Fanfic: Voltando Para Casa - AyA (Finalizada) | Tema: PonchoyAnahí

Que nada tinha a ver com amor, como Dulce sugerira, garantiu a si mesma, rumando na direção dele. Tomara ele gostasse de seu vestido. Afinal, havia trocado de roupa quatro vezes até finalmente se decidir por aquele.

Poncho parecia muito elegante na calça social preta, gravata e blazer de lã em vez dos costumeiros jeans e camisa flanela. Não estava muito “californiano”.

- E então, o que achou? – ela fez um gesto amplo ao redor. – Minha amiga Maite providenciou tudo e enviou para cá a maioria das coisas, agora que estou neste fim de... – Céus! Era melhor pular aquela parte. – De qualquer modo, liguei para ela para falar a respeito da festa, e Maite logo se propôs a me ajudar pelo bem da reputação de Los Angeles!

- Ei, há areia nos meus sapatos. – Poncho fez uma careta.

- É para você tirá-los, bobinho. – ela o empurrou num gesto infantil, e encontrou um ombro largo e rígidos músculos peitorais. Uma onda de nervosismo a fez forçar o riso. – Por que não tira tudo de uma vez?

Poncho sorriu, mas a impediu de livrá-lo do blazer, segurando-a pela cintura. Deus, era bom segurá-la assim.

- Desmancha-prazeres! – ela acusou, os olhos brilhando, enquanto desfrutava o calor das mãos dele. – Por outro lado, você até que veio bem-vestido para a ocasião em que perderá sua aposta.

- Quem perderá aqui é você. – ele afirmou, olhando para a parafernália tropical.

Ela abriu um sorriso maroto, puxando-o para si pela gravata e cambaleando de leve.

- Só estou disposta a ganhar. – disse rouca. De algum modo, tinha de descobrir se a teoria de Dulce sobre o amor verdadeiro estava correta. – Que tal um beijo para começar?

Perplexo, ele segurou a mão que subia pela camisa, ousada.

- Quanto você já bebeu, moça?

- Nem de longe o bastante. – ela riu.

Poncho franziu ainda mais a testa.

- Por que bebeu tanto?

- Isso é fácil. Porque acabo de me dar conta de uma coisa. – Anahí o tocou no nariz, para depois insinuar os dedos sob o blazer. – Estou completamente apa...

- Ei, Poncho! – chamou alguém. – Estamos com um problema na serpentina do barril de chope. Pode dar uma olhada?

Anahí fuzilou com o olhar o homem gorducho e sorridente que interrompeu sua tocante declaração de amor.

- Que chope? – indagou intrigada. – Esta é uma festa sofisticada, não um churrasco!

- Alguém trouxe um barril. – o homem deu de ombros. – Mas, se que saber, festa sem chope não tem graça.

Poncho tirou o blazer e dobrou as mangas da camisa.

- Vou ver o que posso fazer. – antes de se afastar, lançou um olhar de aviso a Anahí. – Vá com calma nos drinques...

Teria de ficar de olho nela, pensou, preocupado. Aliás, fora isso que prometera a Christopher. Soltou um longo suspiro. Christopher prometera aparecer na festa. Tomara que sim, pois já estava cansado daquela situação: da culpa, do envolvimento inevitável e cada vez maior com Anahí. Não podia continuar fazendo aquilo com seu melhor amigo.

Por isso havia dito a Christopher que era melhor ele aparecer para o seu próprio bem, pois já estava cansado de bancar a babá de Anahí Portillo. Aliás, pelo visto naquela noite era o que ele teria de fazer. Tudo indicava que ela estava determinada a dar vazão a seu lado rebelde, e era imprevisível o que poderia fazer...

Em especial com aquele vestido curto, vermelho e incrivelmente sedutor. Tinha acabado de resolver o problema do barril de chope, quando avistou um casal enamorado num dos sofás de canto e mal pôde acreditar em seus olhos: seus pais estavam se reconciliando!

E graças a Anahí. Seu pai havia comentado que ela lhe dera umas dicas no Clube do Alce de como se vestir e até o acompanhara em algumas compras. De um homem querendo mostrar os bíceps e só falando em impressionar as “meninas” como se fosse um solteirão disponível, de repente, ele tinha se transformado num cavalheiro distinto e respeitável.

Poncho sorriu. Bem que se admirara ao vê-lo tão bem-vestido no dia anterior para um jantar com a mãe dele, mas não havia imaginado que os dois fossem se entender.

Na verdade, temia que houvesse sido um encontro para falarem do divórcio.

Ao que parecia, o Natal em família estava a salvo. Dulce, que chegou com ar confiante num discreto, porém sensual vestido verde-esmeralda. – dica de Anahí, sem dúvida – ficou radiante em saber sobre a aparente reconciliação dos pais. No salão cada vez mais lotado e vibrando com inusitada mixagem de canções de Natal em ritmo de hip-hop, os irmãos observavam Ruth e Armando a certa distancia com um sorriso no rosto.