Fanfic: Jogando Com o Amor - AyD | Tema: portiñon

Dulce demorava demais a se arrumar. Escolher uma roupa era um sacrilégio, pois
ela sempre se achava magra demais, ou quadrada ou isso ou aquilo. Sua fama de
ser impontual era tanta, que naquela noite ela foi a primeira a entrar no
banheiro para tomar banho e a última a ficar pronta.

-Me avisa quando
você for casar, que eu nem apareço! – disse Hugo irritado – Oh
demora!

-Desculpa! Mas eu tinha que encontrar alguma coisa que me
servisse direito! – disse ela – Vamos?

Gabriela, Ed e Roberta
assentiram.

-Só estávamos esperando você!

Os cinco chegaram à
entrada da boate, onde se realizava a festa às 22h30. O som já rolava havia
tempo, as pessoas conversavam em grupos, dançavam, bebiam, trocavam olhares,
beijos e se divertiam com os trotes aplicados nos calouros. Todos os novatos
tinham vários carimbos no rosto com a palavra ‘bicho’ e com certeza até o final
da festa, seriam sujos de tinta. Era tradição na Metropolitana.
A boate
tinha sido decorada nos mais variados estilos e as músicas de diversos ritmos se
alternavam e animavam a massa. Desde a batida eletrônica ao som contagiante do
forró e relaxante do reggae. Tinha diversão para todos os gostos.
Na parte
superior do complexo da boate, havia um ambiente mais calmo, com mesas, pufes e
sofás e um bar bem menos lotado. Vários casais namoravam ou conversavam alheios
à multidão do andar inferior.

Hugo encontrara com Cacau ainda na entrada e ela agora os acompanhava. Os dois
estavam muitos ansiosos com o primeiro encontro e andavam de mãos dadas
sorridentes para não se perderem no meio da massa frenética que dançava.
Ed
e Gabriela puxavam a fila indiana que tentava passar pelas pistas de dança e
encontrar uma mesa no andar de cima.
Dulce segurava a mão da prima e a de
Roberta, enquanto seus olhos procuravam Anahí por todo lugar. Só não sabia como
encontrá-la no meio de toda aquela gente.
Só quando finalmente se instalaram
numa das mesas, a garota pode olhar em volta com mais calma e descobriu Anahí
encostada no balcão do bar do piso inferior, conversando animadamente com um
cara alto, forte, de cabelos bem louros e curtos.
Ela estava linda. Usava uma
calça escura, bem baixa, que deixava toda a barriga malhada à mostra, a blusa
branca de alcinha, refletia o jogo de luzes da boate. Os cabelos louros estavam
simplesmente amarrados com uma ‘piranha’, e caiam sensualmente quando ela falava
ou se mexia.

-Aquela é a sua deusa? – perguntou Roberta já meio que
dançando – Anahí?

-É sim. Que cê achou?

A outra sorriu.

-É
linda mesmo, Dul! – admitiu. Para ela Anahí tinha carinha meio de boneca, com
toda aquela pele clara e os cabelos loiros. Mas não quis desanimar a amiga –
Quem é o carinha do lado dela?

-É o Guilherme! – disse Cacau notando o
interesse das amigas – Irmão mais velho dela.

Dulce não pode deixar de
sorrir. Seu ciúme nem tinha motivo, afinal.

-Vamos dançar? – Perguntou
Gabriela olhando pra tudo fascinada. Ela nunca conseguia entrar nas boates por
que era menor. Mas naquela noite, ninguém nem notara isso. Com ajuda de um salto
e uma maquiagem bem feita, ela passara facilmente por uma mulher mais velha.


-Vamos! – concordou Roberta já puxando Dulce pela mão – E bem perto da
sua lindinha!

Os quatro desceram, deixando o novo casal Hugo e Cacau finalmente sozinhos e
mais nervosos que nunca.
Chegar perto do bar nem foi tão demorado assim, mas
para Dulce era difícil se concentrar na dança. Primeiro porque Roberta dançava e
teimava em se encostar todinha nela, a todo instante. Aquela morena de saia,
rebolando na sua frente, a fascinava e distraia.
E depois havia a
perspectiva de ser vista assim por Anahí. Queria ter noção da reação que ela
teria quando as visse, mas não sabia como ia prestar atenção nas duas coisas ao
mesmo tempo.

Encostada no bar, bebendo uma vez ou outra um gole de sua
vodca, Anahí não se sentia nada animada. Nem sabia ao certo o que estava fazendo
ali. Se ao menos Dulce estivesse com ela! Mas não. Ainda não a vira àquela
noite.
Guilherme era uma excelente companhia e tentava animá-la o tempo
todo, mas a levantadora não conseguia se contagiar pela música. Por ela passaria
a noite toda ali perto do bar. Só pensava que tinha que se cuidar, ou acabaria
bêbada.
Quem chamou atenção para o casal a poucos passos de onde estavam foi
seu irmão. Ele estava encantado com aquela morena dançando bem perto daquela
beleza de ruiva.

-Isso não acontece comigo, Any! – disse ele sorrindo –
Que desperdício duas mulheres lindas dessas juntas!

Anahí olhou na
direção que o irmão olhava e não acreditou no que via. Sentiu as pernas bambas e
precisou se segurar no bar para não cair. Era Dulce! A sua Dulce praticamente se
agarrando com aquela sirigaita morena! Quem aquela piranha achava que era para
dançar e tocar assim Dulce?