Fanfic: Jogando Com o Amor - AyD | Tema: portiñon

Beatriz recebeu surpresa o telefonema de Carmem. Não tinham nenhuma reunião
marcada para aqueles dias, mas aceitou o convite da amiga para um chá no fim da
tarde.
Quase às 18h, as duas se encontraram num dos pequenos cafés do
shopping. Cumprimentos e pedidos à parte, Carmem preferiu ir direto ao ponto.


-Você disse que me procuraria se as coisas não estivessem muito boas,
Bia! – disse – Mas hoje eu soube que a sua filha corre o risco de não
jogar mais vôlei porque as mensalidades estão atrasadas. E nada de você ir me
procurar! Por quê?

Beatriz sorriu para a amiga.

-Não
queria abusar da sua amizade, Carmem. Nós somos profissionais acima de tudo. Não
quero te envolver nos meus problemas familiares.

-Pelo amor de Deus,
Beatriz! – Carmem exasperou-se – Nós somos amigas acima de tudo! Não
acredito que não tenha me procurado!

-O que eu iria fazer, Carmem? Te
pedir dinheiro? Você sabe que eu não aceito esse tipo de coisa. Sempre trabalhei
na vida! Não posso aceitar que me dê as coisas de mãos
beijada!

Carmem sorriu.

Você é tão irritantemente teimosa, sabia?

Beatriz também
sorriu.

-Já me disseram isso várias vezes. Mas porque me chamou
aqui?

A empresária contou a Beatriz o pedido que Dulce lhe fizera.
Sem rodeios, sem mentiras, toda a verdade.

-Sua filha é uma pessoa
maravilhosa, Carmem! – disse a tradutora surpresa – Não sei como Anahí
pode ter se afastado dela!

-Eu também não sei, mas nós duas sabemos que
Dulce está certa. Vocês não têm como pagar a faculdade de Anahí agora. E a
menina não pode deixar de ir para aula e jogar vôlei!

-Você está propondo
que aceitemos o plano de Dulce? Mais isso é loucura, Carmem!

-Eu sei que
é! Mas é a melhor saída. Eu te arranjo o dinheiro, você quita as mensalidades e
depois nós pensamos no resto!

-Eu não posso aceitar isso, Carmem! Não
tenho como te pagar! E nem sei quando vou poder fazer isso!

-Mas você não
entendeu nada mesmo né? Você não tem que me pagar nada! Dulce está arranjando o
dinheiro que ela já ganhou para quitar a dívida! E se dispôs a trabalhar pra mim
o tempo que for para pagar isso! – explicou Carmem – Além disso, vamos
fazer Anahí acreditar que ela está arcando com tudo. Diga a ela que preciso de
uma corretora de textos. Ela trabalha conosco na livraria. Dulce me garantiu que
ela é ótima em poesia!

Beatriz fez que sim.

-Ela é fã mesmo. Mas nunca trabalhou com isso,
Carmem. Acha mesmo que vai dar certo?

-Tem que dar, Bia! E então? Estamos
combinadas?

Beatriz assentiu.

-Me lembre de agradecer a
sua filha o resto da vida por isso, Carmem! Nem sei o que dizer!

A
empresária sorriu.

-Foi exatamente assim que eu fiquei quando ela me
fez essa proposta! – admitiu.

Naquela mesma noite, as duas foram até
a universidade e resolveram o problema das mensalidades atrasadas. Carmem era
prática demais e detestava prolongar as coisas.
Combinou com a amiga que
Anahí devia se apresentar na terça-feira à tarde na livraria, já que o jogo das
meninas era na segunda-feira e elas só estariam de volta pouco antes do
anoitecer. Enquanto Beatriz dormiu a noite de sábado aliviada por ter resolvido
o problema de Anahí, Carmem rolou horas na cama antes de adormecer. Fizera o que
Dulce pedira. Só não conseguia entender porque aquilo estava lhe tirando o sono.