Fanfic: Por Um Acaso do Destino - AyD.mais uma da minha qrida adaptadora αℓy √σℓ | Tema: portiño

Amélia olhava a filha caçula parada próxima a sua cama. Formal, com um livro na mão, sem nenhuma atitude de carinho ou proximidade, como sentar-se perto dela.

-Seu namorado esteve aqui! – disse ela seca – Muito simpático por sinal. Até se ofereceu para chamar a minha filha pra visitar a própria mãe doente numa clínica.

-Eu vim ver como está, Amélia! – disse Dulce sem se abalar com as palavras da mãe – Não comece com as suas provocações!

-Não são provocações, apenas a verdade. Sua irmã passa as noites aqui comigo. Mas você só se resigna a me visitar.

-Marcela não tem que trabalhar. E ela sempre foi a sua preferida, então não faça dramas. – falou Dulce se servindo de um pouco de água de uma garrafa sobre a cômoda e entregando o livro que trouxera a mãe – Lembro que você gosta desse, então trouxe pra entretê-la!

Amélia recebeu o romance da filha. Era Zoya, seu livro favorito. Surpreendeu-lhe que Dulce soubesse de sua preferência.
-Quando você pretende reatar com aquele rapaz, Dulce?

-Eu não pretendo reatar com Poncho, Amélia. Esqueça logo essa história de casamento entre nós dois, porque não vai acontecer.

-Você continua grosseira comigo mesmo eu estando doente, e impossibilitada numa cama, correndo o risco de morrer!

Dulce sorriu. A mãe adorava bancar a vítima.

-Você continua se metendo na minha vida mesmo assim, então isso me dá direito de ser grosseira com você!

-Eu estou pensando no seu futuro quando falo de um casamento com Alfonso Nascimento. Ele é de uma ótima família e gosta de você!

-Mas eu não gosto dele! Ponto final!

-Isso é um mero detalhe. Acha que eu gostava de seu pai quando casamos?
Alexandre era um completo estranho pra mim. E mesmo assim demos certo.

-Outros tempos, outra realidade. Ao contrário de você, eu tenho escolhas. E a nossa definição de ‘certo’ é bem diferente!

-Você não casaria com Alfonso nem se fosse um último pedido de sua mãe, Dulce? – perguntou Amélia séria – Eu posso não resistir a esse tratamento e morrer. Nem assim você cederia?A garota sempre soube que a mãe era autoritária e muito tradicional, mas nunca pensou que ela chegasse ao ponto de colocar as coisas daquele jeito. Sentiu-se leve ao perceber que com relação à mulher ali deitada, a única coisa que sentia era pena. Não porque ela estava doente, mas pelo auge de loucura que ela atingira.

-Sua morte não mudaria em nada o que eu sinto pelo Poncho, Amélia. Por isso eu não casaria com ele. Nunca cedi aos seus caprichos, acha que ia fazer isso depois de você está morta? Jamais!

-Você não liga se eu morrer não é Dulce? Para você tanto faz!

-Sinceramente eu não gostaria que morresse, mas a minha vida não vai acabar se isso vier a acontecer!

-Se pensa assim, eu dispenso as suas visitas. – disse Amélia com ar arrogante – Não venha mais me ver e não se preocupe mais com meu estado!

-Bom, você me poupa muita dor de cabeça colocando as coisas assim – disse a garota pegando a bolsa – Passe bem, Amélia!

-Dulce! – disse a doente.

-O que foi? – a garota respondeu se voltando pacientemente.

-Você não me ama? A sua própria mãe?Dulce respirou fundo antes de responder.

-Você nunca foi uma mãe de verdade, então não tenho motivo algum pra te amar.

As duas se encararam por alguns segundos e a garota saiu do quarto aliviada. Não sentia remorso por nada e na verdade estava bem feliz por não ter que passar por tudo aquilo de novo.
Acompanharia o tratamento da mãe através dos irmãos e de seu pai, mas não iria visitá-la, já que ela própria preferira assim. Se aquilo fazia dela um monstro? Não sabia, mas nem ligava. Só queria esquecer as paranóias da mãe e se dar uma oportunidade de ser feliz, o que pra ela ultimamente se resumia a um nome bem conhecido: Anahí. Anahí se surpreendeu com um telefonema de Dulce em plena manhã. Sabia que a namorada era cheia de reuniões naquele horário e sempre evitar ligar afim de não atrapalhá-la.

-Oi, meu anjo! Bom dia pra você! – disse a publicitária animada do outro lado da linha.

-Bom dia, Dul! O que houve? Você está animadíssima! Por acaso aconteceu um milagre e você se entendeu com sua mãe?

-E que nada, pelo contrário! – disse Dulce relatando a Anahí a visita que fizera a Amélia – Ela continua a mesma. E ainda por cima me poupou de ter que ir vê-la.

-Por isso essa animação toda? – perguntou Anahí achando estranho.

-Não só por isso. Tenho um convite pra te fazer.

-Convite?

-É! Nesse fim de semana que vem, vai acontecer o encontro de casais da agência. Todo mundo junto com os companheiros e namoradas. Vai ser em um hotel maravilhoso!

-E você quer que eu vá com você?Quero sim. Se você topar, é claro.

-Amor – disse Anahí fazendo Dulce sorrir. Adorava esses tratamentos carinhosos por parte dela – Assim todo mundo vai saber da gente! Isso não vai te prejudicar no trabalho?

-Creio que não. Com certeza não seremos o único casal diferente por lá. Vários amigos meus vão levar os namorados e as amigas as namoradas.

-Sendo assim, convite aceito! – disse Anahí feliz com a atitude de Dulce. Demonstrava que ela estava querendo compartilhar toda sua vida.

-Ei, tenho outra notícia pra te dar!

-É? Diga! Você anda mesmo cheia de surpresas hoje! –disse Anahí.

-Nós vamos ficar em um quarto de casal lindo e só nosso!

As duas riram.

-isso é um convite né? Depois não vai poder fugir de mim!

-Não se preocupe, a minha intenção não é mesmo fugir de você, Any!

As duas ainda conversaram mais um pouco. Combinando o programa que fariam mais à noite, e quando desligaram o telefone não cabiam em contentamento. Um fim de semana em um lindo hotel, as duas juntas? Com certeza prometia grandes emoções!