Fanfic: ♀ ♂ No Seu Lugar ♀ ♂

- Bom dia Sr Fofinho. - Maite fez carinho em seu gato assim que acabou de arrumar a cama e desceu para tomar café. Como de costume, toda manhã a morena comia mingau. Era um hábito.

- Bom dia papai! - ela falou assim que o pai chegou à cozinha.

- Carta pra você, princesa. - Javier lhe entregou a carta e lhe deu um beijo no alto da cabeça.

- É da Yale. - ela disse encarando a mãe e abriu a carta.
- Tenho uma entrevista semana que vem.

- Resolvi te inscrever logo, querida. - Fatima disse entusiasmada. - Minha menina indo para Yale.

- Primeiro preciso ser aprovada, mãe.

- Você não vai nos decepcionar, nunca. - a mãe falou orgulhosa.

- Nunca decepcionou. - o pai disse.
.
- Não é emocionante, Javier? - Fatima perguntou, parecia que era ela quem iria para Yale.

- É muito emocionante, Fatima.

- Está emocionada, May?

- Estou mãe. - respondeu May dando mais uma colherada em seu mingau.

- De tão emocionada, vou explodir. - Fatima falou eufórica. - Tenho vontade de gritar do telhado: "Yale"! - ela riu.

- obrigada mãe! - disse dando um beijo no rosto da mãe e indo pegar o ônibus para a escola.

Enquanto isso, na casa dos Uckerman:

Alice fritava os ovos e os bacons como de costume.

- Droga! - resmungou após ter se queimado com a fritura.

- Tudo certo ai, Alice? - David perguntou enquanto lia seu jornal.

- Sem problemas, querido. Só estou cauterizando as digitais.

- Continue minha cara. - ele encarou o filho. - O grande jogo vem ai, certo, filho?

- É. - o garoto respondeu sem dar a mínima atenção para o que pai falava.

- O técnico disse que todos os olheiros das universidades estarão lá.

- Eu sei.

- Especialidade da casa. - Alice interrompeu a conversa dos dois.

- Os pratos finos dependem muito da apresentação, não acha filho? - David perguntou.

- Com certeza. - Ucker respondeu dando uma mordida em um pedaço de bacon.

- Não seria incrível? O primeiro membro da família a entrar na universidade.

- O primeiro membro da sua família a entrar na escola. - Alice corrigiu David.

- É verdade. - ele riu. - Mas filho, se nada der certo você sempre terá um emprego no Mundo das Espátulas. - o garoto apenas encarou o pai e continuou a comer.

Maite ia andando destraida até o local onde pegaria o ônibus para a escola, quando o ônibus passou e ela pode ouvir alguns alunos berrando seu nome e rindo de sua cara.

- Hey! - ela berrava enquanto corria, mas foi em vão. Teria que ir para a escola andando.

- E ai? - Christian parou seu conversível vermelho todo ferrado - diga-se de passagem - em frente a casa de Ucker. - E ai garoto?

- Hey Chris. - o garoto jogou a bola de futebol para o amigo, que segurou. - Boa! Como vai essa força?

- Arrastando no chão amigo. O que acha de superarmos a velocidade da luz? - Ucker entrou no carro. - Liga, por favor.

O garoto colocou a fita no toca fitas e logo se podia ouvir Eminem.

Enquanto os dois iam de carro e ouvindo música para a escola, Maite ia caminhando calmamente.

- Olha só. Aquela que estou vendo não é a virgem CDF? - Chris perguntou assim que avistou a garota.

- Acredito que seja.

- Ela esta perigosamente perto de uma enorme poça d`água.

- Para uma garota esperta, não é tão esperta. - os dois riram.

O moreno acelerou o carro e passou com tudo em cima da poça, deixando a Maite ensopada. Foi um belo banho. Ela respirou fundo e continuou andando, ainda podia ver o carro e escutar as risadas dos garotos.

Seu cabelo estava enorme, parecia uma juba de leão ou um Black Power, mas suas roupas estavam secas, graças ao carinha que usava um "assoprador de folhas."

- Obrigada! - ela agradeceu ao garoto.

- Nada, continue andando. Ninguém vai reparar.

- Alguém quer um algodão-doce? - um garoto fez uma piadinha fazendo todos rirem, May apenas revirou os olhos e continuou andando. Até que encontrou Eddy, seu amigo que possuía um Black Power.

- Ei May! Adorei o que você fez no cabelo. - ele falou com um sorriso no rosto.

- Obrigada, Eddy! - ela deu um leve sorriso e os dois entraram na escola.

Enquanto isso Ucker e Chris tinham acabado de chegar. Chris estacionou o carro, e ficou olhando pelo retrovisor...

- Três, dois... - a moto se aproximava. - Um! - ele abriu a porta do carro de propósito, fazendo com que o passageiro da moto quase batesse.

- Cuidado ai, babaca! - o motoqueiro disse irritado, fazendo Chris rir.

Assim que o avistou, Dulce saiu correndo em direção ao amado.

- Chris, Chris... - ela disse aproximando-se do garoto para beijá-lo.

- Para, tem gente olhando. - Chris disse a afastando.

Todos continuavam reparando no cabelo de Maite, também com aquele volume todo, quem não repararia? Assim que chegou perto de seu armário deu de cara com Ucker e Belinda - namorada dele.

- Belo visual. - ela falou rindo e a Maite os encarou.

- É o Garoto Limítrofe e sua musa, a adorável Clamídia.

- Meu nome é Belinda, sua CDF.

- A propósito... - Ucker se intrometeu. - desculpa por aquilo, a poça d`água atravessou bem na nossa frente.

- Tudo bem, não precisa pedir desculpas. Eu entendo. - o garoto a olhou confuso. - Mas considere isto: enquanto párias arquetípicas como eu raramente se ajustam ao ambiente do colégio, isto é o melhor que a vida tem a lhes dar. O astro do futebol e sua fútil namorada, a líder de torcida.

- Chefe da equipe. - a loira corrigiu.

- Vamos ser sinceros, massa cinzenta não é exatamente seu forte, certo? Por isso, vai acabar trabalhando no Mundo das Espátulas com seu pai e casando com Belinda. - o casal a encarava com um olhar assustado. - Mas logo você começará a beber para amortecer a dor que o corrói. Daqui a alguns anos, você será um ébrio gordo e deprimido, num bar, falando dos bons e velhos tempos, enquanto sua esposinha, cuja beleza, a propósito, foi para o vinagre, mantém viva a auto-estima entregando-se a esquálidos encontros sexuais com os amigos do marido. - o sinal tocou.

- Que amigos? - o garoto perguntou assustado ainda.

- A maioria deles, imagino. - Maite fechou o armário. - Tenham um bom dia. - e saiu vitoriosa, andando em direção a sala.