Fanfic: Semprii a tu lado

Já passavam das 8 quando conseguimos tirar Any de dentro daquele shopping repleto de promoções para final de ano. Papai iria nos matar, afinal vale lembrar que estávamos a pé, e não ficava nem um pouco perto de casa!

Meu celular tocou, e eu sabia quem era...

“Não se preocupe, já estamos chegando!” Eu falei ao atender.

“O que eu disse sobre estar aqui ás 9? A casa já está cheia, e até vocês duas se arrumarem já estaremos no ano novo!” Papai e seu senso de humor...

“Relaxa velhinho, vai dar tudo certo! Estarei ai antes dos convidados se darem conta da minha ausência ok?”

“É o que eu espero Dulce Maria!” Ops, chamar pelo nome é golpe baixo! Legal, ele desligou na minha cara!

“Tá muito bravo?” Diego uniu suas sobrancelhas grossas.

“Ele só desligou o telefone na minha cara!” Eu dei de ombros, como se isso fosse normal!

Depois do telefonema ameaçador, nós apressamos o passo. Chegamos á um ponto, que eu e Any tivemos de tirar os saltos. Bem esperto de nossa parte sair pro shopis de salto, sabendo que iríamos a pé!

A casa já estava cheia e bem... Se não tivesse chegado todos, eu não sabia se iria agüentar!

Subimos apressadamente para o meu quarto para tomarmos um rápido banho e vestir nossos trajes que já estavam separados á mais de uma semana... É eu sei, somos bem empolgadas!

Enfim, nós terminamos de nos vestir, agora só faltava a maquiagem! Eu só esperava que papai resolvesse nos matar depressa!

Diego bateu na porta e Any foi atendê-lo, enquanto eu terminava de passar a sombra  esverdeada em meus olhos.

“Nossa Any, desse jeito eu não agüento princesa!” Ele falou sedutoramente e estendeu a mão para que Any a segurasse.

“Quem aqui falou que era preciso agüentar?” Ela lhe deu uma piscadela! Desde que ele ficou ‘legal’, os dois só vivem assim, com brincadeiras picantes e piadas sedutoras.

“Perdoe-me então, é que eu acabo não prestando atenção no que dizem quando estou ao seu lado!” Cara, isso ta ficando chato! Não é legal ficar comendo pão na frente dos pobres! Por que o Chris não ta aqui pra suprir minha carência? :(

“Beleza, se vocês dois querem se pegar! Vão pra um motel porra!” Eu explodi. ¬¬’

“Hey relaxa maninha! É só brincadeira tá?” Ele se sentou na minha cama e me olhou como se eu fosse uma louca perigosa.

“Liga não Dieguito! Ela só ta com saudade do Ucker! Logo passa!” Ela alisava o cabelo em frente ao espelho.

“Ótimo! Já temos um objetivo essa noite!” Do que ele tá falando afinal? “Nossa missão de hoje, é fazer  a Dul se divertir! Nem que seja a base do álcool!” Sabia! Tinha que ter álcool! Ele tá virando alcoólatra, só pode! Não é normal um menino da sua idade, beber tanto!

“Nem vem com esse papo! Eu sou apenas uma desculpa pra voce beber!”

“Exatamente! E ai vai me ajudar?” Ele fez aquele sorriso, que deixaria qualquer mulher – exceto eu – louca!

“Vou pensar no seu caso! Á propósito, tá bonito irmãozinho! Enfim passou um gel nos cabelos!” Eu me levantei para certificar que estava tudo em perfeita ordem.

“Idéia da sua querida mãe né?” Ele fez uma cara de quem comeu e não gostou.

“Mamãe é exagerada, mas voce ate que ficou bonito cara!”

“Não enche tá? Se não vou beber sozinho!” Ele soltou uma gargalhada do que havia dito.

“Ah, por falar em beber... papai mandou avisar que se vocês não descer em dez minutos ele viria buscar as duas!” Eu e Any nos entreolhamos e saímos de pressa daquele quarto. Eu conhecia papai bem demais, pra saber que ele era um homem de palavra, e nós sabíamos que ele viria sim nos buscar!

Tivemos de parar no topo da escada, a casa estava transbordando de gente, acho que se chegasse mais alguém, iríamos sair pela janela! OO’

Agora era a parte chata da festa... Os cumprimentos.

Ai como eu odeio aqueles comentários das vizinhas, tias, e pessoas velhas! “Nossa Dulce, como voce cresceu!”, “Hey, o que houve com aquela pequena de olhos de vidro?”, “Puxa, ainda me lembro do dia em que voce tomou banho de piscina só de calcinha com seu primo!”. Eles sempre me traziam a tona as lembranças do meu passado sombrio.. E feio!

Será que é tão difícil entender que eu cresci, e que eu NÃO uso mais aqueles óculos ridículos?

Pra que tanta comparação meu deus?

“Dul!” Ouvi uma voz chamar pelo meu ‘nome’ e puxa, que voz! Virei-me para encarar o dono daquela voz que me dava arrepios. Mas não adiantou de muita coisa, ele era lindo, mas eu não fazia  a mínima idéia de quem era aquela figura máscula parada a minha frente.

“Não se lembra de mim, amiguinha?” Ele soltou uma breve risada rouca.

“Bem, não vai ajudar de muita coisa eu mentir! Não, não lembro!”