Fanfics Brasil - 13 Doce Confronto Doce Inimiga

Fanfic: Doce Inimiga | Tema: Harry Potter, Hermione, Drácula, Centauros


Capítulo: 13 Doce Confronto

822 visualizações Denunciar


Hermione correu pelo corredor desesperada até achar o primeiro toillete. Sem poder conter a ânsia e a dor que sentia por dentro, vomitou, como se tirasse de si toda a sujeira que a infectava, como se sua alma não pudesse mais transpirar naquele âmbito de hipocrisia e imoralidade.


Vomitou tanto que, minutos depois, quando já não havia mais nada para regurgitar, ela ainda estava sentada sobre o piso frio e abraçada à privada branca e luxuosa. 


Foi quando ouviu passos se aproximando, entrando no banheiro e abrindo a porta do compartimento ao qual estava entregue. Sem abrir os olhos e, adivinhando se tratar de Sophie ou Drácula, Hermione respondeu:


- Não posso mais continuar... eu pensei que poderia... mas não posso... eu não posso...eu não posso... meu Deus! 


- Deveria ter pensado nisso antes! Agora é tarde para desistir


Hermione ficou gelada quando escutou aquela voz. Abriu os olhos, mas não se atreveu a levantar a cabeça. “Não, meu Deus, por favor, tenha dó de mim”, pensou ela, arrasada para iniciar outro confronto com seu marido. 


- Você está horrível! Parece mesmo que se transformou numa vampira! – disse Harry se aproximando, e antes que Hermione pudesse fazer alguma coisa, ele a segurou pelos ombros e começou a enxugar sua testa, lavada pelo suor. 


Sem forças, ela acabou despencando nos braços de Harry, chacoalhada pelos soluços.


- Eu te odeio! – ela dizia, chorando e o esmurrando com as mãos. Fraca como estava, as mãos mal pairavam no ar. – Por que não me deixa em paz? 


- Há poucos minutos disse que ainda me amava... agora já me odeia? E, se quer saber, não vim atrás de você, vim lavar meu rosto. Acontece que você está no banheiro masculino. 


Por cima dos ombros de Harry, Hermione olhou em volta e, quando viu os mictórios, enrubesceu de vergonha e tentou se levantar. 


- Quer ficar calma, você vai acabar desmaiando se tentar sair assim! – disse Harry, segurando-a pela cintura. 


As pernas de Hermione tremeram novamente e, sem que ela pudesse se controlar, acabaram cedendo, entregando-se novamente aos braços de Harry. 


- Você precisa ver um medi-bruxo agora mesmo! – disse Harry, erguendo-a nos braços. Ela não resistiu inicialmente. Apenas apoiou a cabeça nos braços do seu marido e deixou-se ficar por alguns minutos. 


Quando alcançaram o corredor, Drácula apareceu, junto com Sophie. 



- Largue-a! – disse Drácula, ameaçador, ao ver que Harry mantinha Hermione firme nos braços. 


- Ela está doente! – replicou Harry. – O que diabos vocês estão fazendo com ela? 


- É você quem a deixa doente! – disse Drácula. – Solte-a ou eu vou chamar os seguranças. Você pode ter seqüestrado Firenze impunemente, mas não deixarei que faça isso com a Srta. Granger. 


- Potter! Sra. Potter! Hermione é a minha mulher, e eu sei o que é melhor para ela. Ela está doente, precisa de cuidados,! e eu ainda sou o marido dela! 


- Largue-me! – sussurrou Hermione, muito fracamente, tentando se desvencilhar de Harry. 


- Viu só!? Hermione quer vir conosco ! – disse Drácula vitorioso. 
Sem alternativas, Harry colocou Hermione no chão, ainda segurando-a pela cintura. 


- Hermione, tome cuidado. Eles não são como você pensa que são. Eles podem te machucar... 


- Você é o único que pode me machucar, Harry... – disse Hermione, cambaleante. 


Ela não se importaria se ficasse aninhada nos braços dele naquela hora. Era reconfortante e agradável aquela idéia, mas sabia que se deixasse ele levá-la dali, voltaria a ser uma prisioneira e nunca mais poderia se libertar. Ela precisava ser forte, uma fortaleza que não sabia onde buscar. 


