Fanfic: Voltando Para Casa - AyA (Finalizada) | Tema: PonchoyAnahí

Naquela noite, tudo mudou. Ao menos por um tempo. Deitada de costas ao lado de Poncho, exausta e um tanto ofegante, Anahí sentia braços e pernas formigando e o rosto afogueado. Fechando os olhos, tocou a mão dele.

- Prometi a mim mesma que não faria isso outra vez. Não com você.

Ele tentou arranjar uma posição mais confortável e soltou um suspiro com visível autoconfiança.

- Qual o problema? Parecia estar gostando um minuto atrás...

- Eu...

- Não me faça repetir tudo, só para provar. – Poncho falou, sorrindo.

Ele não precisava fazer nada, e ambos sabiam disso. Ela havia adorado estar com ele... Fazendo justamente aquilo que se empenhara tanto em resistir.

Virou-se de lado para poder observá-lo de perfil.

- Não percebe que qualquer ameaça que esteja tentando fazer perde o efeito com esse sorriso? Está com ar de quem acaba de marcar um daqueles pontos no futebol, quando o jogador cruza a linha do gol.

- Touchdown, você quer dizer. – ele abriu um sorriso preguiçoso. – Mas foi você quem começou a gritar... O som deve ter se propagado por quilômetros.

- Não pude evitar! Foi você quem começou. Só vim até aqui numa inocente expedição para cortamos um pinheiro de Natal.

Sem dizer que aquilo a poupara de mais uma reunião recheada de perguntas na casa dos pais. Sentindo a neve derreter na parte detrás do jeans que usava com as praticas botas de inverno da mãe, Anahí estremeceu. Tinha sido ótimo confeccionar o casado. Agora se sentia aquecida graças a ele e toda aquela... Atividade.

Mas seu nariz estava congelando, o que era compreensivo ao se levar em conta que se encontravam ao ar livre cercado por pinheiros nevados numa noite de dezembro. Para uma fazenda de árvores de Natal, conforme Poncho explicara a respeito do lugar, a paisagem era encantadora. A seu lado, ele colocara um lampião a gás que fazia a neve em volta brilhar. Sobre um tronco caído adiante, estavam às coisas que Anahí levara para criar um ambiente mais acolhedor: uma manta de lã, uma garrafa térmica com chocolate quente e algumas barras de proteínas, uma vez que havia pulado o jantar.

Não que estivesse preocupada com nutrição. Tudo o que importava era a pura alegria que desfrutava no momento. Poncho Herrera era a pessoa ideal para afastar os problemas de sua mente. Verdade que ela deixara Kismet e todas as tradições para trás havia muito tempo, porém nada a impedia de se divertir um pouco com um espécime masculino tão... Interessante.

Sentindo-se inspirada e mais relaxada do que nunca, ergueu-se um pouco, apoiando-se no cotovelo. Respirou fundo, inalando a fragrância marcante dos pinheirais, e fitou Poncho.

- Foi bom seu amigo Christopher não ter vindo. Do contrario, eu não estaria fazendo isto...

Inclinando-se, roçou os lábios dele com os seus num gesto provocante. Então o beijou com intensidade. Era como se ele estivesse completamente à sua mercê, deitado ali na neva com aquela expressão de desejo no rosto. Apesar do ar frio da noite, ela se sentiu em brasa.

Poncho a puxou para si e o beijo se tornou faminto, a língua quente explorando-lhe a boca e se entrelaçando à dela.

Anahí teve que se conter para não soltar um gemido. Não que observá-lo, atônita, quando o beijo tórrido enfim terminou, a fizesse parecer mais sob controle. De qualquer forma, estava satisfeita com a iniciativa. E não havia dúvida de que o beijo o afetara também. Poncho tinha as pálpebras semicerradas, o desejo evidenciado nos olhos verdes. Sim, aquelas poderiam ser férias incríveis, ela pensou, sentindo o coração vibrar em resposta ao sorriso tolo que ele trazia nos lábios.

- Isto não devia acontecido. – Poncho falou com voz rouca, a testa franzida. – Eu...

Anahí tornou a beijá-lo, dessa vez comprimindo o corpo contra o dele e se deliciando com seu calor e o contato dos músculos rijos.

- Vai acabar com queimaduras de gelo se eu fizer o que estou pensando... – com um sorriso malicioso, mordiscou-lhe o queixo, para depois tornar a beijá-lo. Estremeceu de prazer quando Poncho invadiu-lhe a boca com a língua, explorando-a com sensualidade. – Mas eu vou ter de fazer assim mesmo...

Ousada, afastou o cachecol que ele usava e começou a descer o zíper da jaqueta. Se conseguisse passar por todas aquelas camadas de roupas e colocar as mãos no peito largo, sabia que a recompensa seria maravilhosa. Mesmo através das luvas que cobriam suas mãos, e das roupas dele, dava para perceber que Poncho era todo músculos.

Sorrindo, ele ergueu a parte de cima do corpo para dar maior acesso às suas mãos. Ansiavam pela mesma coisa.

De repente, algo gelado atingiu Anahí na nuca e se desfez no chão num pequeno amontoado branco. Uma bola de neve!

Perplexa, ela tocou o gorro de lã e olhou para trás. Outra bola atingiu em cheio o peito de Poncho.

- Acertei você, tio Poncho! – uma risada infantil se fez ouvir no silêncio.