pensando um momento. - Bom, acredito que na realidade é a única que há.

- Sim. Não há mais casa num raio de oito quilômetros . É a velha casa dos Witcher.

- Isso me disseram. A junta escolar foi muito amável por me proporcionar um lugar onde viver.

Joe parecia pouco convencido.

- Será que não tinham outro modo de conseguir uma professora na metade de curso.

- Bom, em qualquer caso o agradeço - disse ela com firmeza, e olhou pela janela. - Seu pai não deveria ter retornado já?

- Depende do que encontrou. Se puder, arrumará o carro ali mesmo. Olhe, aí vem.

A caminhonete negra se deteve rugindo diante da casa e Chris desceu dela. Subiu ao alpendre, deu umas pancadas para tirar neve das botas e abriu a porta. Seu olhar frio e negro brilhou um instante sobre seu filho e logo sobre a Dulce.

Seus olhos aumentaram levemente enquanto examinava as esbeltas curvas que deixavam os velhos jeans do Joe deixavam em evidência, mas não fez nenhum comentário a respeito.

- Recolha suas coisas - disse a Dulce. - Tenho uma mangueira de sobra que serve para seu carro. Colocaremos e a levarei para casa.

- Posso ir em meu carro - respondeu ela. - Mas obrigada por se preocupar. Quanto é a mangueira? Quero pagar-lhe.

- Considere-o uma amostra de amabilidade de um vizinho por volta de uma recém chegada. Mesmo assim, a levaremo pra casa. Prefiro que aprenda a conduzir com neve em outro lugar, não em minha montanha.

Seu rosto bronzeado parecia inexpressivo, como sempre, mas Dulce teve a sensação de que tinha tomado uma decisão e não pensava dar seu braço a torcer. Foi procurar seu vestido à habitação do Joe e o resto de suas coisas à cozinha.

Quando retornou à sala de estar, Chris lhe deu um grosso casaco para que o pusesse. Dulce o pôs. O casaco lhe chegava quase até os joelhos, e as mangas lhe tampavam totalmente as mãos, de modo que tinha que ser dele.

Joe havia tornado a vestir a jaqueta e o chapéu.

- Preparados.

Chris olhou a seu filho.

- Já conversaram?

O menino assentiu com a cabeça.

- Sim - olhou a seu pai aos olhos com fixidez. - Vai me dar aulas particulares. - Vou tentar entrar na Academia das Forças Aéreas.

- Você decide. - Mas te assegure de que sabe no que te está colocando.

- Tenho que tentar.

Chris assentiu com a cabeça uma vez, e a discussão ficou resolvida. Abandonaram o calor da casa e Dulce, que ia emparedada entre eles, sentiu de novo com assombro aquele frio áspero e desumano.

Encarrapitou-se de boa vontade à caminhonete, que tinha o motor aceso, e a rajada de ar quente que despediam os ralos da calefação lhe pareceu deliciosa.

Chris sentou atrás do volante e Joe se sentou a seu lado, de modo que ela ficou apanhada entre seus corpos.

Sentou-se remilgadamente, com as mãos juntas, e colocou os pés um ao lado do outro enquanto começavam a descer para um enorme celeiro de cujos flancos saíam, como largos braços, sendo estábulos. Chris se abaixou e entrou no celeiro. Meio minuto depois, retornou com uma parte de grossa mangueira negra.

Quando chegaram ao carro, pai e filho desceram e colocaram a cabeça sob o capô levantado, mas Chris disse a Dulce com aquele tom que não admitia protestos, e que ela já tinha aprendido a reconhecer, que ficasse na caminhonete. Chris Uckerman era muito autoritário, disso não havia dúvida, mas Dulce gostava de sua relação com o Joe. Havia entre eles um sólido respeito.

Dulce se perguntava se era verdade que as pessoas do povoado eram tão hostis com os Uckerman pela simples razão de que eram meio índios. Recordou algo que havia dito Joe, algo a respeito de que já seriam bastante cruéis se estivesse ele sozinho, mas mais ainda por causa do Chris.

O que acontecia a Chris? Aquele homem a tinha resgatado de uma situação desagradável, inclusive perigosa, esforçou-se por reconfortá-la, e ainda por cima lhe estava reparando o carro.

Além disso, tinha-a beijado até deixá-la aturdida.

Sentiu que lhe ardiam as bochechas ao lembrar-se daqueles beijos ansiosos. Mas não, aqueles beijos e sua lembrança geravam na realidade um aquecimento de outra classe.

Ficou vermelha porque sua própria conduta lhe parecia tão espantosa que apenas se atrevia a pensar nela. Nunca, nunca! tinha sido tão atrevida com um homem. Aquilo era totalmente impróprio de seu caráter.

Tia Ardith teria tido uma síncope se soubesse que sua sobrinha, aquela jovem tão formal, tinha deixado que um desconhecido lhe colocasse a língua na boca. Aquilo tinha que ser muito pouco higiênico, embora para falar a verdade também produzia uma exaltação intensa e elementar.

Ainda lhe ardia a cara quando Chris voltou para a caminhonete, mas ele nem sequer a olhou.

- Já está arrumado. Joe vai atrás de nós.

- Mas não necessita o carro mais água e anticongelante?