Drácula puxou Hermione e a carregou pelo corredor, afastando-a de Harry, que ficou imóvel, observando-os atentamente.


- É o fim! – esbravejava Drácula, na limusine em que ele, Sophie e Hermione ocupavam a caminho do hotel. – Além de expor todos os sentimentos da maneira mais deselegante que uma pessoa poderia fazer, você ainda não quis ficar no jantar! Será que eu tenho que lembrá-la de que estamos em campanha? O que os eleitores acharão disso? É o fim! O Fim! Agora acho que a nossa única esperança mesmo é esperar pelo segundo turno! Que estupidez, poderíamos ter ganhado logo no primeiro turno, no primeiro! Se você expusesse tudo o que sabe de Harry Potter diante de todos, duvido que ele teria saída. Mas não, NÃO! Você tinha que ficar indefesa, e ainda jogou água na cara dele, que falta total de sutileza! Eu não estou apoiando a senhorita para vê-la perder!


- Olha aqui! – disse Hermione, brava e com uma terrível dor-de-cabeça


– O que fiz está feito! Você soube desde o início que sou impulsiva, este é o meu jeito e prefiro não mudar para me tornar uma pessoa fria e calculista. E, de qualquer jeito, você não estava muito melhor sozinho. Sem os votos dos vampiros você nunca teve chance!


- Que audácia! – gritou Drácula, querendo a todo custo provocar Hermione, que se encolhia cada vez mais no banco, não por medo dos vampiros, mas porque se sentia muito mal. – A senhorita... a senhorita está dizendo que... 


- Por favorr, querrido! – disse Sophie, parecendo irritada com toda a discussão. – Deixe-a! De qualquer forma, é só o início. E com o segundo turno teremos tempo para reverter a situação. 


O silêncio pairou no carro, enquanto Hermione olhava para fora, pensava em tudo o que falara para Harry. Sentia-se nervosa. Achou que seria forte o suficiente para poder enfrentá-lo, mas depois de toda a intimidade pela qual passaram juntos, culminando com um casamento forjado, mas que por algumas horas foi verdadeiro e maravilhoso para ela, todo o resto só serviu para enfraquecê-la. Harry era seguro, forte, sabia conduzi-la com a elegância de alguém que se dedicava à política há muitos anos. Ela nada tinha de lábia, e temia que seu discurso marcado pela ideologia não fosse mais forte que o de Harry, marcado pela eloqüência trivial, contudo, estratégica. 


Mal podia esperar para chegar ao hotel e quando isso aconteceu, correu logo para o quarto, procurando pelo toillete. Vomitou novamente, sem poder controlar os espasmos do estômago. Fraca e cansada, Hermione tomou um banho de quase meia hora. A água era misturada às lágrimas, que escorriam por seu corpo. Chegou a se sentar no piso frio e a se encolher contra a parede enquanto seu corpo era sacolejado pelos soluços. 


“Não há como escapar!”, pensava ela, “Não sou forte o suficiente, e se ele ganhar, eu serei uma escrava para sempre!”. 


Depois do banho, Hermione se arrastou para a cama, onde ficou por muitas horas entregue à tristeza. 


 


 



Era manhã quando Drácula entrou no quarto de Hermione sem que ela se desse conta. Ela já estava deitada há dois dias inteiros e não queria saber de acordar:


- Srta. Granger! – disse o vampiro, e pigarregou. Pigarreou novamente, dessa vez mais alto, e nada. 



Contrariado, Drácula se aproximou da janela e abriu as cortinas num puxão. 


Hermione xingou com um muxuxo quando a luz forte do sol atingiu seus olhos, até então, acostumados à escuridão. 


– Achei que vampiros não suportassem a luz do sol – disse ela, sentando-se na cama, ao ver que Drácula não se aborrecia com a luz batendo às suas costas. 


- É verdade! Vampiros não podem tomar banho de sol se não quiserem ser dissolvidos, mas isso não se aplica a mim. Contudo, não posso me expor por muito tempo, ou corro sérios perigos. Agora, ultimamente, é a senhorita quem tem se comportado como um vampiro. Estamos em campanha e a senhorita parece que está de férias. 


- Não tenho me sentido bem ultimamente! – disse Hermione, colocando o penhoar sobre a camisola. O Drácula de agora era atraente demais para que Hermione se sentisse a vontade. 


