Fanfic: Voltando Para Casa - AyA (Finalizada) | Tema: PonchoyAnahí

Anahí acordou com um gosto amargo na boca e a certeza de que a tequila não era sua melhor amiga, apesar das muitas horas juntas na noite anterior. Levou a mão à cabeça para avaliar a extensão do dano e encontrou um ninho de cabelo impregnado de spray, além de cílios endurecidos pelas camadas de rímel ressecado... E nem sequer um vestígio da dor de cabeça que esperara.

Estranho. Tinha uma vaga lembrança de alguém lhe dando copos de água na noite anterior. Talvez essa hidratação tivesse ajudado.

Abriu os olhos. Sentou-se, então. Aquele não era o seu quarto!

Era um lugar desconhecido com paredes brancas, uma imensa cama de madeira e uma infinidade de itens sobre futebol americano. Luzes de Natal tinham sido colocadas em torno do batente da porta e acima da cama. Havia também uma cômoda antiga encimada por um abajur – bem estilo de Kismet – um livro e um porta-retratos.

Anahí estreitou os olhos, tentando identificar as pessoas sorridentes na foto.

Não as reconheceu. Oh, Deus! O que tinha feito?

Vasculhou a memória e se recordou dos preparativos para a festa: da mãe contrabandeando comida caseira para dentro do salão, da areia de praia, das margaritas e dos muitos convidados. Recordou-se de ter visto Armando e Ruth Herrera se beijando na festa, parecendo dez anos mais jovens e milhões de vezes mais felizes. Aparentemente os conselhos que dera a ambos, de apreciarem um ao outro, se aprenderem a conviver com suas diferenças e tentarem fazer listas de presentes do que gostariam em ocasiões especiais, havia dado certo.

Bocejou, espreguiçando-se. Pensando bem, as pessoas de cabelos escuros da foto se pareciam com os Herrera!

- Está acordada. – um homem moreno ergue-se do chão, junto ao pé da cama e piscou, sonolento. – Bom dia.

Anahí soltou um grito e se agarrou às cobertas.

- É como me agradece depois de ontem à noite?

Poncho! Num instante, ela se lembrou de tudo o que havia acontecido: a chegada dele, sua euforia, o salão apinhado, a bebedeira, a dança... E depois Poncho carregando-a por cima do ombro.

Mortificada, lembrou-se das declarações sinceras de amor que fizera a ele.

Observou-o, perplexa: Poncho era lindo de manhã. Tão sexy naquele total desalinho e inexplicável bom humor!

- O que está fazendo no chão?

- Dormindo, ora. Deixei o sofá para o meu pai e você tomou conta da cama.

- Armando está dormindo aqui com você?

- Sim. Só me restou colocar um saco de dormir aqui... Esta era uma casa de três quartos quando eu era pequeno, mas um deles deu lugar ao meu banheiro da suíte e o meu pai converteu o quarto de hospedes em sala de ginastica quando se mudou para cá. – Poncho se espreguiçou, oferecendo uma bela visão do peito bronzeado. – Conseguiu descansar?

- Sim.

- Você me disse que não queria ir para a casa dos seus pais do jeito como estava ontem à noite.

- Uma sábia decisão.