Fanfic: Voltando Para Casa - AyA (Finalizada) | Tema: PonchoyAnahí

Ele olhou por sobre o ombro de Anahí e seu rosto se iluminou quando avistou Alice, sua adorável e risonha sobrinha, brincando na neve. Ela os acompanhara na busca do pinheiro de Natal e até então estivera ocupada, montando um boneco de neve sob a luz de seu próprio lampião, enquanto Anahí e Poncho se atiravam no chão, fazendo anjos na neve.

Sim, anjos na neve. A maioria secreta de Anahí desde os tempos de infância, assim como cantar as mais bregas canções natalinas, como tinham feito ao ficarem presos na rodovia, de madrugada. Primeiro haviam descido do carro, deitado no chão branco e, movimentando pernas e braços, “desenhando” os anjos ao lado da estrada. Depois tinham cantado até ficarem roucos. E, enfim, haviam adormecido um nos braços do outro na cabine da caminhonete estacionada no largo acostamento da estrada para Kismet.

Até o momento, Anahí não sabia por que Poncho fora o único capaz de despertar nela o espírito de Natal. Tudo que sabia era que não queria que ninguém mais descobrisse a respeito.

- Foi um golpe baixo, Alice! – lançando um sorriso para Anahí, ele juntou um pouco de neve com as mãos enluvadas. – É melhor tomar cuidado. Aqui vou eu!

A primeira bola passou acima do ombro da menina e atingiu uma árvore. De propósito, notou Anahí, sorrindo. Sobrinha e tio riram a valer. Era óbvio que ele era todo protetor e devotado à menina. Observando-o brincar com Alice na neve, ela sentiu o coração se enternecer e não demorou a tomar parte na diversão.

Poncho amarrou os dois pinheiros que havia cortado com sua serra elétrica na carroceria da caminhonete, enquanto Anahí e Alice tomavam chocolate quente, sentadas num tronco de árvore. Conversaram animadamente, evidenciando que já haviam se tornado grandes amigas. E a julgar pela adoração nos olhos da sobrinha, Alice era a mais recente integrante do fã-clube de Anahí Portillo. De fato, Anahí tinha algo de muito especial que atraia as pessoas... Incluindo ele.

Deus do céu. Não estivera preparado para aquele primeiro beijo. Nem para o segundo. Nem para...

Droga. O que havia de errado com ele? Deveria estar à procura de um meio de unir Anahí e Christopher e não atraindo-a para si, beijando-a com avidez e ansiando por mais.

Ainda não podia acreditar que Christopher se acovardara no ultimo minuto outra vez, alegando que precisava de roupas novas antes de permitir que Anahí o visse. Como ele poderia bancar o Cupido para o amigo da maneira como prometera, se os dois nunca se encontravam?

- Por que não quer ir à parada de Natal com a gente, Annie? – indagou Alice. – É muito divertida. Papai Noel vai estar lá.

- Eu...

- Você tem de ir! Pode ir comigo, com a minha mãe, com o tio Poncho e Christopher. Christopher é superlegal e engraçado. Você vai gostar dele também.

- Não posso ir à parada, Alice. – Anahí lançou um olhar suplicante na direção de Poncho.

- Mas você disse que iria comigo. – ele elaborou, adquirindo uma expressão de completa inocência. – Você prometeu.

- Eu? – ah, se um olhar fosse capaz de pulverizar um homem! – Eu só disse que...

- Oba! Você vai à parada! – exclamou Alice. – Você vai!

Sem querer desapontar a menina, Anahí acabou concordando. Poncho sorriu para a sobrinha. Estava resolvido o problema de promover um encontro entre seu melhor amigo e a garota dos sonhos dele.

- Você pode ir à apresentação de Natal na minha escola também! – falou Alice de repente. – Por favor, por favor!

Agora, Anahí parecia realmente sem saída. Mordeu o lábio inferior.

- É outra tradição. – Poncho deu de ombros. – E tão divertida quanto à parada e os demais eventos. Nunca terá um Natal de verdade enquanto não vivenciar um em Kismet.

- Já vivenciei muitos Natais em Kismet. – protestou Anahí. – Nasci aqui, lembra-se?

- Eu me refiro a um Natal como adulta. Em nosso bairro, todos se reúnem para ajudar a enfeitar as casas uns dos outros, pendurando lâmpadas e coisas assim, porque alguns dos moradores mais velhos não são mais tão ágeis para fazer isso sozinhos.

- Alguém poderia ganhar um bom dinheiro cobrando por esse serviço. – resmungou Anahí, mas Poncho percebeu que ela amolecia.

- Se você for à apresentação da minha escola poderá ver tio Poncho fantasiado de Papai Noel, com uma barriga enorme, barba comprida e tudo mais! – declarou Alice com entusiasmo.

O sorriso de Poncho desapareceu.

- Anahí não se importa muito com o Papai Noel, Alice.

- Mas é engraçado! – acrescentou a traiçoeira sobrinha.

- Papai Noel, hein? – Anahí abraçou a menina, fitando-o com um sorriso travesso. – Sabe de uma coisa, Alice? Você me convenceu. Não perderei isso por nada!