Fanfic: Jogando Com o Amor - AyD | Tema: portiñon

Dulce tornou-se um tanto cabisbaixa e calada quando se afastou de Anahí. Sentia
a tristeza dominá-la completamente às vezes. E passava horas trancadas em seu
quarto, chorando e sofrendo com aquela distância.
Ela sempre fora assim.
Sofria, chorava, queria morrer, mas nunca na frente das outras pessoas. Não dava
o braço a torcer. Não permitia que sentissem pena dela. Era orgulhosa demais
para isso. Seus tormentos deixava em casa, trancados no seu quarto.

Encontrar Anahí todos os dias tornou-se um sofrimento. Seu coração parecia
que ia se despedaçar de tanta dor e saudade. Daria tudo para senti-la em seus
braços novamente e adormecer ao lado dela, sem ninguém para atrapalhá-las.

Não sabia o que teria feito nas primeiras semanas de distância se não fosse
a presença constante de Cacau. Ela estava lhe saindo uma amiga melhor que a
encomenda, daquelas pessoas que a gente mal conhece e pode se falar sobre tudo,
sem reservas.
De certo modo lembrava-lhe a relação que tinha com Roberta,
mas sem o lado sexual da coisa. Não sentia atração física por Cacau, embora
reconhecesse nela uma mulher linda. Dulce nem sabia explicar porque isso
acontecera, talvez fosse o ‘efeito Anahí’ ainda ou como ela acreditava, o fato
de ter percebido os olhares da nova amiga na direção de seu querido irmãozinho.

Romance no ar? Talvez se Hugo parasse e percebesse as coisas que ocorriam ao
seu redor.
Nessa fase de deprê Dulce já sabia pra quem ligar: Gabriela.
Falava com a prima horas no telefone, depois de explicar toda a situação que
houvera com Anahí a ela.
A primeira reação de Gabriela foi ficar horrorizada
com o ‘comportamento galinha’ da prima.

-Você mal saiu da cama da
Roberta e já tava na sua cama com outra, Dul? Pelo amor de Deus! Quanta
safadeza!

Dulce sorriu.

Mas com essa foi diferente. Foi pra valer entende? Uma atração e um carinho
muito intenso e à primeira vista. Eu simplesmente não conseguia tirar as minhas
mãos do corpo dela!

-Tá! Tudo bem. Mas me poupa dos detalhes
sórdidos! – pediu Gabriela sorrindo – E porque você não vai falar com
ela?

-Falar o que, Gaby? Ela disse pra eu ouvir que não me conhecia!
Preferiu as amigas dela. Eu não vou rastejar por ninguém!

-Você está
sendo muito orgulhosa, Dulce. Quando a gente gosta, temos ao menos que tentar.
Vá falar com ela! Pergunte por que essa atitude. E se ela não quiser nada com
você, daí sim parta pra outra!

-Não prometo. Mas vou pensar no
assunto! – disse Dulce por fim.

-Pense com carinho prima! Se com
essa menina foi tão especial, quem sabe ela seja a pessoa certa pra você? Só que
talvez nem ela queira admitir isso!

As palavras de Gaby vez ou outra
voltavam a sua cabeça. Seria possível que Anahí, mesmo tendo sido tão fria,
ainda sentisse alguma coisa por ela? Talvez. Ela mesma depois de várias semanas
sem trocarem uma palavra si quer, quando sentia o cheiro dela, mesmo de longe,
ainda se arrepiava! Será? Dulce precisava ter certeza dos sentimentos de Anahí.
Só não conseguia saber como faria isso, se elas nunca tinham oportunidade de
ficar sozinhas. Tinha que pensar detalhadamente no que fazer. E encontrar um
jeito. Logo. Ou aquela angústia ia acabar matando-a.