Fanfic: Jogando Com o Amor - AyD | Tema: portiñon

-Dul, vem cá vem! – falou ela sentando-se na cama e estendendo a mão para a
amiga.

As duas ficaram lado a lado sentadas na cama de Dulce.

-Eu
te adoro, sabia? – disse Roberta acariciando o rosto e os cabelos da outra – Só
me importa que seja feliz. E eu sei que você gosta da Anahí. Já disse pra não se
sentir culpada por ela ter me agredido. Tenho certeza que ainda vão se entender
e vamos rir muito de tudo isso.

Dulce sorriu.

-Eu não queria que
você tivesse se machucado, Rô! Me dói te ver assim!

Roberta riu.


-Eu estou tão acabada assim é? – perguntou se fingindo de
preocupada.

-Ta não, continua um tesão só!

A estudante de
enfermagem sorriu.

-Não diz isso que você sabe que vão me batendo muitas
vontades.

Dulce sorriu e a beijou bem de leve pra não machucar. Viu a
amiga fazer uma careta de dor.

-Dói muito, Rô? Seus lábios?

-Só
estão mais sensíveis que o normal – Roberta falou puxando Dulce e deitando-se na
cama com ela – O que não impede que a gente mate outros desejos,
né?

Risos.

-Com certeza.

Foi um tanto engraçado aquele momento entre elas. Cheio de
‘cuidado, ai ta machucado’ ou ‘devagar, ai dói’. Pareciam duas adolescentes se
descobrindo e testando onde podiam ou não se tocar.
Contudo, pela primeira
vez, a coisa toda não teve aquele jeito selvagem e cheio de gana que sempre
tinha. Foi paciente, delicado, sem muita pressa, cadenciado até.
Roberta
adorou aquela nova sensação. Não sentiu saudade ou falta dos beijos tórridos,
dos toques intensos e urros de prazer. Aquela transa daquele jeitinho atencioso
e meigo, beijando de leve, olhando nos olhos, sorrindo bem cúmplice, foi
perfeita para ela. Sentiu os orgasmos a atingi-la fortes e demorados, seu corpo
apertando muito o de Dulce, impedindo que se separassem. Sorriu quando o corpo
dela também tremeu sobre o seu.
Dulce não entendia o porquê daquela vontade
de ser carinhosa e atenciosa com Roberta. Chegou a pensar se era culpa pelo que
acontecera, mas achava que não. Talvez porque ela estivesse machucada? Não sabia
dizer. Só adorara senti-la daquela forma tão singela, quase romântica.
O
olhar que trocaram dizia tudo. Cumplicidade, surpresa, agradecimento e muito
afeto. Ainda nos braços uma da outra, Roberta observou Dulce adormecer
tranquilamente. Não pode deixar de sorrir triste e pensar que aquela vez, talvez
fosse a última vez delas. Sabia que a amiga estava apaixonada e mesmo sentindo
um incômodo cada vez mais freqüente no peito, decidira se afastar. Tivera sua
chance de amar Dulce, mas não conseguira se entregar. Agora, ela deixaria o
caminho aberto para Anahí. Só esperava que esta soubesse aproveitar e fizesse
sua amiga muito feliz. Só assim, teria valido a pena toda aquela distância que
ela estava disposta a enfrentar por Dulce. Só por isso, ela sufocaria aquele
sentimento que teimava em querer aflorar e lhe confundir totalmente.