Fanfic: Voltando Para Casa - AyA (Finalizada) | Tema: PonchoyAnahí

Poncho olhou a meia de tricô bordada com seu nome na lareira e se viu tomada por um profundo contentamento. Gostava dali. Gostava de estar ali com Anahí. De ser parte de uma família cujos membros, quaisquer que fossem suas diferenças, sempre haviam amado uns aos outros... Como acontecera em sua própria família.
Aliás, eles os veriam mais tarde. No momento, Dulce e Alice estavam passando a manhã com Christopher e, depois, todos se encontrariam na casa dos pais dele para o primeiro de muitos Natais juntos.
Olhou para Anahí, sentada a seu lado no sofá com o jornal, e sorriu. Mesmo usando suéter folgado e jeans, sem minissaia nem botas, ela ainda lhe parecia sexy como ninguém. Era o homem de mais sorte do planeta. 

- Vejam! – ela exclamou, dobrando uma página do Cometa de Kismet e estendendo-a para ele e os pais. – Nós saímos no jornal! 

Poncho se inclinou de cenho franzido. Reconheceu o lugar da foto que acompanhava o artigo da seção “Comunidade”: havia sido tirada na festa anual do bairro de Glenrosen. Diante da casa repleta de lâmpadas de Natal, ele olhava para Anahí, embevecido. Completamente apaixonado.

Anahí balançou a cabeça, abismada. 

- “O casal de Natal de Kismet”... O artigo fala tudo sobre nós. Como nos conhecemos e até como eu ajudei a enfeitar a sua casa. – começou a ler a reportagem em voz alta, porém Poncho mal conseguiu se concentrar nas palavras. 

Anahí tinha um perfil tão benfeito, e sua expressão era tão intensa, os lábios tão sensuais... Tentou prestar atenção enquanto ela marrava como ele perdera o concurso de iluminação de Natal para David, o qual, após uma grande polemica, havia admitido ter contratado profissionais para fazer sua decoração. E de como, no fim, as regras para se vencer o pisca-pisca de Bronze estavam sendo revistas. 

- “Poncho Herrera, por demonstrar criatividade extraordinária e exemplificar o verdadeiro significado do Natal, acabou ficando com um premio especial”. – Anahí leu, sorrindo. 

- É mesmo? – Marichelo parou de tricotar por momento. 

- É só uma placa. – resmungou Poncho. 

Mas não se importava por não ter vencido naquele ano. Nem um pouco. 

Anahí ergueu os olhos do texto, radiante, e exibiu a outra foto, logo abaixo na página do Jornal. Marichelo e Henrique aplaudiram, rindo, e Poncho franziu o cenho. 

- Existe outra foto? 

- Sim... – comovida, Anahí virou o jornal na direção dele. 

Ao ver do que se tratava, Poncho teve de concordar. Não importava o quanto estivesse surpreso e ver aquilo estampado numa página de jornal. Não importava o quão embaraçado um ex-astro do futebol como ele deveria se sentir em ver as luzes de Natal de seu telhado fotografadas para que todos na cidade as admirassem. Em especial uma vez que, em letras verticais de um metro, formadas pacientemente com pequeninas lâmpadas, o painel dizia a completa verdade: PONCHO AMA ANAHÍ PARA SEMPRE.

De sua poltrona, Marichelo soltou um suspiro. 

- É tão romântico! 

- Pode responsabilizar a sua filha. – Poncho sorriu. – Anahí ajudou com as lâmpadas. 

- Eu não o ajudei a fazer isto. – ela abraçou o jornal, sem graça. 

- Claro que ajudou. O que estava fazendo na escada enquanto eu ficava no telhado? 

- Entregando os pisca-piscas, ora! 

- Pois então... 

Anahí sacudiu a cabeça e Poncho se inclinou para o lado para beijá-la. 

- Qual o problema? O mundo inteiro precisa saber. Porque isso sempre será verdade. 

Ela o fitou sorrindo, os olhos marejados. 

- Há alguma coisa no jornal sobre a sua nova empreitada, filha? 

Com visível relutância, Anahí desviou o olhar do dele. 

- Sim, uma nota: “Anahí Portillo, ex-consultora de moda de celebridades de Los Angeles, está oferecendo seus serviços aos moradores de Kismet e áreas vizinhas. Esses serviços serão temporários, enquanto Anahí não retoma sua carreira como estilista no inicia do próximo ano. Com criações a partir de roupas de grife descartadas pelas celebridades, a Imagination promete ser um must no mundo da moda...” 

- Isso significa que vai descosturar mais roupas? 

- Isso mesmo, pai. – Anahí assentiu, sorrindo. – Eu sempre achei um absurdo esses artistas usarem as roupas apenas uma vez. Reaproveitá-las será perfeito para o que tenho em mente. 

- Excelente ideia – aprovou Henrique. – Reciclar é sempre uma ótima pedida. 

- O mais incrível é que Maite virá depois do Natal... Seremos sócias! – ela tocou o joelho de Poncho, radiante. – Ela vai adorar você! – beijou-o na boca com paixão. 

O pai limpou a garganta. 

- E quanto a você Poncho? – interrompeu incomodado. – Vai franquear a Esportes Herrera? 

- Não. – Poncho sacudiu a cabeça. – Recusei a oferta de James de uma vez por todas. O sistema de franquia não me interessa. Apenas decidi aumentar o turno de Jimmy e da Sra. Porter. Pretendo ter mais tempo para mim. 

- Tempo para passar comigo. – completou Anahí. – Já conversamos a respeito. Poncho e eu muito a fazer juntos depois que formos até a Califórnia sacar o meu “pé-de-meia”... 

- Pé-de-meia? – o pai ergueu as sobrancelhas. – Pensei que não se importasse com essas coisas. 

- Engano seu. Ganhei muito dinheiro com meu antigo trabalho, mas economizei muito também. 

- Viu? – Marichelo cutucou o marido. – Eu falei que tínhamos criado nossa menina direito. 

- Terei de alugar um espaço, elaborar um plano, começar a procurar material, encontrar um web designer para fazer o meu site... 

Henrique Portillo fitou a filha, impressionado. 

- E isso apenas para o casamento. – acrescentou Anahí. 

Os pais de Anahí arregalaram os olhos, surpresos. Poncho sorriu. Não via o menor problema em casar. Do contrário, não teria presenteado Anahí com aquele anel de noivado na noite anterior. E ela não o teria aceitado, gritando, rindo e chorando ao mesmo tempo.

Puxou-a pelos ombros, trazendo-a para junto de si. 

- Talvez agora você possa finalmente decidir o resultado de uma aposta para mim... O que é melhor? Um Natal em Los Angeles ou um Natal em Kismet? 

Anahí olhou para o teto, ponderando. 

- Eu adoro a Califórnia. Gosto do sol, surfe e calor, tanto quanto qualquer pessoa. Há muito a dizer a favor de Los Angeles. Mas tenho de admitir que, em se tratando do Natal e da companhia... Nada pode derrotar um Natal em Kismet. É o melhor de todos. 

- Acho que isso significa que eu venci. 

O sorriso de Anahí fez seu coração bater mais forte. 

- Não. Significa que nós dois vencemos. – beijou-o.

FIM.