Fanfic: Jogando Com o Amor - AyD | Tema: portiñon

Rebeca se surpreendeu com a batida na porta de sua casa, no fim da tarde. Não
estava esperando ninguém e Paulo sempre avisava quando aparecia. Quem poderia
ser?
Deixou Eduarda brincando com os gizes de cera no cercado que comprara
para ela e foi atender.
A moça alta, ruiva e de olhos cor de mel que estava
ali em pé, lhe era totalmente desconhecida. Mas algo naquela fisionomia lhe
pareceu muito familiar, assim que a viu.

-Pois não?

-Você é a
Rebeca? – a estranha perguntou com uma voz suave, cativante.

-Sou sim. Em
que posso te ajudar?

-Creio que você não me conhece. Me chamo Dulce
María. Sou filha do Paulo e da Carmem.

Rebeca sorriu. Sabia que já tinha
visto aquele olhar e aqueles traços afilados em alguém. Ouvira falar da filha de
Paulo, uma que morava com os tios e jogava vôlei. Mas não esperava que a garota
fosse tão bonita e nem que batesse assim na sua porta.

-Desculpe – disse
sem jeito – Seu pai já tinha me falado de você, mas nunca me mostrou uma foto.


Dulce sorriu do embaraço de Rebeca.

-Tudo bem. Eu estava procurando por ele. Nós brigamos, nos desentendemos e eu
queria pedir desculpas. Minha mãe me deu seu endereço e eu vim com a esperança
de encontrá-lo. Ele está ai?

-Não vejo seu pai desde sábado, Dulce. –
disse Rebeca séria – Não estamos mais juntos. Ele sempre avisa quando vem ver
Eduarda. Mas não mora conosco, se é o que pensava.

Dulce se sentiu uma
tonta. Seu pai fora um canalha com Rebeca também. Mais que normal que ela não
quisesse mais nada com ele.
A jogadora de vôlei não pode deixar de notar os
traços bonitos da ‘amante’ do pai. Era de estatura mediana, corpo malhado,
cabelos castanhos, olhos amendoados e uma boca muito bem feita. Devia ter no
máximo 25 anos.
Nesse momento uma vozinha infantil vinda lá de dentro chamou
sua atenção.

-Mamãe? – disse Eduarda pulando o cercado e saindo em busca
de Rebeca.

Logo apareceu na porta de casa. Pequenininha, cabelos
amarrados com uma liga colorida e vestia uma calça e uma blusinha, mas se
desfizera das sandálias pelo caminho. Agarrou-se nas pernas da mãe, mas observou
Dulce com grande interesse.
As duas irmãs tinham os mesmo olhos claros. Nem
verdes nem amendoados. Uma cor meio mel.

-Você quer entrar? – convidou
Rebeca sorrindo – Eu estava brincando com ela, mas já ia passar um café.


-Não quero te incomodar.

-Você não incomoda – disse Rebeca lhe
dando passagem – Fique a vontade. Bom que você aproveita a oportunidade e
conhece a sua irmã!

Eduarda observou a mãe ir pra cozinha e Dulce entrar e fechar a porta. Ao
contrário do que se esperava, ela não estava com medo ou envergonhada na frente
daquela estranha. Estava curiosa.
Dulce se abaixou até seus olhos ficarem na
mesma altura do da irmã. Não tinha palavras pra descrever o quanto ela era
linda. Tão pequena, tão fofinha e frágil. Tinha vontade de apertá-la bem forte
contra o peito.

-Quem é tu? – perguntou Eduarda um tanto desconfiada.


Dulce sorriu.

-Eu sou a Dul. E você quem é?

-Duda! – a
pequena disse com um bico e mexendo os braços alegremente.

-Você me daria
um abraço, Duda? – indagou a jogadora de vôlei abrindo os braços.


Eduarda sorriu e se agarrou no pescoço de Dulce. Até Rebeca estranhou
aquela afinidade toda.

-Ela nunca é tão simpática assim com ninguém! –
disse sorrindo ao ver a filha no colo de Dulce, brincando tranqüila e curiosa
com o celular da garota, enquanto tomavam café – Acho que ela gostou mesmo de
você.

Dulce sorriu. Nunca pensara em ter uma irmã mais nova. Era algo
difícil de imaginar, mas ela estava adorando aquele contato todo com
Eduarda.

-Rebeca, você se importaria se eu visitasse vocês com
freqüência? Eu sei que deve ser esquisito pra você, mas eu não queria ficar
longe dela.

Rebeca sorriu.