Fanfic: Voltando Para Casa - AyA (Finalizada) | Tema: PonchoyAnahí
CIDADE DE KISMET...
Munido de um potente binóculo, Poncho espiou o outro lado da rua coberta de neve, através da janela de seu antigo quarto de hospedes convertido em sala de ginástica, e franziu a testa.
- Aquele canalha contratou um serviço profissional de decoração natalina – constatou ao ver a caminhonete com a propaganda parada ao final da rua.
De seu novo aparelho de musculação, o pai emitiu um grunhido de indiferença.
- Eu devia saber! David sempre apronta alguma coisa... Ele deveria ganhar o pisca-pisca de Bronze deste ano.
- Pisca-pisca de Bronze? – perguntou o pai, ofegante.
- É o premio para concurso de iluminação de Natal do bairro. Você o verá em primeira mão logo que eu o ganhar...
- Não acha que está um pouco confiante demais?
Claro que estava. Mas fora exatamente seu “excesso de confiança” que o enviara para NFL. Apertando os lábios, Poncho tornou a examinar a casa de tijolos vermelhos em estilo colonial do outro lado. Sabia como fazer as coisas, mas não suportava artimanhas nem trapaças.
- Droga, o furgão já está indo embora. Mas ainda pego David em flagrante uma hora dessas. – fechando a cortina, virou-se para o pai, que fazia exercícios.
- Interessante o que fazem aqui no Natal. – admitiu Armando. – No nosso condomínio, a decoração não é lá grande coisa.
Poncho o observou. Era a primeira vez, em mais de uma semana, que o pai mencionava sua antiga vida. Talvez fosse um bom sinal. Uma prova de que estava pronto para desistir de sua recém-descoberta vida de solteiro e voltar à mãe dele.
- E então? Teve alguma noticia da minha mãe?
- Você também? – retrucou o pai com impaciência.
- Como assim “você também”?
- Sua irmã anda me perturbando por causa do Dia de Ações de Graças. Vocês dois deveriam ficar fora disso. Não escolham lados.
- Ninguém está escolhendo lados. Mas vocês não podem continuar separados desse jeito. Não está certo.
- Deixe que eu resolva isso, está bem?
- Espero, sinceramente, que sim.
Ele bufou, aborrecido. Gostaria de ver os pais fazendo as pazes, de preferência antes que o Natal chegasse. Desde que tinham se aposentado, ambos haviam passado a se desentender por pequenas coisas que os levaram a uma tensão crescente. Mas havia muito amor entre eles também. Poncho não tinha dúvidas.
O pai se levantou do aparelho, colocando uma toalha no pescoço, a expressão determinada.
- Amanhã, farei uma visita à sua mãe... E pedirei o divórcio.
LOS ANGELES...
De cabeça erguida, Anahí atravessou o saguão do refinado hotel The Standard, na Sunset, rumo ao restaurante onde Maite se encontrava à sua espera numa das mesas. Quanto mais se aproximava da amiga, mais sua confiança se esvaía. Não queria contar que, após uma longa segunda-feira tentando salvar sua carreira, acabara de ser rejeitada por mais um cliente.
Nem precisou falar, contudo. Bastou Maite ver a expressão em seu rosto.
- Oh, não, Annie. Não outra vez.
Diante da simpatia da amiga, ela quase perdeu a compostura. Esforçara-se ao máximo para manter o controle o dia todo, mesmo ao ser repudiada por inúmeros agentes, representantes e empresários. Até mesmo sua assistente, Christine, a abandonara.
Forçou um sorriso e sentou-se à mesa com Maite, que, solidária, estava lhe dando carona naquele dia. A leal Maite, que a acolhera em seu apartamento com suas caixas sem hesitar.
- Darei um jeito.
Apenas não sabia qual. A verdade era que Anahí Portillo tornara-se uma persona non grata em Los Angeles da noite para o dia. Belinda conseguira fechar todas as portas para ela. Clientes que não haviam mudado imediatamente de personal stylist fingiam estar “de férias”. Outros a evitaram com mentiras deslavadas.
E as rejeições sofridas não tinham sido apenas de parte de clientes habituais, mas também daqueles do “escalão inferior” os quais também tentara contatar. Pessoas com as quais tinha trabalhado durante anos – e que considerava amigos – a haviam rejeitado, influenciadas por Belinda.
Que outra explicação poderia haver? Pelo que tinha ouvido, sua ex-cliente “número um” havia dito a todos que só usara aquele traje horroroso de aniversário para impedir que ela ficasse violenta...
