Fanfic: Rachel em: Garotas Boas Não Tem Vez | Tema: Glee

Eu estava na cafeteria da Avenida Principal, a qual se tornara a minha preferida logo na primeira semana em que mudara pra Nova York, visto que sua fachada gigantesca de vidro me permitia observar o movimento da rua. A cidade nunca dormia.

Haviam pensamentos martelando minha cabeça naquele momento, o que me distraía um pouco do objetivo de ver as pessoas e os carros passando, e isso me fez fechar os olhos e respirar lentamente. Não era uma boa hora pro Finn ter me ligado pedindo um favor. Ainda mais um favor daquele.

Sentindo que alguém passara ao meu lado, próximo, eu rapidamente olhara na mesma direção. Já estava pronta pra acenar à garçonete, que era quem havia passado, pra pedir outra xícara fumegante, mas algo me impediu.

― Dois capuccinos com chantilly. ― Eu ouvi um homem dizer.

Um calafrio percorreu minha espinha. Eu não queria me virar pra fitar aquele rosto, mas não precisei fazê-lo, pois Jesse fez questão de sentar-se na cadeira vazia ao meu lado. Ele não me fitou com curiosidade, tal como eu fiz com ele, o que criou uma certa dúvida na minha cabeça.

― Há quanto tempo você está me observando? ― Murmurei, desviando o olhar pra rua, como ele.

― Também é muito bom te ver, Rachel. ― Ele sorriu, finalmente me olhando. Talvez não devesse ter feito isso, pois uma onda elétrica atravessou meu corpo no mesmo instante. ― Vi sua estréia no começo do mês.

Então ele havia visto a minha estréia como protagonista do musical de fim de semestre da NYADA. Era um evento memorável onde atores, pintores, escultores, cantores, e diversos outros ‘tores’ da academia de artes se reuniam pra celebrar mais uma temporada. Os musicais, em média, ficavam em cartaz por pouco mais de um mês apenas, mas não deixavam de ser fabulosos por isso.

― Você estava fantástica no seu papel, à propósito. ― Ele disse, tomando um pouco do seu capuccino, o qual nem vi quando chegou.

― Obrigada, Jesse.

Tomando um pouco do chantilly com a ajuda de uma colher, vi que estar na presença dele outra vez não era tão ruim quanto eu imaginara. Eu superei. As histórias tristes do passado entre nós dois já não me faziam odiá-lo mais, ainda que eu tampouco sentisse carinho por ele.

― Você está muito calada, mas espero que diga algo positivo sobre eu querer jantar com você amanhã.

― Eu não posso, sinto muito. ― Nossos olhares se encontraram, mas logo quebrei o contato. ― Tenho que voltar ao McKinley amanhã cedo.

― Achei que já tivesse se formado. ― Ele riu. Jesse blefava pra ouvir o que queria e era bom nisso.

― Ainda tenho bons amigos no Glee Club. ― Eu forcei um sorriso. Poderia simplesmente dizer meu real objetivo em ir até lá, mas a nova Rachel gostava de deixar as coisas um pouco vagas pra imaginação.

― Jantamos quando você voltar. ― Ele se levantou devagar, beijando minha bochecha. Estava claro que não aceitava um não. Ajeitou seu casaco de frio, o que o deixava ainda mais bonito, e foi em direção ao caixa. 

A idéia de vê-lo pagar minha conta não soou certa, mas já era tarde pra evitar. Assim, continuei ali sentada, apenas considerando o que fazer com o problema inicial e esse novo que acabara de surgir.

“Acho que estava certo sobre você ainda ter o número do meu telefone”, foi a mensagem que surgiu na tela que estava sobre a mesa. Peguei o celular na mão e ri desse outro blefe. Sim, eu ainda tinha o número de Jesse. Não porque achava que um dia fosse discá-lo outra vez, mas porque meu esquecimento quanto à gravação do Finn também se estendia a isso.

“Considere-se um homem de sorte”, foi a minha resposta.

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