Fanfic: ::Belo Desastre:: AyA::Adaptada | Tema: AyA, Vondy

Diversas cadeiras bateram umas nas outras quando o time de futebol levantou. Eles fizeram mais uma piada antes de irem andando lentamente até a porta e aceleraram o passo quando Poncho se levantou. Os que estavam atrás empurraram os da frente para fugir antes que Poncho conseguisse alcançá-los. Ele se sentou, fazendo força para espantar a frustração e a raiva.

Ergui uma sobrancelha

—Você ia me dizer por que optou pela Eastern —Poncho continuou.

— É difícil explicar — respondi, dando de ombros. — Só parecia certo.

Ele sorriu e abriu o cardápio.

— Sei o que você quer dizer.

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Rostos familiares preenchiam os assentos da nossa mesa predileta do almoço. Eu me sentei entre Dulce e Ricky. Os outros lugares foram ocupados por Ucker e seus companheiros da Sigma Tau. Era difícil ouvir alguma coisa com o barulho que fazia no refeitório, e o ar-condicionado parecia ter pifado de novo. O ar estava denso com o cheiro de comida frita e peles suadas, mas, de alguma forma, todo mundo parecia mais elétrico que de costume.

— Oi, Brazil — disse Ucker, cumprimentando o cara sentado à minha frente. A pele bronzeada e os olhos cor de chocolate contrastavam com o boné branco do time de futebol americano da Eastern enterrado na testa.

— Senti sua falta depois do jogo no sábado, Ucker. Bebi uma cerveja ou seis por você — disse ele, com um sorriso amplo e branco.

—Valeu. Levei a Mare para jantar — ele respondeu, inclinando-se para beijar o topo dos longos e loiros cabelos de Dulce.

— Você está sentado na minha cadeira, Brazil.

Brazil se virou, viu Poncho parado atrás dele, depois olhou surpreso para mim.

— Ah, ela é uma das suas minas, Poncho?

— Definitivamente não —eu disse, balançando negativamente a cabeça.

Ele olhou para Poncho, que o encarava, esperando. Brazil deu de ombros e então levou a bandeja até a ponta da mesa.

Poncho sorriu para mim enquanto se ajeitava na cadeira.

— E aí, Barbie?

— O que é isso? — perguntei, sem conseguir desviar o olhar da bandeja dele. Aquela comida misteriosa parecia um pedaço de cera.

Poncho deu risada e bebeu um pouco de água.

— A moça do refeitório me dá medo. Não vou criticar as habilidades culinárias dela.

Não deixei de notar o olhar inquisitivo dos que estavam sentados à mesa.

O comportamento de Poncho estimulava a curiosidade deles, e contive um sorriso por ser a única garota que eles já tinham visto Poncho insistir em ter sentada perto dele.

— Ai... A prova de biologia é depois do almoço — resmungou Dulce.

— Você estudou? — perguntei.

— Ah, não. Passei a noite jurando para o meu namorado que você não vai dormir com o Poncho.

Os jogadores de futebol americano sentados na ponta da nossa mesa interromperam suas risadas idiotas para nos ouvir com mais atenção, fazendo com que os outros alunos percebessem. Olhei furiosa para Dulce, mas ela estava distraída, cutucando Ucker com o ombro.

— Meu Deus, Ucker. Você está mal, hein? —Poncho exclamou, jogando um pacotinho de ketchup no primo. Ucker não respondeu, sorri, agradecida por Poncho ter conseguido desviar a atenção.

Dulce esfregou as costas dele.

— Ele vai ficar bem. Só vai levar um tempinho para ele acreditar que a Annie consegue resistir ao seu poder de sedução.

— Eu não tentei seduzir a Annie —Poncho torceu o nariz, parecendo ofendido. — Ela é minha amiga.

Olhei para o Ucker.

— Eu disse que você não tinha nada com que se preocupar.

Por fim Ucker me encarou e, ao ver minha expressão sincera, os olhos dele ganharam um pouquinho de brilho.

— E você, estudou? —Poncho me perguntou.

Franzi a testa.

— Não importa quanto eu estude. Biologia simplesmente não entra na minha cabeça.