Fanfic: Safe and Sound- Laliter (TERMINADA) | Tema: Laliter; The hunger games

PDV Lali:

Acordei com os gritos exagerados da minha irma, desci a escada velha e barulhenta que separava o meu “quarto” do resto da casa. Fui pra sua cama e ela me abraçou soluçando.

Lali: tá tudo bem. Shiiiu tudo bem Vale, estou aqui. – afaguei seu cabelo loiro e liso.

Vale: eu sonhei com os jogos. É meu primeiro ano. – falava entre soluços e lagrimas.

Lali: é seu primeiro ano não vao chamar voce. – ela cochichou em meu ouvido e eu assenti. Ela deitou e comecei a cantar.

Hay un lugar al que me voy cuando estoy triste.

És un lugar dentro de mí que nunca viste.

Ela melhorou e começou a cantar junto comigo.

Me lo invente, para sentir que me quisiste,

És un lugar al que me voy, cuando estoy triste...

Vale: continua. – sorriu.

Lali: não dá, eu tenho que ir. Continua a canção.

Vale: onde voce vai?

Lali: eu tenho que ir. Volto logo, te amo. – a beijei na testa e sai. Peguei meu casaco e o gato horroroso da Vale rosnou pra mim. – um dia eu cozinho voce.

Sai de nossa desastrosa casa, adentrei pelas “ruas” do meu distrito. Eu morava no distrito 12, é um péssimo lugar pra se viver. Pessoas passando fome, remoendo até os ossos das poucas carnes que a Capital nos libera. O único jeito de conseguir alimento é colocando seu nome para os jogos e hoje era o tao temível dia. Depois que meu pai morreu eu fiquei responsável por colocar comida na mesa lá de casa, já que minha mae fugiu da realidade e parou de fazer o que ela tinha que fazer.

Tenho tanta raiva disso, como ela pode? Eu tinha 11 anos quando meu pai nos deixou, minha irma era pequena, uma inocente criança. Eu precisava da minha mae, Vale precisava dela e ela simplesmente nos abandonou.

 Minha sorte era que meu pai me ensinou a caçar. Quando ele era vivo, todos os dias acordávamos de madrugada para irmos para a floresta sem que nenhum pacificador nos visse. Ao contrario morreríamos. Ele me ensinou todos os truques, como faz um arco e uma flecha... o que tem sido nossa salvação.

Passei a cerca elétrica que sempre fica desligada e corri para a floresta antes que alguem me visse. Peguei meu arco que eu escondi debaixo de umas pedras e minhas flechas que estavam dentro de uma arvore oca. Eu tinha que pegar algo hoje, se não iriamos ficar com fome. Avistei um cervo, o único que eu estou vendo depois de anos. Ele é meu.

Cuidadosamente fui seguindo ele, silencio mais que tudo nessa hora, quando eu estava quase conseguindo alguem me distraiu.

XXX: o que vai fazer com esse cervo? – gritou, eu desesperadamente tentei atirar no bicho que agora corria fugindo.

Lali: que coisa Gaston! – ele riu.

Gas: porque tá caçando hoje?

Lali: ia vender para os pacificadores, voce não?

Gas: não hoje Lali.

Lali: era o único cervo que eu vi depois de anos.

Gas: foi mal. Olha aqui. – ele pegou uma pedra e atirou longe, espantando um monte de pássaros mirei num deles e consegui dois pássaros.

Lali: valeu. – bichos correndo, folhas voando, algo estava acontecendo. Quando vimos o helicóptero da Capital.

Gas: vem. – fomos para debaixo de uma arvore bem escondida e ficamos esperando passar.

Depois de um dia bem sucedido de caça, fomos ao nosso esconderijo. Um mirante num campo de trigo. Sentamos e ficamos vendo o dia passar lentamente.

Lali: o que conseguiu hoje?

Gas: ah quase me esqueci. – tirou do bolso um pão.

Lali: isso é de verdade? – o parti no meio de cheirei- tem cheiro de novo ainda.

Gas: troquei isso por 2 esquilos. O padeiro é bem generoso.

Lali: sua metade. – entreguei a ele.

Gas: bons jogo vorazes... – mordi meu pao.

Lali: e que a sorte esteja sempre a seu favor. – completei a frase. – quantas vezes colocou seu nome na colheita?

Gas: 42. A sorte não tá do meu lado nunca. – olhei pra paisagem.

