Fanfic: Jogando Com o Amor - AyD | Tema: portiñon

O terceiro jogo não foi muito fácil. Valia a classificação para a semifinal do
Regional e tanto a Metropolitana quanto o time da Faculdade Americana, queria
ganhar.
Marilena resolveu poupar Cacau. A líbero ainda estava com a mão
machucada do último jogo, e a técnica preferiu substituí-la por Sarah. Cacau
ficou aos cuidados da Dra. Sandra e seu marido, o fisioterapeuta,
Fabão.
Anahí não estava rendendo tanto como nos dois primeiro jogos. Primeiro
porque ela e Dulce estavam ainda naquele clima estranho e depois porque tinha
percebido os olhares enviesados de Malu para com a atacante. O que estaria
acontecendo ali? Aquilo tudo a desconcentrava um pouco.
A treinadora chamou
sua atenção num dos tempos pedidos durante o jogo.

-Anahí você tem que
acordar né? O bloqueio ta sacando todas as suas jogadas com a Helen e as meninas
do meio. Por que não tá acionando a Dulce? Ela tá livre de marcação! Vamos
variar as jogadas.

-Pode deixar, Marilena! – disse a garota trocando
um olhar com a atacante.

A levantadora seguiu o conselho da técnica e aos poucos o time da Metropolitana
voltou a render. Dulce jogava com uma fúria, que contagiava a equipe. Quando
batia na bola, parecia que queria afundar a quadra adversária.
Além disso,
ela gritava e fazia questão de comemorar cada ponto feito pelo time. Abraçava as
jogadoras, pulava, vibrava com elas, as animando e dando garra e confiança pra
continuar a partida.

-Você vai deixar? – perguntou Helen a Anahí
durante um dos tempos técnicos.

-Deixar o que? – quis saber a
levantadora preocupada com o jogo.

-A novata continuar fazendo o papel
que devia ser seu? – alfinetou a mulata – Se continuar assim, a Marilena
faz dela capitã antes do fim do campeonato!

Anahí voltou seu olhar
pra Dulce, circundada pelas outras jogadoras, falando e incentivando sobre o
jogo.

-Eu não me importo com isso, Helen. Só com o time!

Helen deu de
ombros, debochada.

-Você quem sabe!

A levantadora não pode
deixar de pensar nas palavras da amiga. Nunca tivera preocupação com a vaidade.
Só queria poder jogar o máximo possível e ajudar a equipe a conquistar a
vitória. Mas não pode deixar de se perguntar por que Dulce estava tão animada
daquele jeito.
Depois do jogo, vitória sofrida assegurada, classificação
garantida, as meninas queriam comemorar juntas. Mesmo sem clima, Anahí achou que
devia ir. Dulce também iria, talvez conseguissem conversar.
O local
escolhido foi uma lanchonete. Todas servidas, conversando animadas, Anahí
aproveitou que Helen fora ligar para Gustavo e se aproximou da
atacante.

-Posso falar com você um minuto? – perguntou.


Dulce fez que sim e as duas saíram da lanchonete. Melhor fugir dos
ouvidos alheios.

Senti sua falta no fim de semana! – começou Anahí – Você
sumiu!

-Tava só dando tempo pra você ter certeza que vai terminar com
o Murilo. Que eu me lembre cê disse que tinha dúvidas ainda.

-Dulce, não
precisamos insistir nisso! Eu já te pedi desculpas pelo que eu fiz. Por que não
podemos simplesmente ficar bem?

-Talvez porque você não confia em mim. E
ainda por cima tá saindo com um cara? –perguntou a atacante
sarcástica.

-Você faz questão de não me explicar às coisas, Dulce. Eu
sei que foi ver a Roberta no fim de semana. E nós duas sabemos que vocês já
foram mais que amigas. Como quer que eu me sinta? É natural desconfiar de alguma
coisa!

-Pra mim não é. Natural pra mim é confiar na pessoa que a gente
gosta! – Dulce disse irredutível.

Nesse momento Murilo e Gustavo
chegaram no carro do primeiro. Estacionaram perto de onde as duas estavam
conversando.

-Any! – chamou o nadador antes mesmo de descer do
veículo.

Dulce e ela se entreolharam.

-Seu namorado chegou. Vou
deixar vocês à vontade. – disse a atacante se virando para entrar na
lanchonete.

Anahí a deteve pelo braço.

-Ele não é meu
namorado! – falou veementemente.

Dulce a olhou
triste.

-Diga isso pra ele primeiro. Depois nós conversamos –
disse ela antes de voltar à mesa onde as meninas comiam e se divertiam, deixando
uma Anahí pra lá de desanimada para trás.

Eu não sei mais o que fazer, Gui! – admitiu Anahí ao irmão mais velho –
Ela continua magoada comigo!

Guilherme olhava a irmã
seriamente.

-Sabemos muito bem o que você tem que fazer, Any! –
começou ele – Primeiro pára de falar dessa Roberta. Se elas tiveram um caso
antes de você, não importa. Acredite em Dulce! E termine logo isso que nem si
quer começou com esse nadador! Você está iludindo o rapaz!

-Eu pensei que
você fosse ficar do meu lado, Gui!

O rapaz sorriu.

-E eu
estou sua boba. Deixa de ser cabeça dura e vai atrás dela quantas vezes for
preciso!

-Mas e se ela não me perdoar?

-Ela te ama, maninha. Claro
que vai te perdoar. Só ta querendo te dar uma lição por você ter invadido o
espaço dela.

-Cê acha mesmo?

-Tenho certeza!

A
levantadora saiu da casa do irmão um pouco mais animada do que havia chegado.
Guilherme devia ter mesmo razão. Dulce tinha motivos para ficar magoada com ela.
Tinha que falar logo com Murilo e procurá-la a fim de esclarecer as coisas. Só
esperava conseguir fazer isso sem machucar tanto o nadador.