Fanfic: Jogando Com o Amor - AyD | Tema: portiñon

Trabalhar na livraria tinha lá suas grandes vantagens. Além de ser um ótimo
ambiente de trabalho, com os funcionários todos aptos e dispostos a lhe ajudar,
Anahí tinha uma sala reservada para realizar seu trabalho de correção e estava
mais perto de Dulce.
As duas estavam vivendo uma situação meio louca e sem
definição. Não podiam se encontrar sozinhas, que já ficavam aos beijos e
amassos. Mas quando estavam na presença de outras pessoas, tratavam-se
formalmente. Mesmo com relação a Murilo, Dulce só fez uma pergunta a
Anahí.

-Você dormiu com ele?

A levantadora fez que não.
Nunca tinham si quer se beijado.
A atacante abriu um sorriso de felicidade e
a beijou com gosto.

-Que bom! – admitiu – Eu quero você todinha
só pra mim, Any!

A garota sorriu e deixou-se abraçar.

-Eu
sou todinha sua, boba! Não consigo pensar em mais ninguém!

Os
agarrados na livraria tinham que ser feitos com muito cuidado, para não serem
flagradas por nenhum funcionário ou mesmo por Carmem. Mas as duas sempre davam
um jeitinho.
Na tarde em questão, uma quinta-feira, Anahí estava esperando
Dulce fazia mais de meia hora em sua sala. Tinham combinado de se encontrar lá
para matar as saudades, mas a atacante até então não tinha aparecido.

Um tanto saudosa e preocupada, Anahí foi a procura de Dulce pela livraria. Sabia
que a garota devia estar por lá. Talvez ocupada com alguma coisa.

Encontrou-a ao telefone na sala de Carmem. E não pode deixar de estranhar o
fato de Dulce conversar um tanto furtivamente na sala da mãe.
Com quem
estaria falando?
Aproveitando a saída da secretária de Carmem, Anahí tirou o
telefone do gancho e começou a ouvir a conversa de Dulce. Sabia que não devia
fazer aquilo, mas estava curiosa.

-Eu não acredito no que cê ta me
falando, Rô! – dizia a atacante – Tá apaixonada é?

Uma voz que
a garota reconheceu ser de Roberta, respondeu animada.

-Não sei
ainda. Mas estamos nos falando direto né? Acho que se não, vou acabar ficando
sim!

Dulce sorriu.

-Fico muito feliz de saber! Eu também
estou. Cada vez mais.

-Quando podemos nos ver? – quis saber Roberta –
To com saudades!

-Não sei. Talvez no fim de semana. Eu posso ir
ai.

-Fica perfeito. Pelo menos a sua namoradinha não me vê com
você!

-É melhor assim mesmo. Ela tem ciúmes!

Roberta
riu.

-Tadinha, não sabe da metade da história!

Dulce também
sorriu.

-E vamos deixar assim por enquanto.

Anahí ficou pra lá de irritada com o que ouvia. Que negócio é esse de Roberta
apaixonada? E Dulce se encontrando com ela as escondidas? Que história ela não
devia saber? Será que Dulce estava ficando com as duas?Não podia acreditar
nisso!
A confusão ficou ainda maior na cabeça da garota, quando depois de se
despedir de Roberta, a atacante recebeu outro telefonema. Dessa vez era uma voz
masculina, um tanto conhecida, mas que a levantadora não conseguiu se lembrar a
quem pertencia.

***

-E ai, como estão as coisas? –
perguntou Dulce.

-Ela topa, eu já te disse. Mas ela quer
você!

-Hum... Você tem que arranjar um jeito de convencer ela que eu vou
estar lá! Se não vai tudo por água abaixo!

-É, mas ta difícil. Ela tá
mesmo fissurada na idéia de nós três!

-Você sabe que eu posso até ir, mas
só pra assistir.

-Sério?

-Uhum. Convença-a que eu vou, assisto
vocês e depois topo alguma coisa. Só precisamos de um tempo dela com você.


-Eu sei. Mas onde vamos fazer isso? Lá em casa?

-Eu acho melhor.
Ela ficaria mais à vontade. Cedo até o meu quarto se vocês quiserem.


-Hum... Isso deixaria ela ainda mais afim mesmo. – pausa – Dul,
cê tem certeza que quer fazer isso? Eu sei que ela é muito safada, mas não deixa
de ser sacanagem!

-Eu sei. Mas o que eu disse é verdade. Não vamos
mostrar pra ninguém. Só fazer com que ela perceba que não pode fazer mais o que
quiser com as garotas do time.

-E se ela não ligar? Sei lá, aquela
mulher é maluca mesmo!

-Como ela não vai ligar? Todos sabem que é
proibido relacionamento entre funcionários e alunos da universidade. Ou ela se
liga, ou eu mostro para todo mundo. – disse Dulce séria – Eu sei que é
sacanagem, mas tenho meus motivos.

O dono da voz falou num gracejo.