Fanfic: Jogando Com o Amor - AyD | Tema: portiñon

Dulce finalmente decidira aceitar a proposta de Verônica. Se Anahí não se opunha
a ela, então estava tudo perfeito. A única coisa que a preocupava era a opinião
da mãe, já que a empresária tinha realmente ficado feliz com a idéia de a filha
cursar administração e ajudá-la na livraria.
Contudo, a atacante teve uma
surpresa e tanto ao falar com Carmem. Ela parece tão feliz e animada, alegre,
sorridente, como se estivesse em estado de graça. Não reclamou, não se opôs,
deixando nas mãos de Dulce a decisão.
A jogadora não gostou muito daquele
estado de alegria permanente da mãe. Sabia que ela estava saindo constantemente
nos últimos dias e só voltando tarde da noite. Tinha certeza que Carmem mal a
escutara, de tão atenta que olhava para o telefone, esperando que este tocasse.
E Dulce sabia que só havia uma explicação para isso: Guilherme.
Ainda
comentou com Anahí o ocorrido, mas a namorada jurou não saber de nada.


-Ah Dul, se eles tiverem saindo mesmo, logo a gente vai saber!
Desencana! - disse a levantadora finalizando o papo.

Dulce achava difícil conseguir ‘desencanar’ de um assunto que estava relacionado
à sua mãe. Preocupava-se com ela. Tinha medo que se envolvesse demais e que para
Guilherme fosse apenas mais um ‘fica’. Sabia que ela sairia magoada se algo
assim acontecesse.
De novo falara com a namorada sobre seus temores, e Anahí
foi taxativa:

-Amor, sua mãe é adulta, vacinada! Se ela conseguiu
manter dois anos de casamento de fachada com seu pai, acha que vai se intimidar
ou não saber lidar com o Guilherme? Esquece disso, Dul. Deixa os dois se
entenderem ou não. Você não tem que cuidar de todo mundo, tá?

Anahí
sempre dizia aquilo. Que Dulce tinha mania de cuidados. Mania de se preocupar em
demasia com os outros. E ela sempre achara que era impressão da namorada, mas já
tinha admitido para si mesma que se preocupava com as pessoas que gostava.

Felizmente Hugo e Cacau continuavam numa boa, trabalhando juntos na academia
onde Ed malhava. O grude era tanto, que seu irmão até já lhe falara de
casamento. Não logo, já que tinha que terminar a faculdade. Mas em breve.

Ed e Rebeca tinha realmente decidido assumir o romance. E aproveitando a carona
de Dulce, que tinha que tratar da papelada de transferência para a Estadual, os
dois tinham ido com Duda, conversar sério com Rafael e Vera, os pais do rapaz.

A empatia de Duda com Vera fora tão grande, que a tia de Dulce estava se
sentindo a mais nova avó do pedaço, mimando e fazendo as vontades da menina. No
mais, nenhum problema. Os tios só recomendaram juízo aos dois pombinhos.
O
reencontro com as amigas de time fora muito animado. Todas felizes de poder
contar novamente com a presença de Dulce. Não houve aqueles olhares enviesados
ou críticas a opção da garota, como Cíntia, a oposto e capitã da equipe mesma
disse a atacante.

-Nós queremos a nossa amiga e atleta de volta, Dul!
Sua vida fora das quadras, só diz respeito a você!

Dulce sorriu
agradecida e não se surpreendeu quando começara as gozações. Aquele time era
cheio de palhaças.

Ah, mas essa menina tinha logo que agarrar a capitã da Metropolitana? –
disse Marta rindo – Que pegadora você anda nos saindo, Dul!

Mirla,
a líbero, que já tinha tido um pequeno romance com Dulce também entrou na
onda.

-Ela só pega a mais bonita logo! A lourinha de olhos azuis! Ta
vendo? Acho que ela nos deixou por que a gente não era tão linda assim!


Risos. E Dulce teve de convencer as companheiras que todas eram
muito atraentes, mas ela estava realmente apaixonada. Um ‘aaaahhhh’ cheio de
gozação e lamento foi geral por parte das meninas.

-Você acabou com as
minhas expectativas de agarrar você, Dul! – disse Paulinha sorrindo. Ela era
a única casada do time. – Logo agora que o Pablo tá louco pra fazer um
ménage!

Mais risos.

-Meu Deus! – falou Dulce sorrindo
também – O que fizeram com as minhas companheiras de time, heterossexuais e
bem resolvidas?

Cíntia riu.

Nós éramos tão bem resolvidas que você nos colocou todas em dúvida, menina.
Olha que pra não pagar nada e ganhar um daqueles dormitórios maravilhosos, como
você, eu beijo da Verônica a Dona Anália.

Dona Anália era zeladora e
a funcionária mais velha do campus. Já tinha se aposentado, mas sempre estava
pela universidade. Adorava assistir o treino de vôlei das meninas. Era um
símbolo de dedicação e amor ao trabalho.
A gargalhada foi geral e só parou
com a chegada da técnica.

-Aposto que estão todas zoando a Dulce,
acertei? – disse ela descontraída.

-Que nada técnica, estamos
todas pedindo uma chance a ela, mas aquela loura enfeitiçou mesmo a menina!
– explicou Denise.

-Tá vendo, Dulce? – disse Verônica se voltando
para a atacante – Graças a você, eu vou ter o time mais sexualmente instável
da LIVU!

Risos.

-Tudo certo, técnica? – perguntou
Dulce quando conseguiu ficar séria novamente. Sempre olhava para uma das amigas
que ainda riam e caia na gargalhada.