- Bem, tenho uma notícia que a fará se sentir bem melhor! 


- O que é, Harry Potter desistiu? – perguntou, ironicamente. 


- Bem, quase! Saiu a última pesquisa de intenções de votos. Ora, ora, o povo é bem estranho, às vezes. Quando achei que perderíamos pontos, acabamos ganhando! Aparentemente, o público gostou da sua atitude. Ainda estão curiosos para saber o que houve com você e o Sr. Potter, mas quando disse que o amava e que agia assim naturalmente, as pessoas adoraram. Tem uma pequena multidão em frente ao prédio com cartazes seus. Os trouxas estão sem entender nada. É possível que saia nos jornais deles também. Publicidade gratuita, tudo o que queremos. 


Drácula estava mesmo contente! 


- Estamos de novo no jogo, Srta. Granger, e agora vamos intensificar a campanha... 

E Drácula realmente a intensificou, para o desprazer de Hermione, que parecia ter pego uma virose daquelas. Algumas semanas depois, os enjôos não davam descanso, assim como Drácula ou Sophie, que saíam com ela para cima e para baixo em eventos e encontros.


 
A votação do primeiro turno saiu como esperado. Um empate técnico entre Harry e Hermione, com uma leve vantagem para Potter. Mas isso não desanimou Drácula. 


- Na sexta feira antes do segundo turno haverá um baile no Ministério da Magia, com cobertura completa. É importante que você vá, precisamos desses últimos votos, não deixe de comparecer – ele a advertiu, em tom de ameaça. 



- Tudo bem, sei que devo me controlar, mas é difícil, você sabe! – replicou. 


- Sei, sim, mas vamos dar um jeito nisso. Agora, suba e coloque um vestido, vamos a um baile de caridade em Devon. 


- Não, agora não! – disse Hermione, misteriosa. – Tenho um compromisso. 


- Mais importante que um baile em Devon? Pode nos trazer muitos votos!. 


- Para mim, é mais importante! – disse, caminhando para o lobby do hotel. 


- Quer que eu te acompanhe? – perguntou Drácula, correndo para acompanhá-la e segurar seu braço. 


- Obrigada, mas não! – respondeu, olhando para as mãos dele no seu braço.


- Às vezes sinto que você se incomoda comigo! – disse o vampiro retirando a mão.


- Não gosto que as pessoas me inibam. – replicou Hermione, sinceramente. – Você tem sido um grande amigo, Drácula, mas às vezes, quer me controlar e eu não gosto disso. 


- E Harry, Hermione? – lançou com um olhar provocador. – Quando Harry é dominador e controlador, você não liga? 


- Ligo sim... se não ligasse eu teria escolhido ir com ele naquela noite no Ministério, quando estava passando mal. Eu o amo, isso não posso esconder, nem a você, nem a ele, e nem a mim mesma. Mas meu amor-próprio ainda é maior do que o que sinto por ele. Ele me machucou demais para eu fingir que está tudo bem. Jurei para mim mesma que não o deixaria jamais me machucar novamente. Não vou deixar, Drácula, nem ele, nem a ninguém... 



Hermione saiu pelo hall de entrada do hotel, com Drácula acompanhando-a com o olhar, ao mesmo tempo em que Sophie entrava. 


- Mon-cherri, aonde aquela maluca vai? Achei que tínhamos um baile. 


- Ela vai ver ELE! – respondeu de mau-humor, as presas se agigantando na boca. 


- Harry? – perguntou Sophie, incrédula. 


- Não... Harry não... ELE... 


Hermione passou base corretiva abaixo dos olhos e colocou uma grande quantidade de base compacta para disfarçar as olheiras. Tinha medo mesmo que as pessoas desconfiassem de que se transformara numa vampira. Ela deveria aparentar estar bem de saúde, mas seu rosto, abatido e cansado, revelavam o contrário. 


Era a noite do baile final no Ministério da Magia, a sexta-feira anterior à votação do segundo turno, que seria no domingo. 


Ela estava nervosa. Sabia que precisava ganhar, mas suas forças estavam se exaurindo cada vez mais. Os dias intensos de campanha pareciam ter acabado com sua vivacidade. 


