Fanfic: Wake - Despertar s2 vondy s2 | Tema: Vondy, Rebelde

18h23min

Christopher levou Dulce para a casa dele.

- Vinte e um testes positivos para GHB Dulce. -A voz do Christopher estava firme.

- Todos  na  festa  foram  drogados.  Durbin  drogou  a  si  mesmo.  O  rumor  é  o  de  que  aumenta  a resistência. -Ele parou.

- Eca. -Os dois estremeceram.  –  quando o Baker, o Cobb, e o time de apoio chegaram, Durbin estava com três estudantes na cama.

Dulce ficou calada.

- Ele vai para a cadeia por um bom tempo Dulce.

- E quanto ao Wang?

- Ele  também.  Infelizmente ele  estuprou  a  Stacey  antes  do  Baker e  o  Cobb  chegarem  lá. Eles encontraram o DNA dele. Ela pediu pela pílula do dia seguinte. Ela não se lembra de nada do que aconteceu  na  noite  passada.  As  mãos  do  Christopher  apertaram  a  direção.  Seus  dedos  ficaram brancos.

- Merda. -Ela falou baixinho.

Ela deveria ter feito algo melhor.

Feito algo mais pela Stacey.

A dor de cabeça de Dulce diminuiu á tarde. Ela comeu tudo o  que  o  Christopher dava para ela, até declarar  que  estava  melhor.  –  pare  de  me  tratar  como  um  bebê. -Ela  falou  com  um  sorriso cauteloso. Ela sabia que o Christopher não havia dormido.

Christopher olhou para ela de uma maneira exausta e perdida. Respirou fundo e seu rosto se  desfez.

Ele acenou.  –  estou acabado. -Ele falou.  –  com licença. Ele saiu da sala, e Dulce o escutou no quarto. Gritando contra o travesseiro.

Dulce estremeceu.

Dulce percebeu como tudo estava muito acima da cabeça dela. E talvez Christopher também estivesse.

Depois de um tempo ele ficou quieto. Dulce se aventurou a espiar o quarto, e ele estava dormindo deitado sobre o estomago, completamente vestido, seus óculos sobre a mesinha de cabeceira  e braços e pernas pendendo na lateral da cama, as lagrimas ainda molhavam seus cílios, e suas bochechas estavam vermelhas. Ele não sonhava. Dulce se ajoelhou ao lado da cama, retirando o cabelo do rosto dele  e ficou o observando por algum tempo.

9 de Março de 2006

15h40min

Os rumores na escola haviam se acalmado um  pouco. Os três professores substitutos de Dulce estavam longe de serem excitantes. O que estava ótimo, por que Dulce estava tendo problemas para se concentrar de qualquer maneira. Não por causa da festa do senhor Durbin. Mas pelo o que aconteceu depois, com o Chris.

Depois  da  escola  Dulce  estava  em  casa  deitada  no  sofá,  olhando  para  o  teto,  quando  Maite colocou a cabeça pela porta da frente.

Dulce  sentou  e  forçou  um  sorriso.  –  hei.  Feliz.  Feliz.  Você  fez  alguma  coisa  legal  no  seu aniversário? Ela entregou para a Maite um pacote de presente que estava sobre a mesinha do café a dias.

- O usual. Nada demais. Christian acha que eu deveria ir me registrar para votar. Espero que ele esteja brincando.

Dulce  tentou  rir,  mesmo  se  sentindo  entorpecida.  –  você  deveria  ir  se  registrar  para votar.  É  o direito de todo americano.

- Você se registrou?

- Sim.

- Oh  meu  Deus.  -Maite  exclamou,  batendo  com  a  mão  na  boca.  –  eu  me  esqueci  do  seu aniversário?

Dulce deu de ombros. – e quando foi que você se lembrou dele?

- Hei! Isso não é justo. -Maite falou, sorrindo envergonhada. Mas Dulce sabia da verdade. E Maite também.

Não que aquilo importasse.

Era só a maneira como as coisas eram entre elas.

Maite gritou com o cd que Dulce comprara para ela. E elas estavam bem. Mas Dulce sabia que as coisas estavam mudando rapidamente. Maite não ficou por muito tempo.

Dulce não tinha planos para a tarde.

Ou para o resto de sua vida pelo que parecia.

Ela ligou para o Chris.

- Estou com saudades. Ela falou para a caixa de mensagem.  –  apenas... Tinha que te falar isso.

Am, sim. Sinto muito. Tchau.

Mas Christopher não ligou de volta.

Ela sabia que ele não iria ligar.

- Eu preciso de um tempo. -Foi o que ele falou na segunda feira depois do hospital, quando ele tentou tocá-la, mas não conseguiu.

24 de março de 2006

15h00min

Agora Dulce estava em um transe. Já fazia quase três semanas. Ela passava as aulas como um zumbi. Ia para casa depois da escola. Todos os dias sozinha.

Sozinha.

Era difícil. Agora havia muito mais coisas para se sentir falta. Ficar sozinha antes de Christopher era muito mais fácil do que depois dele.

Ele  também  não  sentava  mais  perto  dela  na  sala  de  estudos.  Não  ligava.  Não  cuidava  dela quando era sugada para dentro de um sonho.

Ele parecia nem conseguir olhar para ela. E quando acontecia por acidente nos corredores, ou no estacionamento,  seu  rosto  adquiria  uma  aparecia  aflita,  e  ele  se  apressava  sem  falar  uma palavra.

Seguindo para longe dela.

Mesmo nas reuniões com a Capitã ela estava sozinha. Christopher se encontrava separadamente com ela.

Dulce dirigia para casa com as janelas abertas em um dia de primavera, com nada a perder.

15h04min

Ela parou para um ônibus da escola elementar que estava com as luzes vermelhas piscando. Ela olhava para as crianças, atravessando a rua á sua frente. Se perguntando se algum deles seria como ela.

Sabendo que provavelmente não.

E então.

Ela é pega de surpresa. Cega, foi sugada para dentro do sonho de uma criança.

Caindo, despencando de uma montanha.

Dulce se engasga a procura de ar.

O pé dela escapa do pedal do freio.

O buzina do ônibus soa e ela escuta gritos.

Ela agarra a direção freneticamente e luta para focar a mente. Puxando a si mesma para fora do sonho quando Ethel passa perigosamente perto das crianças atravessando a rua.

Ela coloca o pé adormecido sobre o freio e cegamente procura pelas chaves na ignição. 

Ethel engasga e morre enquanto a visão de Dulce retorna. O motorista do ônibus olha para Dulce com raiva.

As  crianças  assustadas  ao  lado  da  estrada  olhavam  para  Dulce,  com  os  olhos  arregalados  de medo.

Aterrorizada  Dulce  balança  a  cabeça  para  clareá-la.  –  sinto  muito.  Ela  fala.  Ainda  sentindo  o estomago doer.

O ônibus se afastou.

Quando os motoristas que estavam na fila atrás de Dulce começaram a buzinar impacientemente,

Dulce lutou para dar partida na Ethel.

Chorando e odiando sua vida.

Se perguntando que merda que iria acontecer com ela, imaginando como ela iria passar a vida sem matar alguém.

Ela chegou em casa.

Limpou o rosto nas mangas.

Caminhou  determinada  para  dentro  de  casa.  Foi  direto  para  o  quarto,  jogando  o  casaco  e  a mochila no sofá sem parar até chegar ao armário.

Dulce puxou a caixa e sentou na cama. Jogou tudo em uma pilha e pegou o caderno verde. E sem medo o abriu. E leu a dedicatória novamente.

“Uma jornada para a luz.

Por Martha Stubin.”