- Estou preparando seu currículo e preciso que, depois, você me ajude a preencher alguns dados. – Maite encontrava-se sentada no sofá da sala, digitando em seu laptop, enquanto Anahí vasculhava suas caixas à procura de seu velho celular e antigos contatos. – Por quanto tempo você trabalhou na equipe de produção daquele seriado? Com sua experiência, é provável que eu consiga arranjar um emprego para você nele.
Anahí fez uma careta. Não pretendia regredir na carreira.
- Duvido de que a situação chegue a isso, Mai. Se eu der um pouco de tempo a Belinda, sei que ela vai retirar as coisas que falou. – evitou o olhar da amiga, continuou revirando as caixas. – Ela é geniosa, temperamental, mas nunca a vi guardando rancor de ninguém. – algo brilhante chamou sua atenção. – Aqui está ele!
- Que celular antigo. – comentou Maite. – Será que ainda funciona?
- Acho que só preciso carregá-lo. Depois basta eu reativar alguns dos contatos que estão registrados aqui e estarei de volta à ativa. Oh, meu Deus...
- O que foi?
- Um cartão... Minha mãe o mandou há quatro meses, quando fiz aniversário! – lágrimas brotaram de seus olhos. – Deve ter se perdido no meio da correspondência.
Leu em voz alta a mensagem de felicitações dos pais, que terminava enfatizando a saudade que sentiam. E havia um pós-escrito: “Esperamos ver você aqui no Natal este ano!”.
Não podia acreditar que não vira aquele cartão. A que ponto tinha chegado, afinal?
- Eu não sabia que seus pais eram tão sentimentais. – comentou Maite, comovida.
Embaraçada, Anahí colocou o cartão de volta na caixa e enxugou as lágrimas. Ninguém em Los Angeles conhecia suas origens, nem mesmo amiga.
Mas aquilo não mudava os fatos, nem a decisão que tomou em seguida. Alguém ainda a queria e isso era tudo do que precisava.
- Vou para casa passar as festas de fim de ano. Até eu voltar, essa confusão toda já terá passado.
Próximo Capítulo: Encontro de AyA.
Autor(a): Belle_Doll
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
CIDADE DE KISMET... Quando a afável vizinha, Marichelo Portillo, pediu-lhe encarecidamente que buscasse sua filha no aeroporto Internacional Gerald Ford, em Grand Rapids, Poncho não esperou que o favor o levasse a oitenta quilômetros de distancia de casa, durante uma tempestade de neve, e à meia-noite de um domingo. Uma vez, porém, que a p ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 63
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franmarmentini Postado em 24/02/2014 - 11:54:26
MUITO LINDA ESSA WEB AMEI!!!!!!!
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franmarmentini Postado em 16/02/2014 - 15:41:20
vou ler sua fic* ;)
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lyu Postado em 08/06/2013 - 03:08:39
BELLE FINAL PERFEITO, CONTINUE ESCREVENDO, MUITO BOA SUA WEB
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camillatutty Postado em 07/06/2013 - 23:08:10
Hahhaah Eu concordo com tudo o que a isajuje falou, Belle!!! Você tem que avisar que vai acabar, senão a gente fica assim, chocada e triste!!!! Sério agora: A web foi linda! E a guinada que a Annie deu na vida dela foi impressionante! Ela realmente entendeu o que a faria feliz e não teve medo de arriscar, assim como el Ponchito!
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isajuje Postado em 07/06/2013 - 10:41:48
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaannnnnnnnnnnnnnnnw *u*' isso foi tãããão romântico KKKKKKKKKKKKKKKKK' sério mesmo, que bela história de natal, amo muito histórias de natal! São demais! noss', mas é chato, porque a fic chegou ao fim e você nem avisou que ia acabar? :/ isso não é justo. Eu não estava preparada psicologicamente para esse baque q.q' annnw, mas foi tão fofis K s2
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annrbd Postado em 06/06/2013 - 23:09:04
Não acredito que acabou! :') Linda a história! Adorei msm, obrigada por compartilhar *-*
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annrbd Postado em 06/06/2013 - 22:35:22
Morri com essa capítulo! Que linda declaração *-*
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annrbd Postado em 06/06/2013 - 22:20:28
Anahí sua boba, o Poncho te ama sim! E ele chegou a tempo *-*
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annrbd Postado em 06/06/2013 - 21:20:20
Quando o Poncho chegar a Anahi tem que ir correndo e dar um beijo nele, sem deixar ele explicar nada *-*
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annrbd Postado em 06/06/2013 - 20:11:56
Vamos Ponchitooo! tem 20 minutos!