Quando se olhava no espelho, imaginava se realmente não teria sido transformada em vampiro, mas achou que não. Apesar de que agora não suportava mais andar por muito tempo e detestava ter que levantar cedo, seu apetite não havia mudado. Não se interessava por coisas mal passadas, preferia saladas, como sempre, e um frango bem assado como prato principal. Seu apetite, na verdade, parecia ter melhorado, mas não era boba. Tomava precauções todos os dias para que seu quarto, naquele hotel vampiresco, não fosse arrombado, e ainda dormia sempre em alerta, a varinha fazendo-lhe companhia embaixo do travesseiro. 


Agora que o fim estava próximo, queria mesmo que tudo acabasse. 
Se Harry ganhasse, sabia o que aconteceria. Seria uma escrava para sempre, e as pessoas viveriam subjugadas a ele, até que alguém tivesse coragem o suficiente para enfrentá-lo. Se ela ganhasse, bem... se ganhasse, haveria muito o que fazer. Teria que enfrentar a fúria de Harry e encontrar um modo de conviver com ele, com a oposição que ele ofereceria a seu governo. 


Escolheu o vestido mais opulento que encontrara. Não era de seu feitio usar roupas extravagantes, mas queria estar estonteante na presença de Harry. Colocou uma tiara de diamantes que Drácula havia comprado para ela, e se cobriu de jóias. Achou que estava ridícula, ela sempre foitão simples. Aquele glamour todo definitivamente não combinava com ela, mas saiu do quarto mesmo assim, encontrando Drácula e Sophie no hall de entrada do hotel, esperando-a. 


- Está maravilhosa! – disse Drácula, beijando sua mão. Hermione sentiu que ele a mordiscou e puxou-a bruscamente, assustada. 


- Fique calma, srta. Hermione! A transformação em vampiro é um ritual muito poderoso, não é com um simples arranhãozinho que virará uma vampira. Eu precisaria beber alguns goles do seu sangue e você do meu, e não creio que faria isso. 


- Você me assustou. Por que mordeu minha mão? – perguntou irritada. 


- Não resisti. Você tem um encanto sobre mim que me é estranho! 


Hermione não gostou da colocação de Drácula, especialmente porque estavam na frente de Sophie, que já parecia bem perturbada. Mas ele não parou por aí. Esqueceu-se completamente da francesa e s,egurando no braço de Hermione, guiou-a até a limusine. 

O salão de festas do Ministério da Magia era duas vezes maior que o salão principal de Hogwarts, e estava decorado com um luxo de tirar o fôlego. Hermione viu Harry assim que botou os pés ali. Ele estava rodeado por uma grande quantidade de pessoas, muitos deles repórteres. 


- Devíamos ir até lá! – disse Drácula, sussurrando no ouvido de Hermione. 


- Prefiro não ir agora! – respondeu dando um passo à frente, a fim de evitar o contato com Drácula, que parecia querer ficar cada vez mais perto dela. 


Quando Harry divisou Hermione, abaixou a cabeça por um segundo, parecendo pensativo. Em seguida, sorriu e fez um aceno com a cabeça, que ela respondeu igualmente. 


Minutos depois, os convidados do Ministério começaram a se sentar nos lugares indicados pela administração e, para a infelicidade de Hermione, coube a ela ficar ao lado de Harry. Era uma contravenção às regras de etiqueta, uma vez que ainda eram casados, sentarem-se um do lado do outro num jantar como aquele, mas, como a administração do Ministério significava administração de Harry, não ficou muito surpresa. 


- Quero dar as boas vindas a todos nesta noite especial! – disse Arthur Weasley, sentando-se à cabeceira daquela mesa gigantesca. – Principalmente aos nossos elegíveis Harry James Potter e Hermione Jane Granger Potter, que concorrem para rei e rainha do mundo, respectivamente, e a Rudolf Blues e Victor Braimovich, derrotados no primeiro turno. Sejam todos bem vindos ao Ministério da Magia do Reino Unido e creio que, futura instalação da sede internacional do reinado da magia. 


Durante o discurso de Weasley, Hermione percebeu que Harry não tirava os olhos dela e, irritada, replicou:


- Algum problema... sr. Potter? – sussurrou. Mesmo assim, os fotógrafos que estavam em volta começaram a focalizar o casal da noite. 


- Você não me parece muito melhor! Tem se alimentado bem? – perguntou. 