Ele a olhou com estranheza.

- Tinha uma lata de anticongelante na parte de trás da caminhonete. Não me viu tirá-la? Dulce se ruborizou de novo. Não tinha prestado atenção; estava absorta revivendo seus beijos.

O coração lhe palpitava com força e o sangue lhe corria a toda pressa. Não sabia como enfrentar-se a aquela confusão tão estranha para ela. O mais sensato seria fazer como se não existisse, mas era possível ignorar algo assim?

Chris trocou de marcha e sua perna robusta roçou a de Dulce. De repente, ela se deu conta de que seguia sentada no meio do assento.

- Vou sair do meio - apressou-se a dizer, e se deslizou até a porta.

Chris gostava de senti-la sentada a seu lado, tão perto que seus braços e suas pernas se tocavam cada vez que trocava de marcha, mas não o disse. Na casa tinham estado a ponto de perder o controle, e não queria que aquilo voltasse a ocorrer.

Aquele assunto com o Joe o preocupava, e Joe era mais importante para ele que o estreitar a uma mulher cálida e suave entre seus braços.

- Não quero que Joe passe mal por culpa de suas boas intenções - disse com uma voz baixa e tensa que fez dar um coice a Dulce, e imediatamente compreendeu a advertência que ocultavam suas palavras. - A Academia das Forças Aéreas! Isso é escalar muito alto para um guri índio, e há muita gente esperando para lhe pisar os dedos.

Se pretendia intimidá-la, fracassou. Dulce se voltou para ele com a cabeça bem alta. Seus olhos jogavam faíscas.

- Senhor Uckerman, não prometi ao Joe que vá entrar na Academia. Ele sabe. Suas notas são bastante boas como para que obtenha a recomendação, mas deixou o instituto.

Não tem nenhuma oportunidade a menos que volte para classe e consiga as qualificações que necessita. Isso é o que lhe ofereci: uma oportunidade.

- E se não o consegue?

- Quer tentá-lo. E, embora não seja aceito, pelo menos saberá que o tentou, e terá um título.

- Para fazer o que poderia fazer sem necessidade de um título.

- Talvez. Mas na segunda-feira começarei a me informar sobre o procedimento e as qualificações que se necessitam, e me porei a mandar cartas. Há muita competência para entrar na Academia.

- Às pessoas do povoado não gostarão que dê aulas ao Joe.

- Isso me há dito - sua cara adquiriu de novo aquela expressão obstinada. - Mas o que se atrever a se queixar vai ouvir. Você deixe que eu me encarregue deles, senhor Uckerman.

Seguiram descendo pela montanha que lhe havia feito tanto subir. Chris guardou silêncio o resto do caminho, e Dulce também. Mas, ao deter-se diante da velha casa onde ela vivia, Chris apoiou as mãos enluvadas sobre o volante e disse:

- Não se trata só do Joe. Para seu próprio bem, não vá dizendo por aí que vai lhe dar aulas. É melhor para você que ninguém saiba sequer que falou comigo.

- E isso é por que?

Chris esboçou um sorriso glacial.

- Sou um ex sentenciado. Estive no cárcere por violação.



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Autor(a): staucker

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • marques Postado em 01/08/2008 - 18:57:25

    Posta mais em LIÇÕES PRIVADAS,
    muito boa, posta ++++++++
    Amei, continhua, sempre
    Bjs

  • staucker Postado em 27/10/2007 - 12:32:41

    gnt capitulo novo na web liçoes privadas...
    cacazinha vlw pelos coments...
    parece q so vc gosta dessa web
    [momento depressivo]
    comentem
    pliX!

  • cacazinha Postado em 20/10/2007 - 20:52:19

    huahuahuahua!
    olha só
    como eu já li.... hehehe!
    acho q preciso esperar os avances!
    mais vou estar sempre comentando pra te animar xD gostou dessa? skaoskoaskosp¹²³
    eu acho q eu não posso comentar mt sobre a web... senão estraga a surpresa das outras!
    hehehehe!
    se bem q qndo vc colocou o nome da nova web... eu pressenti q já tinha visto em algum lugar!
    tô procurando uma web chamada desejo rebelde.... mais tá dificil... hauahuahuahua!
    tô indo, tô indo... já fiz um discurso aki xD
    bjs

  • staucker Postado em 20/10/2007 - 19:33:55

    1° capitulo ja ta on

    espero q v6 gostem

    ah... se puderem dxm uns coments p/ mim

    pliX!

    xDxDxDxDxDxDxDxD

  • staucker Postado em 20/10/2007 - 18:33:27

    uahuahuahuahuahuah
    poe intensa nissO!
    eu tb adoro o joe...
    mto fofo!
    daqui a poco eu posto o 1° capitulo
    e vlw pela recomendaçao!
    bjuU.

  • cacazinha Postado em 20/10/2007 - 12:51:27

    eu já vi essa história
    mais em espanhol... eu li pela metade
    pq o site bloqueou a minha conta!
    mais eu vou acompanhar aki.... essa web é intensa né? hauhauhauhua... mais o Filho do chris é um amor *---* eu acho pelo menos!
    e recomendo pra todas as leitoras a web!
    já espero o primeiro cap
    beijos ;*


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