Fanfic: Dias de Luta ⋆ Vondy, Ponny & Chaverroni | Tema: RBD - Vondy, Chaverroni, Ponny

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INTRODUÇÃO

Quando Anahí, aos dezesseis anos, disse que seria médica, Dulce logo decidiu que aquela amizade valia o suficiente pra fazê-la trilhar um caminho semelhante. As duas se conheciam desde pequenas e, ao contrário da maioria das amizades, a aproximação só tornara as duas mais e mais inseparáveis.

O lado doce e sonhador da loira a levou até a obstetrícia. Cuidar das futuras mamães, dos recém-chegados bebês e de todo o processo que os ligavam. Enquanto isso, o lado determinado e perfeccionista de Dulce a levou até as áreas forenses e infectológicas. Via os corpos humanos como máquinas curiosas em funcionamento e até mesmo as menores formas de vida lhe atraíam.

Assim, nenhuma das duas se surpreendeu quando entraram no Hospital Hector Gonzáles com seus jalecos e pranchetas pela primeira vez, juntas. Caminhavam juntas, todos os dias, até o meio do corredor principal, conversando sobre aleatoriedades das horas vagas e momentos intrigantes do trabalho. A partir daí, Dulce partia pra ala sul onde jaziam os corpos para autópsia e Anahí pra ala norte, onde crianças esperavam por ela pra vir ao mundo.

― É engraçado... ― Dulce começou a dizer naquela manhã, enquanto iam pelo corredor. ― Você lida com a vida. Eu lido com a morte.

― E, seja começo ou final do dia, cá estamos. ― Anahí sorriu. ― Juntas.

― Talvez a vida e a morte andem juntas também, como velhas companheiras.

Uma vez separadas, Anahí cruzava as portas brancas da ala infanto-maternal e deixava-se preencher pela paz das paredes coloridas. Havia sempre um sorriso no seu rosto. Ela encontrava as mamães que estavam ali pra checar se tudo corria bem com elas ou seus pequenos, até a hora do almoço. Depois, passava a tarde ajudando novas vidas à conhecerem o mundo. Um trabalho mágico.

Do lado oposto do hospital, Dulce deixava todas as suas emoções pra trás e atravessava as portas brancas da ala pós-morten. As paredes cinzentas nunca afetavam seu humor, de fato, mas eram um tanto depressivas. Tudo ali soava a morte. Era um lugar silencioso, onde a única coisa viva era a própria legista, ela. Abria e fechava corpos todo o dia, analisando cada pequeno detalhe. Só encontrava companhia quando os enfermeiros lhe traziam novos corpos ou quando era chamada à `área dos vivos`, como ela mesma dizia, pra auxiliar com seus conhecimentos em infectologia.

Na hora do almoço, Dulce e Anahí se encontravam na área de alimentação do hospital, onde almoçavam com os outros médicos, enfermeiros e auxiliares que não estivessem de plantão. O cenário era quase sempre o mesmo.

Dulce recolhia-se ao seu canto. Anahí conversava amigavelmente com os colegas, por vezes tentando integrar a amiga ruiva, que resistia. Christian alegrava os presentes. Poncho levava suas pranchetas pra trabalhar enquanto comia, sendo atrapalhado pela insistente Angelique. Christopher chegava, monopolizando as atenções e sempre tentando descobrir algo sobre Dulce, que o repelia. Belinda chegava e, imediatamente, todos saíam dali.

Assim eram os dias, as noites, os plantões. Sempre um novo caso.

PRONTOS PARA A HISTÓRIA? :)