- Por que está tão preocupado com minha saúde? Ah... já sei, aposto que quer saber se tem chances de eu morrer antes de domingo, não é? Não se preocupe, ou melhor, preocupe-se sim, pois estou perfeitamente bem. 


- Parece mais branca do que o de costume. Tem tomado sol? Sol é bom, principalmente no início, quando o ritual vampiresco foi recém... 


- Vá pro inferno! – respondeu ela, impaciente. 


- Ele te mordeu, não é? – perguntou ele, levantando um pouco a voz e atraindo a atenção de mais gente ainda. 


- Não, não me mordeu! – falou Hermione, rispidamente. 


- E o que é isso em sua mão? 


Na mão de Hermione, onde Drácula havia mordiscado, uma mancha roxa crescia, as veias perto do arranhão, pareciam mais dilatas e negras. 


- Não é nada! – disse Hermione, escondendo a mão, mas Harry foi atrevido e forçou Hermione a lhe mostrar a mão, mesmo contra sua vontade. 


- Quer parar com isso?! –A esta altura, todos só tinham olhos para eles. 
Harry, sem fazer esforço, ao contrário de Hermione, mantinha o pulso dela firme em suas mãos. 


- Está infeccionado, mas é recente. Não pode ser isso! Ele deve ter mordido você noutro lugar, tem outro lugar que está dolorido em você, Hermione? 


- PÀRE COM ISSO! – gritou ela e se levantou. 


- Sente-se! – mandou ele, parecendo irritado. 


- Eu vou-me embora! Cansei de toda essa hipocrisia. 


- Eu mandei sentar! – disse Harry, cada vez mais chateado. 


- Você não manda em mim!


Harry se levantou. Como era muito mais alto do que ela, Hermione titubeou por alguns segundos, mas não mudou. 


- Eu não tenho medo de você! – disse ela, com o coração freneticamente acelerado.


- Por favor, sente-se, agora eu estou pedindo, não mandando. 


O silêncio parecia mortal naquela sala lotada de pessoas. 


Hermione se sentou, achando que seria mesmo o melhor, ou Drácula iria infernizá-la por toda a vida, por ter fugido do jantar daquela forma. 


- Sinto muito pelo meu comportamento, só estou preocupado. 


- Não há razões para estar. – respondeu Hermione. – Drácula não me transformou em vampiro, se é o que você está tentando sugerir para todos...


- Eu não... 


- Drácula é um gentleman, assim como Sophie é uma dama, ambos são muitos respeitados pela sociedade bruxa, e espero que continue sendo assim também com os outros vampiros. 

O jantar continuou civilizadamente, depois disso, com poucas conversas entre os dois. Quando o jantar enfim acabou, Arthur Weasley anunciou que o baile começaria. A primeira dança seria dos candidatos, e antes que o Ministro terminasse de falar, Harry já estendia a mão para Hermione, que hesitou um pouco antes de ceder. Harry a conduziu para o centro do salão e começou a valsar vagarosamente, muito perto dela. 


- Você encomendou isso, não é? Esse jantar, essa música, a primeira valsa ser dos candidatos. Tudo partiu de você, não foi? – perguntou enojada. 


- Claro que sim. Já deve ter percebido, Hermione, que minha influência é infinitamente maior que a de Arthur e do que a de Drácula. Mesmo se você vencer no domingo, assim mesmo eu ainda terei o que quero.


- Então não acredita na democracia, e sim na força. 


- Acredito que há uma maneira de agir para cada situação. Em algumas delas, a força é necessária. Em outras, é a diplomacia que abre caminhos. Com você, ainda não sei o que devo usar. Nunca quis machucá-la, Hermione, pelo contrário, meu objetivo sempre foi protegê-la, no que falhei miseravelmente. No fim, ao tentar trazê-la para meu lado e torná-la minha aliada, acabei ganhando o pior de minha inimiga. A minha única inimiga... minha doce... inimiga.


Harry foi se aproximando de Hermione, para o desespero dela. 


- O que pensa que está fazendo? – perguntou ela, nervosa. 


- Isso é muito importante para mim, Hermione. Eu sempre quis ser o rei do mundo. Batalhei muito por isso, de uma maneira que você nem imagina, pois não passou comigo esses dez anos em que fui um político. Mas, mesmo assim, Mione, eu deixaria tudo isso por você. Desistiria dessa campanha se pudesse tê-la novamente.


