Fanfic: Jogando Com o Amor - AyD | Tema: portiñon

Gamou mesmo na fedelha, amiga? – perguntou ela sorrindo – Quem diria!
Você, sempre tão controlada, nervosa e ansiosa por causa de uma garotinha de 17
anos!

-Ah não fica zoando, Jéssica! Só não quero perder a amizade da
garota. E muito menos magoá-la! – explicou Roberta e virando-se para Dulce –
Você fala com ela, Dul? Por favor!

A jogadora de vôlei sorriu e
fez que sim.

-Só não posso prometer boas notícias! – ressaltou.


-Eu sei. Só preciso ter certeza de que há ou não chances!

-Xá
comigo, Rô! Eu falo ainda hoje com a minha priminha!

A estudante de
enfermagem sorriu fazendo figa.

-Vou torcer horrores pra que dê
certo.

Jéssica e Dulce não conseguiram conter o riso diante da
empolgação de Roberta.
Gabriela sorriu ao ver a prima chegando de surpresa em pleno sábado. Aquilo só
podia ser coisa da Roberta, tinha certeza!
A conversa foi mais franca e
aberta do que jamais tinha sido. Falaram de tudo, das dúvidas, dos medos, das
curiosidades, das vontades, e a estudante admitiu que aquela proximidade toda
com Roberta, vendo-a queixar-se de seus relacionamentos, as mulheres a
procurando e aquilo lhe causando um incômodo cada vez mais constante, despertara
nela um carinho e um querer até então desconhecido por Gaby.

-Eu não
sou lésbica, Dul! – disse a garota veementemente – Eu gosto de beijar
garotos, sabe? De ficar com eles de vez em quando, mas com a Roberta está sendo
uma coisa tão surpreendente, que eu ainda nem aprendi a lidar!

-É normal,
Gaby! – esclareceu a jogadora de vôlei procurando tranqüilizar a prima –
Quando eu descobri que gostava de mulher, tem noção que eu fiquei me sentindo
um ET? Todas as minhas amigas gostavam de homens! Eu me senti completamente
anormal por isso!

-Isso, você acertou! Eu me sinto anormal quando tenho
vontade de ficar perto da Roberta. Ela me atrai, sabe? Acho que desde que
viajamos juntas e ela ficou com aquelas brincadeiras, meio que mexeu comigo. Mas
ao mesmo tempo, eu não quero ser diferente dos outros. Ou marginalizada por
isso. Só quero continuar a ser a Gabriela de sempre!

Você está sendo preconceituosa com você mesma, Gaby! Se você não admitir pra si
mesma que tá gostando de uma garota e quer curtir isso pra ver no que dá, vai
perder uma oportunidade de ser feliz, por puro preconceito – falou Dulce –
Ninguém tem a ver com quem você namora ou com quem transa. Só você e a
criatura em questão. Tem que partir de você, encarar isso como uma coisa normal!
Se não, ninguém vai!

-Mas você mesma nunca se assumiu, Dul! Nunca disse
nada para os seus pais!

-Gaby, meus pais passaram os últimos dois anos
vivendo um casamento de fachada. E não disseram nada pra mim e pro Hugo! Por que
eu deveria ter obrigação de falar algo da minha vida pra eles? Por que esse papo
de ‘se assumir’? Eu nem fiz algo de errado pra ter que assumir alguma coisa, ué!
Só gosto de mulher! E isso não tem nada a ver com mais
ninguém!

Gabriela encarou a prima um tanto ansiosa.

-O que
ela disse pra você? – perguntou curiosa.

-Ela quem, a
Roberta?

-Uhum!

-Ah, queria conversar comigo. Ver o que eu achava
disso tudo entre vocês. E olha que eu conheço a Rô há um tempão viu, Gaby? Mas
nunca a vi tão encantada por outra garota com ela estar por você!

Gabriela se levantou da cama e foi sentar-se abraçada nas pernas, na poltrona
que havia em seu quarto.

-Eu tenho medo, Dulce! – disse ela
sinceramente – Medo de ser apenas mais uma conquista pra Roberta. Sabe?
Alguém pra ela transar e depois cada uma pro seu lado.

-Você não precisa
transar com ela logo de cara, prima! Podem se conhecer melhor! Conversar, sair
juntas. Até estudar vai ficar mais divertido, tenha certeza! E daí, se depois de
um tempo você se achar preparada, vocês transam. Se não, você fala isso pra ela,
ué. Tenho certeza de que a Rô não vai te forçar a nada!

A estudante
olhou a prima com um sorriso maroto.

-Diz pra mim, Dul!

-O
que, ué?

-Como ela é?

-Como assim?

-Como a Roberta é na
cama, sua boba!? – exclamou Gaby impaciente.

Dulce sorriu da
curiosidade da prima.

-Bom, não é pra te forçar a uma decisão. Mas ela
é muito boa sim.

-Eu não vou dar conta daquela mulher todinha nunca!
– admitiu Gabriela sorrindo.