Fanfic: Voltando Para Casa - AyA (Finalizada) | Tema: PonchoyAnahí

O problema em sua vida – percebeu Anahí Portillo ao deixar sua casa na praia de Malibu com uma braçada de acessórios, uma arara de roupas dobrável e mastigando uma barra de proteína as nove e meia de um sábado – era que ela nunca parava. Jamais.

Bastava tomar aquele momento como exemplo. A maioria das pessoas comuns ainda estaria na cama ou fazendo planos para um café da manhã prolongado, enquanto liam um exemplar do Times. Ela, por sua vez, não chegara ao auge da carreira como personal stylist permitindo-se tais luxos. Chegara ali dando o máximo de si por seus clientes e não pararia agora. Nem mesmo num perfeito dia de dezembro como aquele, com o céu azul, o sol reluzindo no Pacifico e as gaivotas emitindo seu canto.

Ah, o inverno em Los Angeles! Impossível não adorá-lo. Mas tinha de se mexer. Uma mulher como ela vivia de tempo emprestado, numa casa emprestada, com um carro emprestado na garagem. Tecnicamente, a maioria do que ela chamava de seu ou era de um cliente, ou proveniente de uma sacola de lembranças da festa de alguma celebridade.

Mas as coisas não poderiam estar melhores e permaneceriam assim por muito tempo. Afinal, adorava seus clientes, o sentimento era recíproco. Ela fazia parecer deslumbrantes, e eles a tornavam feliz. Bem-sucedida, melhor dizendo.

Ela própria conquistara todos aqueles benefícios. Mordomias faziam parte do seu estilo das relações de trabalho com as celebridades. Seria uma idiota se as recusasse, embora tivesse feito isso no inicio. Podia ter sido uma garota simples do Meio-Oeste antes, mas, agora, aos trinta anos de idade e vários de sólida carreira, era uma autêntica californiana.

Seguindo pela entrada de veículos, empilhou a arara dobrável e as sacolas de acessórios no banco do passageiro de seu Tesla Roadster, e ouviu o toque de um de seus dois celulares. Era uma mensagem de Maite, sua assistente, confirmando uma data para as fotos a ser feita para a Vogue de uma seleção de roupas, e lembrando-a de que aguardava sua ligação para tratarem de vários assuntos.

Sentando-se ao volante, observou o luxuoso carro zero que, segundo rumores, custava mais de cem mil dólares: presente de Belinda, a cantora e atriz de origem inglesa que era a mais recente sensação da indústria do cinema de Hollywood. Sua cliente número um. Afinal, seu Grammy, seus papéis de destaque como atriz e seus CDs no topo das paradas não eram pouca coisa.

Colocando os óculos escuros, Anahí deu ré e arrancou para se misturar ao tráfego, seguindo pela avenida movimentada. Dois minutos e meio depois, estacionava na entrada de uma casa de praia próxima: bem maior e mais opulenta do que a sua.

A mansão de Belinda estava apinhada de gente: desde jardineiros cuidando do gramado e dos arbustos de flores até o pessoal da limpeza, além de funcionários de bufê, floristas e entregadores indo e vindo pelos pisos de mármore italiano. 

Anahí entrou e olhou ao redor. Como sempre, o interior do lugar roubou seu fôlego. Afora a decoração moderna, a casa ostentava uma visão esplendorosa do oceano. Os cômodos eram amplos, a mobília luxuosa, e a cozinha era o sonho de qualquer chef. Sem contar as salas destinadas a lazer e embelezamento. No andar de cima, havia suítes para hospedes e uma principal com dois amplos closets: um para sapatos e acessórios, outro para roupas e joias. Para cada lugar que se olhasse, os ambientes eram decorados com absoluto requinte e bom gosto.

Embora faltasse menos de um mês para o Natal, não havia sinal de data festiva ali, reparou. Nem haveria...  Ao menos não até depois do aniversário de vinte e cinco anos de Belinda, naquele dia. A estrela do Pop se recusava a ter qualquer coisa relacionada ao Natal em sua casa antes de seu grande dia. Mas Anahí sabia que manter tudo relacionado ao Natal fora de vista da moça só duraria até o dia seguinte, quando, na certa, ela iria esperar que sua casa fosse transformada numa terra encantada de inverno. Não era uma tarefa fácil.

Talvez, por isso, ela acabava boicotando o Natal. Desde o Dia de Ação de Graças até o inicio de dezembro, simplesmente fingia que os feriados não existiam. 

Embora faltasse menos de um mês para o Natal, não havia sinal de data festiva ali, reparou. Nem haveria...  Ao menos não até depois do aniversário de vinte e cinco anos de Belinda, naquele dia. A estrela do Pop se recusava a ter qualquer coisa relacionada ao Natal em sua casa antes de seu grande dia. Mas Anahí sabia que manter tudo relacionado ao Natal fora de vista da moça só duraria até o dia seguinte, quando, na certa, ela iria esperar que sua casa fosse transformada numa terra encantada de inverno. Não era uma tarefa fácil.

Talvez, por isso, ela acabava boicotando o Natal. Desde o Dia de Ação de Graças até o inicio de dezembro, simplesmente fingia que os feriados não existiam.