- Você acha que me engana, Harry? Você acha que ainda sou tola o suficiente para cair na sua lábia novamente... 


- Não é lábia, Hermione.... não dessa vez! Eu confesso que quando me casei com você eu só queria te calar... te fazer minha aliada, e arrastei você para este casamento fadado ao insucesso. Mas agora alguma coisa mudou dentro de mim. Não sei quando começou, mas agora me tomou por completo. Eu amo você, Hermione... eu a amo... apesar de minha razão dizer que não. Apesar de você ser totalmente inadequada para mim. Apesar de você ser o motivo, talvez, do meu fracasso no domingo, apesar de você não ter a elegância necessária de que a posição que eu quero alcançar necessita, apesar de tudo isso... eu a amo... 


- Como pode dizer isso de maneira tão arrogante e orgulhosa? Veja, Harry, mesmo que eu acreditasse que seu “amor” por mim é verdadeiro... acha mesmo que eu seria tão insensível para que estas palavras não me ofendessem? Eu não sou adequada para você só porque não ajo como uma rainha ou como uma primeira dama? Pois bem, a mim pouco me importa como sou. E sua falsa declaração de amor só serviu para que me sentisse ainda mais decidida a derrotá-lo! O que vai acontecer, Harry Potter, se eu for a rainha e você o derrotado? Então, você é que será inadequado para mim. Ah... – disse Hermione, sentindo uma raiva crescer dentro de si – isso só mostra o seu desespero, Harry, não é? E só mostra o quão superficial você é! 


- Hermione se te ofendi peço perdão, mas eu precisava expor meus sentimentos. Não sabe os confrontos que minha razão e meu coração têm sofrido ultimamente por sua culpa. Você não entende porque não desejou isso por tantos anos quanto eu. Por que não apostou tudo o que tem numa campanha como esta. Mas se te aborreço com minha “falsa declaração de amor”, deixe-me corrigir este ato. 


Harry abandonou Hermione no meio da dança naquele páteo enorme, apanhou o sobretudo apoiado em sua mesa e declarou:


- Senhoras e senhores... tenho uma declaração a fazer: estou, neste momento, desistindo de minha candidatura para rei do mundo mágico. –


O jantar estava acabado. Os poucos repórteres explodiram em perguntas e fotos. Alguns convidados ilustres se levantaram aturdidos com a declaração de Harry, outros pareciam perplexos. Drácula e Sophie sorriam como lunáticos, enquanto Hermione sentia como se um balde de água gelada fosse derramado sobre ela. 


- Creio que isso faz de Hermione Jane Granger a nova rainha do mundo. – pronunciou simplesmente, sem explicar as razões e os por quês. 


E lançando um último olhar para Hermione, que ainda estava petrificada, Harry saiu do aposento.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): angelblack

Este autor(a) escreve mais 16 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Hermione estava lívida. Os repórteres correram para ela como se fossem urubus em carniça, e tiravam fotos sem piedade. Ela não sabia o que dizer ou fazer, estava perturbada. A desistência de Harry parecia não ter acontecido. Por que, ela se perguntava, por que ele havia desistido? Poderia ser mais um truque? Era o que Drácula d ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 8



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • lehpaty Postado em 22/07/2013 - 03:10:41

    Leitora nova. Continua por favor, a web é muito boa, ainda mais qdo fala sobre Harry Potter ><

  • caremady Postado em 20/06/2013 - 01:49:17

    Caralho, acho que ele está fazendo isso jogando, mas quem sabe né (;

  • caremady Postado em 06/06/2013 - 00:10:42

    Continua (: Ja li todas as suas webs aqui no site que tenham por tema Harry Potter e amei todos (:

  • caremady Postado em 30/05/2013 - 14:50:30

    Rainha Hermione *--*

  • caremady Postado em 29/05/2013 - 02:44:13

    Mais (:

  • caremady Postado em 26/05/2013 - 22:51:01

    Você escreve muito bem, Parabéns. Li adorável prisioneira 1 e 2 hoje e gostei muito. Espero que continue postando (:

  • caremady Postado em 26/05/2013 - 21:07:24

    Mais (:

  • caremady Postado em 25/05/2013 - 23:53:48

    Continua (; Adorei a web!


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais