Fanfic: Voltando Para Casa - AyA (Finalizada) | Tema: PonchoyAnahí

Tarde da noite, em seu quarto, Poncho ainda não havia conseguido tirar da cabeça a maneira como Anahí o tinha observado durante a prova da fantasia. De joelhos, tocando-o com a fita métrica e dedos habilidosos, ela parecera tão desejável  que ele tivera de se conter para não puxá-la para si na frente de todos...

Com exceção de Christopher, aquele covarde, que não voltara nem sequer para fazer a prova de sua fantasia de duende.

No fim tudo havia dado certo, levando em conta como fora difícil passar o dia com Anahí sem revelar o que cada sorriso, cada piada, cada roçar da pele dela na sua fazia com ele. Tinha ficado imóvel feito uma estatua quando ela havia tirado suas medidas, fazendo cálculos mentais sobre estáticas de futebol para não dar um vexame.

Porque Anahí era a garota dos sonhos de Christopher. Um sujeito leal e confiável como ele não trairia seu melhor amigo, não importando o quanto ela fosse divertida ou tentadora.

Abriu um sorriso ao se lembrar das mãos dela tremendo ligeiramente em certos momentos. Anahí não podia ter problemas em se rebelar contra os padrões mais conservadores de Kismet, mas passara por apuros ao tocá-lo.

Gostava daquilo nela. Daria tudo para saber até que ponto poderia testá-la. Se a tocasse, ela estremeceria? Se tornasse a beijá-la, arrancaria suspiros e gemidos dela? Se a livrasse daquelas roupas, despisse a ambos e a provocasse com mais leves toques, ela tomaria a iniciativa?

Imaginou Anahí por cima dele, o corpo ondulando e trazendo vida nova aquele quarto solitário. Imaginou a si mesmo segurando-a pelos quadris, com ela se movendo acima de seu corpo, os cabelos longos batendo contra seus ombros, os seios balançando, enquanto os dois...

Interrompeu a fantasia. Tinha de se conter! Aquela fixação por Anahí estava saído do controle.

Não era de admirar que Christopher tivesse obcecado por ela durante uma década. Ele próprio havia passado apenas parte de dezembro a seu lado e já estava enlouquecido pela mulher. A questão era:O que fazer a respeito?

- Oh, meu Deus, Anahí! Tem certeza de que isto vai dar certo?

Pela enésima vez, Anahí sorriu para a mãe, confiante, mesmo enquanto os funcionários contratados se apressavam para concluir os toques finais de sua festa de Natal ao estilo de Los Angeles, e os mais afoitos dos convidados se agrupavam por perto.

Ninguém seguia a etiqueta de chegar mais tarde ali em Kismet. Num salão de festas da cidade alugado para a ocasião, a cabine do DJ estava montada e areia de praia cobria o chão com um guarda-sol multicolorido fincado aqui e ali. Havia até uma barraca onde uma especialista em spray bronzeador estava pronta para aplicar o produto em todos os moradores de Kismet que quisessem exibir um ar californiano.

- Já fiz isto antes, mamãe, não se preocupe. – ela ajeitou a costura do vestido de festa que ajudara Marichelo a escolher. – E para de tentar colocar a carne assada que você trouxe no meio do restante da comida!

- As pessoas vão querer algo para comer além de peixe cru.

- Isso é sashimi e é uma delicia.

- E estes rolinhos com arroz e peixe embrulhados nessa “fita isolante”?

- Sushi. E isso não é fita isolante, é uma folha feita de algas.

- É tudo muito bonito e colorido, mas estamos perto do Natal. – com evidente consternação, Marichelo estudava a mesa. – Seus convidados vão querer algo quente neste frio.

Ao avistar um homem alto e forte parado sob a luz difusa de um dos ambientes mais acolhedores, repletos de pequenos sofás, Anahí sorriu.

- Acho que “algo quente” acaba de chegar. Pelo menos para mim.

A mãe sacudiu a cabeça.

- A menos que Poncho tenha trazido latas de sopa nos bolsos, não acho que ele seja a resposta.

- Tome uma margarita, mamãe. – ela sugeriu, tentando ignorar a súbita euforia.