Lali: eu nunca vou ter filhos.

Gas: eu teria se não vivesse aqui.

Lali: mas voce vive. – não sei porque fiquei com raiva do que ele falou.

Gas: eu disse se não vivesse. A gente sobreviveria sabia? Se fugíssemos daqui, irmos para a floresta.

Lali: não dá eu tenho a Vale e voce seus irmãos.

Gas: trazemos todos.

Lali: Vale na floresta? – ri.

Gas: é não tem jeito.

Lali: e além do mais com certeza iam nos pegar. Cortariam nossas línguas ou pior.

Gas: acho que se ninguém assistir os jogos acabam.

Lali: não tem como Gás! Todos assistem.

Gas: mas e se ninguém assistir? Fizermos greve?

Lali: nos matariam.

Gas: mas se juntar todo mundo, não conseguiriam. – eu comecei a rir. – tá pode rir de mim.

Lali: não tô rindo de voce.

Gas: não...

Lali: só da sua ideia maluca.

Comemos nosso pao e fomos pro prego vender nossas coisas, acabei conseguindo um broche de tordo lá, segurando uma flecha. Esse eu daria pra Vale, as 14h seria a colheita, nesse horário eles soltavam um sino para sabermos que estava na hora de irmos pra praça. Cheguei em casa e Vale estava pronta, com uma blusa e saia que eram meus, e duas tranças embutidas.

Vale: mae. – chamou-a e ela virou.

Lali: ai meu Deus voce tá linda patinha. Só arruma a cauda. – coloquei um pedaço da blusa dela pra dentro da calça.

Emi: separei um pra voce também.  – hesitei um pouco mas larguei pra lá.

Lali: tudo bem. – enchi a banheira e tomei um bom banho, esfreguei todos os resquícios de sujeira que eu consegui.

Sai e deixei minha mae me arrumar, ela fez uma trança de lado em mim e coloquei seu vestido. Um azul claro, muito bonito, mas não pra essa ocasião. O sino tocou e Vale começou a ficar sem folego.

Vale: agora...

Lali: shiiiu tudo bem. Vamos, vai ficar tudo bem. Olha o que eu trouxe pra voce. – tirei o broche e coloquei na mao dela. – é um tordo. Pra proteger voce.

Vale: é lindo. – o prendi em seu vestido. Peguei sua mao e fomos pra área que ocorria a colheita.

Os pais ficavam numa área fora e só os filhos de 12 a 18 anos ficavam dentro de uma corrente. Era dividido, de um lado as meninas do outro os meninos. Os maiores ficavam atrás e os pequenos na frente. Pegavam nosso sangue para nos registrar.

Lali: tá tudo bem, Vale é só um pouquinho de sangue.

Vale: eu não sabia...

Lali: é um pouquinho, não dói nada. Agora vai lá, junta com os menores e nos vemos no jantar. – ela foi meio com medo mas foi, deu seu dedo a pessoa que coletava o sangue e se juntou com os pequenos. Fiz o mesmo e fiquei vigiando ela de longe. Olhei pro lado e vi Gas.

Gas: tá tudo bem. – sussurrou pra mim. esbocei um sorriso, não, não estava tudo bem.

Jime: bem vindos! Bem vindos a 74ª edição dos Jogos vorazes. E que a sorte esteja sempre a seu favor. Antes de coletarmos os dois jovens tributos que terão... a honra de representar seu distrito, eu preparei um vídeo para vocês lá da Capital.

Ela se virou para o telão, Jime era uma moça loira totalmente exagerada, com roupas coloridas, cabelos e unhas tingidos. Característica de pessoas da Capital.

Gas: “guerra uma guerra terrível...” – sussurrou, dessa vez dei um risinho baixo. E foi exatamente assim que começou o vídeo.

Guerra uma guerra terrível...

O vídeo acabou e Jime ficou toda feliz.

Jime: isso não é emocionante? Bom agora vamos sortear. – ela tirou as luvas e foi para a bola que tinha nome de todas as meninas, rodopiou a mao lá dentro e puxou um pedaço de papel. – vamos lá... – abriu o papel e leu – Valentina Esposito.

Meu mundo caiu quando ela leu esse nome. Seria possível? Eu estava sonhando? 

ooi, primeiro capitulo dedicado a minha primeira leitora:

gabs: bienvenida! postaado linda!

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