Fanfic: Voltando Para Casa - AyA (Finalizada) | Tema: PonchoyAnahí

- Não sei o que dizer. Porque tudo o que tenho... Sou eu. Não sou tão incrível, sensacional ou forte como diz. Sou apenas uma garota.

- É a minha garota.

- Poncho, eu sou louca por você. – ela falou com voz embargada. – Não consigo ficar longe de você... Quando o vejo vindo da minha direção, parece que meu corpo inteiro se acende. Quando o vejo sorrindo tenho de sorrir também. Quando você me toca, todas as apostas perdem a importância. Eu amo você demais. Naquela noite, quando me deixou ir embora...

- Nunca mais... – ele jurou, levando as mãos dela aos lábios mais uma vez. – Nunca mais.

- Foi como se eu deixasse um pedaço do meu coração para trás. Eu me senti como nunca mais fosse me tornar uma pessoa inteira outra vez. Mas agora... – Anahí se interrompeu, adorando segurar o rosto dele entre as mãos, observar seus traços marcantes, os olhos tão expressivos. – Agora você está aqui e jamais me senti com tanta sorte em minha vida. Eu te amo, eu...

Poncho se apoderou dos lábios dela, interrompendo suas palavras com um beijo faminto que a deixou com a cabeça rodopiando. Abraçando-o, ela retribuiu com todo o ardor, todo amor que havia em seu coração.

Quando enfim pararam para recobrar o fôlego, ambos tiveram de se segurar um no outro, entontecidos.

- Nossa... – ela riu, ofegante. – Isso foi...

- Inesquecível. – Poncho tornou a beijá-la, com gentileza desta vez.

Anahí segurou a frente do casaco dele, os olhos semicerrados, os lábios entreabertos.

- Quero mais.

- Seria mais do que um prazer, mas parece que temos plateia... – com um largo sorriso, Poncho fez um gesto para o lado.

De repente, o restaurante interiro explodiu em aplausos, vivas e assobios. Corando, Anahí se virou e viu todos a observá-los das mesas, sorrindo. A poucos passos, próximo a uma emocionada Ruth Herrera, havia um grupo particularmente interessado, cujos afoitos integrantes pareciam ter acabado de adentrar o restaurante. No meio deles, Dulce enxugou uma lágrima de felicidade e Christopher a abraçou com os olhos vermelhos. Armando Herrera, Jimmy Wright e um homem de sorriso largo, que Anahí não conhecia, os saudavam com alegria. Até a Sra. Porter estava ali, sorrindo com ar de aprovação, enquanto Alice se entretinha com uma boneca, alheia à emoção dos adultos.

Feliz, Anahí estreitou-se nos braços de Poncho.

- Todos em Kismet são sempre assim, tão simpáticos?

- Sim. E todos são testemunhas de que, agora que tenho você, nunca mais vou deixá-la sair de perto de mim.

Um suspiro coletivo ecoou pela multidão, seguido de novas palmas e felicitações. Mas Anahí estava ocupada demais beijando Poncho outra vez para prestar atenção aos aplausos. Ocupava-se amando Poncho, abraçando-o e se dando conta de que, se nunca mais ganhasse um presente de Natal, continuaria contente. Porque tudo o que realmente queria já estava em seus braços.

Como Poncho ficou surpreso em descobrir, não havia lugar com atmosfera mais natalina na face da terra do que o lar de Marichelo e Henrique Portillo na manhã de vinte e cinco de dezembro. A árvore brilhava com luzes o bastante para iluminar um quarteirão. Não havia um milímetro de pinheiro que não estivesse coberto com todos os tipos de enfeites imagináveis. Abaixo da árvore, o trenzinho “Expresso do Papai Noel” atravessava um vilarejo feito de construções artesanais de cerâmica. 

Montanhas de papel de presente amassado e fitas, remanescentes da animada festa que tinham acabado de fazer ao abrir os presentes, permaneciam a um canto. Música natalina enchia a sala, adornada com velas, bonecos de Papai Noel eletrônicos, pinhas douradas, guirlandas e bibelôs de cerâmica de motivos natalinos. Nem a lareira escapara, cercada por ramos de azevinho e com quatro meias penduradas.

E também se não fosse pela inegável alegria que a decoração produziu no rosto de Anahí quando levou Poncho pela mão até o esfuziante cenário no momento em que ele chegou para o farto café da manhã.